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BÚSSOLA
Agências apostam em experiências como vôo de caça e passeio de elefante; viagens ficam mais curtas e freqüentes
Roteiros se voltam às grandes emoções
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais viagens de menos dias
com roteiros mais elaborados,
que incluam experiências incomuns. Quando o assunto é para
onde aponta a bússola das tendências, a direção é passeios que
vão de vôo de balão a tours guiados por chefs de cozinha.
"Muitos estão cansados dos pacotes "Londres em oito dias" ou
"Madri em oito dias'; buscamos
programação diferenciada", afirma J.Ricardo Brandão, executivo
de contas da Sulamerica Turismo.
A programação pode incluir
prática de ioga na Índia (pela Raidho: www.raidho.com.br) ou
vôo de caça nos EUA, pela Vivere
(www.vivere.com.br).
A tendência da chamada experiência, no entanto, já desfila pelas
passarelas do turismo há algumas
temporadas. A canadense Butterfield & Robinson, com seus roteiros charmosos, que incluem pedaladas e trajetos a pé por todos
os continentes, tem 40 anos de estrada. A chilena Explora desenvolve travessias que agregam cultura e o modo de viver na América do Sul há dez anos. Um pouco
mais excêntrica, há 20 anos, a britânica Virgin Holidays (www.virginholidays.co.uk), agência de
turismo do excêntrico milionário
Richard Branson, promove viagens como a que leva à Tailândia e
inclui de passeio de elefante a aula
de culinária. Falando em experiência, Branson também é dono
da Virgin Galactic (www.virgingalactic.com), agência de turismo
que promete promover, até o fim
desta década, a primeira excursão
ao espaço da história do turismo.
Mar de rosas
A Folha consultou 25 agentes e
operadores de turismo para saber
o que está em alta e o que está em
baixa entre os viajantes. Além dos
destinos que devem cair na boca
do povo, para o bem e para o mal, eles apontaram as mudanças no comportamento do viajante brasileiro.
As viagens a bordo de navios de
cruzeiros, mercado que se firmou
na última temporada, continuam
sendo a principal aposta e devem
ter, no ano que vem, crescimento
de 15 a 20%, segundo Eduardo
Nascimento, presidente da Abremar (Associação Brasileira dos
Representantes de Empresas Marítimas). Os navios também chegarão para a temporada 2006/
2007 mais cedo. E o viajante que
fez seu primeiro cruzeiro e gostou
começa, agora, a buscar transatlânticos que naveguem por outras águas.
O turista também não aceita
mais qualquer coisa. "Ele está
aprendendo a ser exigente", afirma Marcelo Barone, diretor comercial da RCA. Com isso, hotéis,
pousadas e resorts de luxo são
apontados por muitos como as
vedetes do ano.
Essa exigência também está relacionada com a vivência do brasileiro, que faz cada vez mais viagens. Com o hábito de viajar, o
cliente quer algo "diferente".
A Soft Travel oferece hospedagens em castelos na França. A diária para o casal custa, em média,
US$ 130 -inferior à de hotéis.
As novidades no trato do roteiro não são exclusivas de agências
que atendem público mais endinheirado. A principal cartada da
TAM Viagens em 2006 é "a mudança do enfoque das viagens como experiência", afirma o diretor
Sylvio Ferraz. Um dos lançamentos da empresa é um final de semana gastronômico em São Paulo, no qual o turista vai às compras no Mercado Municipal com
o chef do hotel e, à noite, seu jantar será feito com os ingredientes
comprados por ele mesmo.
(HELOISA LUPINACCI, MARGARETE MAGALHÃES E JULIANA DORETTO)
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