São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Próximo Texto | Índice

BÚSSOLA

Agências apostam em experiências como vôo de caça e passeio de elefante; viagens ficam mais curtas e freqüentes

Roteiros se voltam às grandes emoções

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Mais viagens de menos dias com roteiros mais elaborados, que incluam experiências incomuns. Quando o assunto é para onde aponta a bússola das tendências, a direção é passeios que vão de vôo de balão a tours guiados por chefs de cozinha.
"Muitos estão cansados dos pacotes "Londres em oito dias" ou "Madri em oito dias'; buscamos programação diferenciada", afirma J.Ricardo Brandão, executivo de contas da Sulamerica Turismo.
A programação pode incluir prática de ioga na Índia (pela Raidho: www.raidho.com.br) ou vôo de caça nos EUA, pela Vivere (www.vivere.com.br).
A tendência da chamada experiência, no entanto, já desfila pelas passarelas do turismo há algumas temporadas. A canadense Butterfield & Robinson, com seus roteiros charmosos, que incluem pedaladas e trajetos a pé por todos os continentes, tem 40 anos de estrada. A chilena Explora desenvolve travessias que agregam cultura e o modo de viver na América do Sul há dez anos. Um pouco mais excêntrica, há 20 anos, a britânica Virgin Holidays (www.virginholidays.co.uk), agência de turismo do excêntrico milionário Richard Branson, promove viagens como a que leva à Tailândia e inclui de passeio de elefante a aula de culinária. Falando em experiência, Branson também é dono da Virgin Galactic (www.virgingalactic.com), agência de turismo que promete promover, até o fim desta década, a primeira excursão ao espaço da história do turismo.

Mar de rosas
A Folha consultou 25 agentes e operadores de turismo para saber o que está em alta e o que está em baixa entre os viajantes. Além dos destinos que devem cair na boca do povo, para o bem e para o mal, eles apontaram as mudanças no comportamento do viajante brasileiro.
As viagens a bordo de navios de cruzeiros, mercado que se firmou na última temporada, continuam sendo a principal aposta e devem ter, no ano que vem, crescimento de 15 a 20%, segundo Eduardo Nascimento, presidente da Abremar (Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas). Os navios também chegarão para a temporada 2006/ 2007 mais cedo. E o viajante que fez seu primeiro cruzeiro e gostou começa, agora, a buscar transatlânticos que naveguem por outras águas.
O turista também não aceita mais qualquer coisa. "Ele está aprendendo a ser exigente", afirma Marcelo Barone, diretor comercial da RCA. Com isso, hotéis, pousadas e resorts de luxo são apontados por muitos como as vedetes do ano.
Essa exigência também está relacionada com a vivência do brasileiro, que faz cada vez mais viagens. Com o hábito de viajar, o cliente quer algo "diferente".
A Soft Travel oferece hospedagens em castelos na França. A diária para o casal custa, em média, US$ 130 -inferior à de hotéis.
As novidades no trato do roteiro não são exclusivas de agências que atendem público mais endinheirado. A principal cartada da TAM Viagens em 2006 é "a mudança do enfoque das viagens como experiência", afirma o diretor Sylvio Ferraz. Um dos lançamentos da empresa é um final de semana gastronômico em São Paulo, no qual o turista vai às compras no Mercado Municipal com o chef do hotel e, à noite, seu jantar será feito com os ingredientes comprados por ele mesmo.
(HELOISA LUPINACCI, MARGARETE MAGALHÃES E JULIANA DORETTO)

Próximo Texto: Turismo cresce 5,5%; África é surpresa mundial
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.