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Mazatlán mescla praias com história
Mercado de 110 anos tem paredes pintadas com imagens de santa e comidas que denotam origem indígena
Passeios começam pelo
Malecón, avenida com
esculturas à beira-mar,
de onde o turista pode
divisar inúmeras ilhas
DO ENVIADO ESPECIAL À
BAIXA CALIFÓRNIA
Mazatlán, onde vivem 600
mil habitantes, é um destino
turístico "quente", onde os
termômetros facilmente marcam, logo cedo, os 33º C.
Antes um porto natural sonolento num estuário, o local
foi habitado por índios até a
chegada dos primeiros espanhóis, a partir de 1531, chefiados por Nuño de Guzmán.
Nesse tempo, ninguém parecia interessado em explorar turisticamente os 21 km
de praias ao redor, hoje margeados por um promenade à
beira-mar, o Malecón.
No século 18, piratas franceses e ingleses usavam os
picos locais para espreitar
galeões espanhóis, que acabaram construindo, no chamado Cerro da Vigía, um presídio e um forte.
O México se tornou independente da Espanha em
1810. E, por volta de 1850,
chegaram os imigrantes alemães, cujo trabalho mudou o
destino da região e construiu
Mazatlán tal como é hoje.
A geografia era perfeita para o desenvolvimento de um
porto importante, e surgiu
nesse tempo uma indústria
local de cerveja. O fundador
Jorge Clausen deu seu nome
ao promenade à beira-mar.
PASSEANDO
Quem vai a Mazatlán de
transatlântico logo divisa, na
entrada do porto, um farol de
1883. Depois de desembarcar
junto ao cais, é obrigatório
pegar uma condução gratuita até o lado de fora da área
portuária, que é imensa.
Estratégico, o porto de Mazatlán é considerado um dos
mais movimentados e fica,
estrategicamente, em meio à
rota entre Los Angeles e o canal do Panamá.
O passeio pode começar
com uma caminhada no Malecón, de onde dá para avistar várias ilhas -Venados,
Pajaros e Lobos. Mazatlán é
ainda mais animada durante
o Carnaval, considerado um
dos maiores do mundo.
Várias pequenas ruas perpendiculares à avenida à beira-mar levam à cidade velha
e Zona Dorada, onde há uma
praia concorrida e lojas de
objetos de prata e suvenires.
Mazatlán mostra sua face
histórica no entorno da catedral dedicada à Nossa Senhora da Conceição, feita
com dinheiro dos imigrantes
alemães entre 1855 e 1875.
Curiosamente, como alguns deles eram judeus e, no
alto das 28 janelas que deixam entrar luz na nave principal, há uma estrela de Davi.
A uma quadra da catedral
fica o mercado José María Pino Suarez, construído há 110
anos e cujas paredes são pintadas com cores berrantes e
imagens da Virgem de Guadalupe, padroeira dos católicos mexicanos.
Dentro, há muitas comidas que denotam origem indígena, como batatas doces
cozidas, massas de milho
enroladas na palha, abóboras e pimentas, muitas pimentas (ou "chilitos").
Há bois quase inteiros sendo destrinchados, galinhas
vivas, peixe, gente simples e
meninos de uniforme escolar
comendo iguarias que parecem saborosas em boxes algo
improvisados.
O turismo é a principal atividade local, mas a pesca
vem a seguir, mobilizando
620 barcos que pescam camarões de água salgada no
mar de Cortés e, também, pitus, cujo habitat é o estuário
sobre o qual Mazatlán foi originalmente formada.
OUTROS MARCOS
Do século 19, Mazatlán
herdou o teatro Angela Peralta, dedicado à opera.
A cidade tem também um
renomado aquário, o maior
do país, na avenida Deportes, 111, aberto diariamente.
No promenade à beira-mar
há esculturas de golfinhos e
outros animais marinhos cercados de insistentes vendedores de bugigangas.
Muna-se de paciência e
não deixe de ir à avenida
Olas Altas, onde há uma caverna que já serviu para
guardar peixe e gelo. As ilhas
Dois Irmãos e a dos Leões
Marinhos emolduram a vista.
No dialeto indígena, Mazatlán quer dizer terra dos veados e, por ali, uma escultura
chamada de "El Venadito" é,
acredite, um dos marcos do
desfile de Carnaval.
Na praia Norte, habitada
também por pescadores, estão monumentos hotéis de
categoria, bons restaurantes
de frutos do mar.
O transporte é feito em bugues chamados localmente
de pneumonias e o Malecón
vai mudando de nome à medida em que o veículo percorre a avenida até chegar na Zona Dorada, onde os turistas
se dividem: uns parecem
mais interessados em suvenires, outros se rendem mesmo aos prazeres da margarita
e das tequilas, que os habitantes garantem ser a melhor
do México.
(SILVIO CIOFFI)
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