São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MIAMI NICE
Refugie-se em jardim e cardápio
Esqueça os shoppings da cidade

do enviado especial a Miami

Numa década de transformações, Miami rejuvenesceu. Não que fosse uma cidade velha: fundada em 1857 para ser posto de correio, a metrópole latina dos EUA -que recebe 3,3 milhões de turistas/ano, 500 mil vindos do Brasil- só foi batizada de "Maiami" há 102 anos, numa alusão ao termo dos índios seminole para designar os lagos de água doce da Flórida.
Unidas por diversas pontes, Miami e Miami Beach são na verdade duas cidades com traçados e destinos urbanísticos diferentes.
A primeira ganhou novo perfil com o shopping Bayside e torres de vidro; já Miami Beach, que há alguns anos mais parecia um Embaré de predinhos decadentes, repaginou 900 edifícios art déco, ganhou hotéis, lojas e restaurantes.
²

Fuja do programa de índio O curioso é que, por trás do rejuvenescimento deste fim de século, existe uma história de frustração.
Depois de descobrir e dar nome à Flórida, em 1513, o espanhol Ponce de Leon (c.1460-1521) procurou, em vão, a fonte da juventude, até ser assassinado pelos índios.
Hoje, fugir do programa de índio é viver Miami e Miami Beach evitando o frenesi consumista.
Pouca gente sabe que Miami, por exemplo, tem um jardim botânico tropical de 38 acres, o Fairchild, onde existem 11 lagos.
Também a coleção de Vizcaya, exibida num palácio de 1914, é rodeada por canteiros europeus e pela floresta original da região.
E há ainda Coral Gables, com prédios históricos cercados por vegetação exuberante, como o clássico hotel Biltmore, de 1926.
Mas, um pouco além dos jardins de Miami, do outro lado da ponte MacArthur, em South Miami Beach, os turistas menos puristas encontram diversão observando as tribos urbanas que tomam conta das calçadas de Ocean Drive.
Mais ao norte, seguindo de carro sempre que possível pela avenida Collins, o bairro de Bal Harbour tem um shopping sofisticado.
O melhor programa, entretanto, é parar nas proximidades do pacato hotel Beekman (tel. 305/861-4801), na altura do número 9.499 da Collins, e caminhar pela praia.
Rumo ao norte, o passeio a pé acaba no molhe de pedras que avança no Atlântico, onde aves marinhas disputam espaço com pescadores -e fazem esquecer da agitação pasteurizada dos shopping centers. (SILVIO CIOFFI)


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.