São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Abadia preserva memórias de dinastia

Heiligenkreuz, na Baixa Áustria, contém os túmulos de quatro governantes e do último homem dos Babenberger

Área entre povoado e Klosterneuburg, onde fica mosteiro, delimita rota do vinho de Viena, com diversas tabernas

DO ENVIADO A VIENA

Dois centros religiosos localizados na região da Baixa Áustria surgiram por determinação do marquês Leopoldo 3º (1073-1136), o fundador da cidade de Viena.
Influenciado pelo filho Otto -monge e, mais tarde, também bispo de Freising, na região da Baviera-, Leopoldo 3º apostou não só na espiritualidade como também nos conhecimentos sobre agricultura e silvicultura atribuídos aos religiosos da Ordem dos Cistercienses (movimento de reforma do monarquismo beneditino).
Em 1133, o marquês cedeu terrenos dos bosques silvestres da cidade de Viena para que os monges pudessem se instalar e também trabalhar na região.
Foram construídos, então, o mosteiro de Klosterneuburg e a abadia de Heiligenkreuz.
O investimento deu certo. Klosterneuburg se tornou um dos maiores centros espirituais da Áustria, e Heiligenkreuz é considerado o maior mosteiro cisterciense da Europa.
Leopoldo 3º morreu em 1136. Seu corpo foi enterrado em Klosterneuburg.
No ano de 1485, o marquês foi canonizado.

A ABADIA
Na abadia Heiligenkreuz está guardado um dos pedaços ditos da cruz em que Jesus Cristo foi crucificado.
A relíquia, que possui 23,5 centímetros, foi doada em 1188 pelo duque Leopoldo 5º, neto de Leopoldo 3º, o fundador do templo.
A abadia e a igreja foram construídas no ano de 1133, inicialmente em estilo romano, mas foram concluídas no estilo gótico.
No interior, a sala das Fontes é um exemplo fiel ao estilo gótico. A sala tem nove lados. Os vitrais mostram figuras da dinastia dos Babenberger, a mais antiga da Áustria.
Memórias dessa dinastia são guardadas na sala do Capítulo, a mais importante da abadia. Lá, é possível ver o túmulo do último homem dos Babenberger -ele foi morto na guerra contra os húngaros, no ano de 1246.
O espaço guarda também os túmulos de quatro governantes da dinastia dos Babenberger: o marquês Leopoldo 4º, o duque Leopoldo 5º e os duques Frederico 1º e Frederico 2º, o Belicoso.
O turista ainda pode observar afrescos do século 18, os quais revelam cenas da história da dinastia.
No corredor, vitrais sem cores de 1830 envolvem a área dividida por arcos, usada como dormitório pelos monges até o século 17.
Na igreja, o formato de três naves destaca o estilo romano. Mas observe: os bancos utilizados pelos religiosos expõem o barroco nas cenas da Paixão de Cristo talhadas na madeira.
As missas na igreja são rezadas em canto gregoriano. O órgão, com 3.000 tubos, data de 200 anos atrás.
Hoje, 86 monges vivem no mosteiro. De vez em quando, eles interagem com os visitantes, mas o contato não é frequente.

VINHOS
Atualmente, a região entre Klosterneuburg e Heiligenkreuz delimita a rota do vinho de Viena.
Entre os dois povoados fica Perchtoldsdorf. Lá, é possível degustar o vinho local em diversas tabernas espalhadas pela região.
Os vinhos dos dois vales são listados entre os chamados "vinhos finos de primeira classe".
A poucos quilômetros está localizado o povoado de Gumpoldskirchem. O local é famoso entre os apreciadores de vinho branco.
De acordo com a época, os visitantes são convidado a entrar nas casas de Gumpoldskirchem para degustar as bebidas que foram produzidas na última safra da região. (FABIO MARRA)



Texto Anterior: Pacotes que incluem Viena
Próximo Texto: Planet@ letra: Clique em cinco sites e viaje à Cidade do Cabo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.