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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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AVIAÇÃO

País quer dobrar número de visitantes estrangeiros até 2010 com apoio de companhias aéreas na campanha "Yokoso! Japan"

Pool promove turismo no Japão em 2004

DO ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

A Star Alliance anunciou em Tóquio que, pela primeira vez, uma aliança de companhias aéreas apóia uma política de governo que visa atrair turistas internacionais: a campanha "Yokoso! Japan" (bem-vindo ao Japão).
Nobuteru Ishihara, ministro do Interior, da Infra-estrutura e dos Transportes do Japão, teve passagem meteórica pelo evento que, dia 6, reuniu 15 presidentes de linhas aéreas e foi dirigido por Jaan Albrecht, presidente da aliança.
Já o detalhamento das explicações do plano ficou por conta de Yoji Ohashi, presidente da companhia aérea All Nippon Airways (ANA), e mentor do plano que quer dobrar o número de visitantes estrangeiros no país (hoje em torno de 5 milhões/ano) até 2010.
Admitindo que o Japão precisa traduzir letreiros e procedimentos para atrair turistas de outros países, Ohashi afirmou: "Estamos nos perguntando onde está o nosso charme, e ele certamente está na cultura e na tradição nipônicas, nas comidas que ganharam o mundo, nos nossos vibrantes festivais", disse o presidente da ANA, adiantando que o governo aporta no ato US$ 18 milhões na campanha "Yokoso! Japan".
Para o executivo da empresa aérea japonesa ANA, que se associou à Star Alliance em 1999, não falta no Japão "censo de hospitalidade". Mas, segundo Ohashi, o país precisa, além de traduzir seus sinais e sistemas de trem e metrô, diminuindo a barreira da língua, melhorar a infra-estrutura. Já a Star Alliance atuará com seu poder de rede mundial, zelando para a máxima eficiência nas conexões, dado o isolamento do país.

Perspectivas
Outro dos palestrantes, Wolfgang Mayrhuber, da alemã Lufthansa, afirmou que a Star Alliance completa sete anos como quem vive um casamento. "Mas sem a coceira dos sete anos", disse, ironizando a tendência que os matrimônios têm de entrar em crise nessa idade. "Nosso casamento frutifica, estamos realmente ligados, chegamos a mais lugares que as alianças concorrentes e com mais eficiência", alfinetou.
Presente ao evento, Alberto Fajerman, vice-presidente operacional da Varig -que atualmente não tem presidente e, sim, um comitê executivo formado por vice-presidentes- comentou a iniciativa da Star Alliance em promover o turismo no Japão em 2004 com otimismo redobrado. Segundo ele, "a campanha ajuda a Varig a recuperar o mercado nos vôos que faz ao país", pois a exigência de visto de trânsito para nipo-brasileiros pelos EUA significou na prática evasão de passageiros nos vôos que, via Los Angeles, a Varig opera para o Japão, um dos destinos mais tradicionais da empresa.
Mas Fajerman gostou da idéia a ponto de sonhar que a Star Alliance pensasse na alternativa de incentivar o turismo receptivo internacional brasileiro em 2005.
Com relação à fusão Varig/ TAM, anunciada como condição para aporte de capitais pelo governo brasileiro na empresa que nasceria do casamento de ambas (que ora operam em "code-share"), Fajerman diz que "nada mudou". Mas é menos incisivo num horizonte em que a operação parece descartada nos bastidores pelas duas companhias.
Fajerman comentou ainda que a estratégia da Star Alliance no mundo deve mirar os chamados "pontos brancos", países ou regiões do globo onde as linhas aéreas não têm grande presença.
"A Varig tem interesse em voar para a China", disse, mencionando ainda África do Sul, Índia, Angola e Moçambique como virtuais futuros destinos da empresa.
Com relação à China, onde a Varig mantém conversações seja com o governo, com quem assinou memorando de intenções, seja com a Air China, que pode vir a integrar a Star Alliance, Fajerman faz contas e diz que o país tem 1,3 bilhão de habitantes -e que 1% da população representa 13 milhões de passageiros viajando.
"Se 0,1% dos chineses vierem ao Brasil anualmente, aumentaremos o número de turistas estrangeiros no país significativamente." Pequim ou Xangai? A dúvida deve ser resolvida pela Varig até o final deste ano, prazo em que a empresa deve abrir escritório na China. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o país em meados de abril de 2004.
(SILVIO CIOFFI)


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