São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

centro-oeste

Cidade de Goiás emana ares nostálgicos

PLANALTO CENTRAL Caminhada é a melhor forma de conhecer casarões da cidade que mantêm arquitetura do século 18

RODRIGO PAIVA
ENVIADO ESPECIAL A CIDADE DE GOIÁS (GO)

Encravada em um vale cercado pela serra Dourada e fundada pelos bandeirantes em busca de ouro, a antiga Vila Boa de Goyaz é um pedaço do Brasil Colonial que se mantém praticamente intocado no coração do Planalto Central. História, arte, cultura, natureza e sua bem preservada arquitetura do século 18 deram à cidade, em 2001, o título de patrimônio histórico e cultural mundial da humanidade, reconhecido pela Unesco.
Com 90% de sua arquitetura colonial intocada, suas ruas calçadas com pedras, suas igrejas que contam parte da história do ciclo do ouro e seus diversos monumentos, a pequena cidade, que um dia ocupou o posto de capital do Estado de Goiás, retrata as lembranças mais nostálgicas de um período em que o Brasil sustentava os devaneios consumistas da coroa portuguesa.
As ruas estreitas, íngremes, não foram construídas para os carros de hoje e, por isso, a melhor maneira de desvendar essa cidade cheia de charme e historia é caminhando. As pernas são o meio de transporte oficial da pequena vila e só com elas é possível conhecer os segredos dessa cidade.
E é bom estar bem atento. A cada esquina, em cada ruela, em cada casarão esconde-se um pouco mais as belezas da antiga Vila Boa. E, claro, não se pode esquecer dos pequenos becos, que mais parecem com portais do tempo.
Becos, aliás, que foram fonte de inspiração para a poetisa Cora Coralina (1889-1985), nascida e criada por lá. Seu primeiro livro, "Poemas dos Becos de Goiás e Outras Histórias Mais", publicado em 1965, é quase um guia turístico lírico da Cidade de Goiás. Cora imortalizou em poemas a beleza interiorana, o bucolismo, personagens do cotidiano e a eterna sensação de nostalgia que emanam dessa cidadezinha.
Cuidada por um grupo de amigos e moradores, a casa de Cora continua da forma que ela deixou. Móveis, roupas, objetos pessoais, fotos na parede e até os utensílios culinários usados por ela, para fazer os seus famosos doces cristalizados, ainda estão preservados e reconstituem detalhadamente a maneira como a poetisa vivia.
Três dias são suficientes para conhecer a Cidade de Goiás. Os dois primeiros podem ser dedicados para descobrir o belo centro histórico e o artesanato e provar os deliciosos temperos da culinária do cerrado. Já o terceiro e último dia, reserve para desbravar a natureza brilhante da serra Dourada.

Serra Dourada
Para se aventurar na reserva da serra Dourada, deve-se contratar os serviços das agências de turismo do local. Com duração aproximada de cinco horas, o passeio é vendido por R$ 180. O pacote, que pode ser dividido por até quatro pessoas, inclui os serviços do guia e o bugue.
Segundo o guia turístico Orlei de Souza, 45, a melhor hora para visitar a reserva ecológica da serra Dourada é no início do dia ou ao entardecer, quando os animais de hábitos noturnos costumam aparecer.
Dentre os principais pontos a serem visitados na reserva destacam-se a cidade de Pedra, que foi esculpida pela ação do vento e da chuva. Próximo dali fica o vale de Areia, onde rochas com variadas tonalidades, quando trituradas, viram areia de diferentes cores.
Para terminar o passeio, um mirante a 1.080 metros de altura proporciona ao visitante uma panorâmica de todo o vale da serra Dourada e, ao fundo, a bela e pequena Cidade de Goiás.


O repórter-fotográfico Rodrigo Paiva viajou a convite do Sebrae-GO


Texto Anterior: Réveillon: Veja onde virar o ano dentro e fora do país
Próximo Texto: Compras de natal: Na 25 de Março, vá às lojas grandes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.