|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARNAVAL
Festa que tinha 12 dias é vista como oportunidade de trazer dinheiro e ânimo à cidade arrasada pelo Katrina
Nova Orleans faz Mardi Gras de oito dias
DA REDAÇÃO
Quase seis meses após a passagem do furacão Katrina, que arrasou Nova Orleans em 29/8, o Mardi Gras, tradicional Carnaval dessa cidade, terá a missão de encher
as ruas de turistas e de ânimo.
A cidade precisa de uma celebração bem-sucedida, para dar
um empurrão em sua economia,
que ainda não se recuperou, e um
refresco aos seus habitantes.
"O Mardi Gras é uma bússola",
afirma Marie Stocker, ex-moradora da cidade. "A festa é o normal para a cidade, e todos querem
um pouco de normalidade."
A festa costumava receber mais
de 1 milhão de pessoas e gerava
cerca de US$ 1 bilhão para a economia local. Mas, para este ano,
ninguém sabe o que esperar.
Por causa do orçamento restrito, o Mardi Gras de 2006 já foi reduzido de seus usuais 12 dias ou
mais para apenas oito, culminando em 28/2, dia do Mardi Gras
propriamente dito, que quer dizer
Terça-Feira Gorda. Pela primeira
vez a cidade está procurando patrocinadores para assinar a festa.
Nova Orleans espera uma injeção de dinheiro comparável à do
Superbowl de 2002, que aconteceu na cidade: US$ 400 milhões.
Turistas têm dificuldades ao fazer planos. Quartos de hotel estavam, até terça, ocupados por desabrigados. No começo desta semana, o corte da verba que pagava abrigo para essas pessoas causou o despejo de 12 mil famílias.
Até então, dos 38 mil quartos de
que a cidade dispunha antes do
furacão, 22 mil estavam em condições de uso. Desses, 14 mil estavam ocupados por desabrigados e
por funcionários dos trabalhos de
recuperação da cidade.
Frank Quinn, diretor de vendas
da New Orleans Fine Hotels Inc.,
que tem dez hotéis na cidade, diz
que a companhia está trabalhando com 2.000 quartos para o Mardi Gras, enquanto tenta terminar
a recuperação de outros fechados
desde a passagem do furacão.
"Estamos detectando uma forte
demanda para o Mardi Gras e para dias normais também", diz
Quinn. "As pessoas querem vir
para cá, ver a cidade, apoiá-la e
ver a devastação."
O aeroporto internacional
Louis Armstrong, que hoje controla menos da metade dos 166
vôos diários de antes do furacão,
espera mais trabalho.
A Southwest Airlines, principal
companhia a voar para a cidade
antes do Katrina, irá operar 18
vôos ligando Nova Orleans a Orlando (Flórida), Houston e Dallas
(Texas), de 24 de fevereiro a 4 de
março, para dar conta dos viajantes que vão ao Mardi Gras.
A gastronomia local também
está lutando para recuperar seu
espaço. Antes da tempestade, Nova Orleans tinha 3.414 restaurantes, que geravam US$ 2,1 bilhões
em vendas anualmente, de acordo com a associação de restaurantes de Louisiana. Desde o Katrina,
apenas um quarto desses restaurantes reabriu, segundo a associação. O crítico de restaurantes
Tom Fitzmorris contabiliza 140
restaurantes de portas abertas
atualmente, com menus e horários limitados.
Origem
O Mardi Gras chegou a Nova
Orleans em 1699 com os franceses, que fizeram a primeira edição
da festa às margens do rio Mississippi. Foram criadas "krewes",
organizações locais, que promovem paradas e bailes. A data pode
cair entre os dias 3 de fevereiro e 9
de março e é comemorada 47 dias
antes do domingo de Páscoa. As
cores do festival são roxo (representando a justiça), verde (fé) e
dourado (poder).
Informações - www.NewOrleansOnline.com
Texto Anterior: Sem cair no samba: Últimas vagas em pacotes atingem diferentes bolsos Próximo Texto: Batuque: Calipso caribenho balança ingleses Índice
|