São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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TERRAS ALTAS

Burns dá o tom da agenda cultural

Celebração dos 250 anos de nascimento do poeta nacional escocês inclui eventos durante todo o ano

DA REDAÇÃO

O destino literário mais famoso do Reino Unido é a Irlanda, que legou ao mundo autores como James Joyce e William Butler Yeats, mas a Escócia não deixa de celebrar seus talentos da literatura com requintes de tradição. Um exemplo é a "Burns Night" (noite de Burns), costume estabelecido poucos anos após a morte do poeta Robert Burns, em 1796.
Assim como Shakespeare, conhecido como "o bardo de Avon", ou simplesmente "o bardo", é tido como o poeta nacional da Inglaterra, Burns, o "bardo de Alloway", é considerado o poeta nacional escocês. O aniversário de 250 anos de seu nascimento, no último dia 25 de janeiro, é motivo de comemorações e eventos relacionados a Burns durante o ano todo.
Da mesma maneira que o "Bloomsday", que celebra a obra "Ulisses", de Joyce, em 16 de junho (data da odisséia do personagem Leopold Bloom), em vários locais do mundo, a "Burns Night", comemorada em 25 de janeiro, é um ritual seguido por fãs do poeta dentro e fora da Escócia.
A comemoração inclui o "Burns Supper" (jantar de Burns), no qual não podem faltar dois símbolos do país, o uísque e o haggis, prato tradicional escocês que consiste em bucho de carneiro recheado com vísceras do animal moídas preparadas na farinha de aveia.
A degustação do prato é antecedida pela leitura do poema "Address to a Haggis". Na época de Burns, o haggis era popular entre os pobres, por ser barato e feito de restos do animal.
A lista de autores escoceses consagrados vai muito além de Burns. Inclui, por exemplo, sir Walter Scott (1771-1832), considerado o inventor do romance histórico, sir James Barrie (1860-1937), criador de Peter Pan, Robert Louis Stevenson (1850-1894; leia abaixo), autor de "O Médico e o Monstro" (1886), e sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), pai de Sherlock Holmes.
Já Edwin Morgan, nascido em 1920 e considerado o maior poeta escocês vivo, é uma figura significativa da poesia concreta, e traduziu poemas de Edgard Braga, Haroldo de Campos e Pedro Xisto para o inglês. Uma amostra de seu trabalho pode ser lida em "Na Estação Central", (Editora UnB, 2006), edição bilíngue com tradução de Virna Teixeira.


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