São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2011

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Capela marca local em que príncipe foi achado morto

Ao lado do herdeiro Rodolfo estava o corpo da amante de apenas 17 anos

Oficialmente, Rodolfo matou Maria Vetsera e cometeu suicídio, mas tragédia que abalou o império é controversa

DO ENVIADO A VIENA

Além de inspirar os amantes da natureza e da música, a região dos bosques de Viena ainda ocupa o imaginário da população local como palco de uma tragédia que sacudiu o império Habsburgo.
A excursão pela região tem parada obrigatória na capela do convento das Carmelitas, em Mayerling, que foi construída no mesmo lugar em que o príncipe herdeiro Rodolfo e sua amante foram encontrados mortos, no dia 30 de janeiro de 1889.
A história é controversa. Embora haja desconfiança entre os que relatam o caso, oficialmente o filho do imperador Francisco José 1º atirou na amante, a baronesa Maria Vetsera, e na sequência cometeu suicídio.
Um drama amoroso ou político? A resposta depende sempre da simpatia do narrador pela figura do príncipe.
Rodolfo vivia às turras com o pai e com a mulher, a princesa Estefânia, da Bélgica, com quem teve uma filha. O príncipe tinha dificuldade em dialogar com o imperador, que não compartilhava de suas ideias liberais e impedia que ele participasse das decisões políticas e militares

CRISE
Era um tempo de crise causada pelo nacionalismo. Rodolfo propunha acabar com o pacto entre Áustria e Alemanha e começar uma aproximação com a França, a Inglaterra e a Rússia. Essa atitude provocou violentos ataques do partido nacionalista alemão.
Meses antes de sua morte, Rodolfo já demonstrava problemas de depressão, que eram agravados pelo consumo de drogas e de álcool.
Mas por que morrer ao lado da amante? Para expor e castigar o imperador, talvez.
Rodolfo havia pedido a anulação do casamento com a princesa Estefânia, mas sua solicitação foi negada. Maria Vetsera, que na época tinha apenas 17 anos, teria entendido então que só a morte garantiria a ela a possibilidade de ter o amor que havia escolhido.
Quem primeiro rechaçou a hipótese de suicídio foi a própria família, que era católica. Entretanto, uma possível explicação sobre o caso misterioso foi comprometida pelo próprio imperador, que deu ordem para que documentos e cartas que pudessem revelar o motivo da morte do casal fossem destruídos.

CAPELA
A segunda reação do imperador foi mandar destruir também o local da tragédia. Mas, convencido pela mulher, a imperatriz Elisabeth -mais conhecida como Sissi-, mandou construir uma capela no bangalô que ele mesmo havia dado ao filho, para que a morte do príncipe Rodolfo fosse lembrada em um lugar no qual as pessoas pudessem orar por ele.
O altar maior da capela está exatamente onde ficava o aposento em que os corpos de Rodolfo e Maria foram encontrados.
A pintura no altar mostra a penitência de um suicida. No centro, há imagens de são José, santo Estêvão, patrono da Hungria, e são Leopoldo, patrono da Áustria. A família imperial também está representada no altar.
Numa sala ao lado, deparamo-nos com o túmulo de Maria Vetsera, violado e roubado durante a Primeira Guerra Mundial.
Os restos mortais da jovem, entretanto, foram guardados no cemitério do Povo, localizado em Heiligenkreuz, que fica a poucos quilômetros de Mayerling.
Os restos mortais do príncipe Rodolfo estão na cripta imperial, guardada na capital, Viena. (FABIO MARRA)



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