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MIAMI NICE
Refugie-se em jardim e cardápio
Esqueça os shoppings da cidade
do enviado especial a Miami
Numa década de transformações, Miami rejuvenesceu. Não
que fosse uma cidade velha: fundada em 1857 para ser posto de correio, a metrópole latina dos EUA
-que recebe 3,3 milhões de turistas/ano, 500 mil vindos do Brasil-
só foi batizada de "Maiami" há 102
anos, numa alusão ao termo dos
índios seminole para designar os
lagos de água doce da Flórida.
Unidas por diversas pontes, Miami e Miami Beach são na verdade
duas cidades com traçados e destinos urbanísticos diferentes.
A primeira ganhou novo perfil
com o shopping Bayside e torres
de vidro; já Miami Beach, que há
alguns anos mais parecia um Embaré de predinhos decadentes, repaginou 900 edifícios art déco, ganhou hotéis, lojas e restaurantes.
²
Fuja do programa de índio
O curioso é que, por trás do rejuvenescimento deste fim de século,
existe uma história de frustração.
Depois de descobrir e dar nome à
Flórida, em 1513, o espanhol Ponce
de Leon (c.1460-1521) procurou,
em vão, a fonte da juventude, até
ser assassinado pelos índios.
Hoje, fugir do programa de índio
é viver Miami e Miami Beach evitando o frenesi consumista.
Pouca gente sabe que Miami, por
exemplo, tem um jardim botânico
tropical de 38 acres, o Fairchild,
onde existem 11 lagos.
Também a coleção de Vizcaya,
exibida num palácio de 1914, é rodeada por canteiros europeus e pela floresta original da região.
E há ainda Coral Gables, com
prédios históricos cercados por vegetação exuberante, como o clássico hotel Biltmore, de 1926.
Mas, um pouco além dos jardins
de Miami, do outro lado da ponte
MacArthur, em South Miami
Beach, os turistas menos puristas
encontram diversão observando
as tribos urbanas que tomam conta das calçadas de Ocean Drive.
Mais ao norte, seguindo de carro
sempre que possível pela avenida
Collins, o bairro de Bal Harbour
tem um shopping sofisticado.
O melhor programa, entretanto,
é parar nas proximidades do pacato hotel Beekman (tel. 305/861-4801), na altura do número 9.499
da Collins, e caminhar pela praia.
Rumo ao norte, o passeio a pé
acaba no molhe de pedras que
avança no Atlântico, onde aves
marinhas disputam espaço com
pescadores -e fazem esquecer da
agitação pasteurizada dos shopping centers.
(SILVIO CIOFFI)
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