São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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BOM DIA, TURISMO

Túneis de Cu Chi são passeio aterrorizante

Pessoas com mais de 1,60 m precisam engatinhar pelos corredores baixos e escuros de 200 km de extensão

DO ENVIADO AO VIETNÃ

Pela abertura, até que a passagem parece confortável. Engano logo desfeito. Passear pelos túneis de Cu Chi (a cerca de 70 km de Ho Chi Minh; ingresso: 20 mil dongs; R$ 2,60) é a experiência turística mais aterrorizante no Vietnã.
O programa não é recomendado para claustrofóbicos. Os corredores são bastante estreitos, baixos e abafados.
Para os vietnamitas, normalmente pequenos, isso não representa desconforto. Quem tiver mais de 1,60 m precisa andar de gatinhas, atrás de um guia que deve caminhar devagar para os padrões locais, mas que se desloca veloz para nossa capacidade de acompanhá-lo.
Algumas vezes, ele acende um fósforo para mostrar o caminho. O medo de se perder no buraco escuro e quente, com 200 km de extensão e vários andares, é enorme. Poucos se arriscam a perder tempo tirando fotos. A saída é um alívio.
O local foi uma base importante para os vietcongues planejarem ataques à então Saigon e criarem bombas contra os norte-americanos. O local foi usado de 1960 a 1975, ano da tomada da capital do Vietnã do Sul, que reunificou o país.
No parque dos túneis há um estande de tiro onde, por US$ 10, é possível praticar tiro ao alvo com armas da época da guerra. Também há demonstrações de armadilhas utilizadas pelos vietcongues na selva.
Os túneis de Cu Chi não são os únicos do Vietnã abertos à visitação. Próximo a Hue (centro do país), há os túneis de Vinh Moc (excursões a partir de US$ 15), na zona desmilitarizada, perto da fronteira que dividiu o Vietnã em Norte e Sul.
Esses túneis, com extensão de 2,8 km, são um pouco mais largos do que seus similares de Cu Chi. O diferencial é que em Vinh Moc o buraco sob o solo foi utilizado como moradia por 60 famílias entre 1966 e 1972.
Em função disso, seus corredores chegaram a abrigar até um cinema improvisado. E, em espaço pouco menor do que um banheiro, funcionou a maternidade subterrânea. Nela nasceram 17 crianças durante o conflito. (ADALBERTO LEISTER FILHO)


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