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BOM DIA, TURISMO
Túneis de Cu Chi são passeio aterrorizante
Pessoas com mais de 1,60 m precisam engatinhar pelos corredores baixos e escuros de 200 km de extensão
DO ENVIADO AO VIETNÃ
Pela abertura, até que a passagem parece confortável. Engano logo desfeito. Passear pelos túneis de Cu Chi (a cerca de
70 km de Ho Chi Minh; ingresso: 20 mil dongs; R$ 2,60) é a
experiência turística mais aterrorizante no Vietnã.
O programa não é recomendado para claustrofóbicos. Os
corredores são bastante estreitos, baixos e abafados.
Para os vietnamitas, normalmente pequenos, isso não representa desconforto. Quem tiver mais de 1,60 m precisa andar de gatinhas, atrás de um
guia que deve caminhar devagar para os padrões locais, mas
que se desloca veloz para nossa
capacidade de acompanhá-lo.
Algumas vezes, ele acende
um fósforo para mostrar o caminho. O medo de se perder no
buraco escuro e quente, com
200 km de extensão e vários
andares, é enorme. Poucos se
arriscam a perder tempo tirando fotos. A saída é um alívio.
O local foi uma base importante para os vietcongues planejarem ataques à então Saigon
e criarem bombas contra os
norte-americanos. O local foi
usado de 1960 a 1975, ano da tomada da capital do Vietnã do
Sul, que reunificou o país.
No parque dos túneis há um
estande de tiro onde, por US$
10, é possível praticar tiro ao alvo com armas da época da guerra. Também há demonstrações
de armadilhas utilizadas pelos
vietcongues na selva.
Os túneis de Cu Chi não são
os únicos do Vietnã abertos à
visitação. Próximo a Hue (centro do país), há os túneis de
Vinh Moc (excursões a partir
de US$ 15), na zona desmilitarizada, perto da fronteira que dividiu o Vietnã em Norte e Sul.
Esses túneis, com extensão
de 2,8 km, são um pouco mais
largos do que seus similares de
Cu Chi. O diferencial é que em
Vinh Moc o buraco sob o solo
foi utilizado como moradia por
60 famílias entre 1966 e 1972.
Em função disso, seus corredores chegaram a abrigar até
um cinema improvisado. E, em
espaço pouco menor do que um
banheiro, funcionou a maternidade subterrânea. Nela nasceram 17 crianças durante o conflito.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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