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AVIAÇÃO
País quer dobrar número de visitantes estrangeiros até 2010 com apoio de companhias aéreas na campanha "Yokoso! Japan"
Pool promove turismo no Japão em 2004
DO ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO
A Star Alliance anunciou em
Tóquio que, pela primeira vez,
uma aliança de companhias aéreas apóia uma política de governo que visa atrair turistas internacionais: a campanha "Yokoso! Japan" (bem-vindo ao Japão).
Nobuteru Ishihara, ministro do
Interior, da Infra-estrutura e dos
Transportes do Japão, teve passagem meteórica pelo evento que,
dia 6, reuniu 15 presidentes de linhas aéreas e foi dirigido por Jaan
Albrecht, presidente da aliança.
Já o detalhamento das explicações do plano ficou por conta de
Yoji Ohashi, presidente da companhia aérea All Nippon Airways
(ANA), e mentor do plano que
quer dobrar o número de visitantes estrangeiros no país (hoje em
torno de 5 milhões/ano) até 2010.
Admitindo que o Japão precisa
traduzir letreiros e procedimentos para atrair turistas de outros
países, Ohashi afirmou: "Estamos
nos perguntando onde está o nosso charme, e ele certamente está
na cultura e na tradição nipônicas, nas comidas que ganharam o
mundo, nos nossos vibrantes festivais", disse o presidente da
ANA, adiantando que o governo
aporta no ato US$ 18 milhões na
campanha "Yokoso! Japan".
Para o executivo da empresa aérea japonesa ANA, que se associou à Star Alliance em 1999, não
falta no Japão "censo de hospitalidade". Mas, segundo Ohashi, o
país precisa, além de traduzir seus
sinais e sistemas de trem e metrô,
diminuindo a barreira da língua,
melhorar a infra-estrutura. Já a
Star Alliance atuará com seu poder de rede mundial, zelando para
a máxima eficiência nas conexões, dado o isolamento do país.
Perspectivas
Outro dos palestrantes, Wolfgang Mayrhuber, da alemã Lufthansa, afirmou que a Star Alliance completa sete anos como quem
vive um casamento. "Mas sem a
coceira dos sete anos", disse, ironizando a tendência que os matrimônios têm de entrar em crise
nessa idade. "Nosso casamento
frutifica, estamos realmente ligados, chegamos a mais lugares que
as alianças concorrentes e com
mais eficiência", alfinetou.
Presente ao evento, Alberto Fajerman, vice-presidente operacional da Varig -que atualmente
não tem presidente e, sim, um comitê executivo formado por vice-presidentes- comentou a iniciativa da Star Alliance em promover
o turismo no Japão em 2004 com
otimismo redobrado. Segundo
ele, "a campanha ajuda a Varig a
recuperar o mercado nos vôos
que faz ao país", pois a exigência
de visto de trânsito para nipo-brasileiros pelos EUA significou na
prática evasão de passageiros nos
vôos que, via Los Angeles, a Varig
opera para o Japão, um dos destinos mais tradicionais da empresa.
Mas Fajerman gostou da idéia a
ponto de sonhar que a Star Alliance pensasse na alternativa de incentivar o turismo receptivo internacional brasileiro em 2005.
Com relação à fusão Varig/
TAM, anunciada como condição
para aporte de capitais pelo governo brasileiro na empresa que
nasceria do casamento de ambas
(que ora operam em "code-share"), Fajerman diz que "nada mudou". Mas é menos incisivo num
horizonte em que a operação parece descartada nos bastidores
pelas duas companhias.
Fajerman comentou ainda que
a estratégia da Star Alliance no
mundo deve mirar os chamados
"pontos brancos", países ou regiões do globo onde as linhas aéreas não têm grande presença.
"A Varig tem interesse em voar
para a China", disse, mencionando ainda África do Sul, Índia, Angola e Moçambique como virtuais
futuros destinos da empresa.
Com relação à China, onde a
Varig mantém conversações seja
com o governo, com quem assinou memorando de intenções, seja com a Air China, que pode vir a
integrar a Star Alliance, Fajerman
faz contas e diz que o país tem 1,3
bilhão de habitantes -e que 1%
da população representa 13 milhões de passageiros viajando.
"Se 0,1% dos chineses vierem ao
Brasil anualmente, aumentaremos o número de turistas estrangeiros no país significativamente." Pequim ou Xangai? A dúvida
deve ser resolvida pela Varig até o
final deste ano, prazo em que a
empresa deve abrir escritório na
China. O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva deve visitar o país
em meados de abril de 2004.
(SILVIO CIOFFI)
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