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Peso extra pode inviabilizar a viagem
Turista que voltava de Berlim teve de abrir mala e passar parte do peso para bagagem de mão para poder viajar
Anac antevê que as companhias aéreas podem vetar excesso de bagagem e até mandar malas num outro vôo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Partindo do Brasil para
uma viagem internacional, o
passageiro de classe econômica pode levar duas malas
de até 32 kg cada uma. Quem
excede pode ser surpreendido de duas formas: tendo de
pagar pelo peso que está levando a mais ou tendo de se
livrar de parte da bagagem.
Foi o que aconteceu com a
agente de viagens Gabriela
David, 26. "Passei um mês
em Berlim fazendo um curso
de alemão. Na volta, a primeira mala passou, mas a segunda, que estava pesando
35 kg, foi barrada", conta.
"A atendente do check-in
da Air France explicou que
eu não poderia pagar o excesso de bagagem e teria de
me livrar do excedente de alguma maneira", lembra. Gabriela perguntou o motivo e a
funcionária alegou "questões de segurança".
A solução foi retirar os três
quilos excedentes e levar na
mão. "Como trabalho com
empresas aéreas, sei que regra é regra, mas agora tomo
mais cuidado e levo uma mochila de mão maior", diz.
Adyr da Silva, ex-presidente da Infraero e professor
da Universidade de Brasília,
explica que as companhias
precisam levar em conta o
chamado "cálculo de centro
de gravidade", para a aeronave ficar balanceada, e que
essa conta é fechada pouco
tempo antes da decolagem.
"Se entrar mais peso tem
de haver recálculo", explica.
A Anac também antevê que a
companhia aérea poderá negar o excesso de bagagem ou
transportá-la noutro vôo, em
respeito às normas de segurança sobre o peso máximo
de decolagem.
A estudante de direito Renata Hollanda, 23, ganhou
uma bolsa para estudar em
Portugal em 2008. Na hora
de voltar ao Brasil comprou
uma terceira mala e colocou
uma das suas dentro dela.
"Os funcionários da TAP
me disseram que não podia
passar dos 32 kg e que eu teria de levar as três malas separadamente. Por sorte eu tinha essa terceira mala, mas
elas ficaram pesadas e eu
ainda tive que pagar 150 pelo excesso."
(ANDRÉ ZARA)
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