|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TERRAS ALTAS
Burns dá o tom da agenda cultural
Celebração dos 250 anos de nascimento do poeta nacional escocês inclui eventos durante todo o ano
DA REDAÇÃO
O destino literário mais famoso do Reino Unido é a Irlanda, que legou ao mundo autores
como James Joyce e William
Butler Yeats, mas a Escócia não
deixa de celebrar seus talentos
da literatura com requintes de
tradição. Um exemplo é a
"Burns Night" (noite de Burns),
costume estabelecido poucos
anos após a morte do poeta Robert Burns, em 1796.
Assim como Shakespeare,
conhecido como "o bardo de
Avon", ou simplesmente "o
bardo", é tido como o poeta nacional da Inglaterra, Burns, o
"bardo de Alloway", é considerado o poeta nacional escocês.
O aniversário de 250 anos de
seu nascimento, no último dia
25 de janeiro, é motivo de comemorações e eventos relacionados a Burns durante o ano
todo.
Da mesma maneira que o
"Bloomsday", que celebra a
obra "Ulisses", de Joyce, em 16
de junho (data da odisséia do
personagem Leopold Bloom),
em vários locais do mundo, a
"Burns Night", comemorada
em 25 de janeiro, é um ritual seguido por fãs do poeta dentro e
fora da Escócia.
A comemoração inclui o
"Burns Supper" (jantar de
Burns), no qual não podem faltar dois símbolos do país, o uísque e o haggis, prato tradicional
escocês que consiste em bucho
de carneiro recheado com vísceras do animal moídas preparadas na farinha de aveia.
A degustação do prato é antecedida pela leitura do poema
"Address to a Haggis". Na época
de Burns, o haggis era popular
entre os pobres, por ser barato
e feito de restos do animal.
A lista de autores escoceses
consagrados vai muito além de
Burns. Inclui, por exemplo, sir
Walter Scott (1771-1832), considerado o inventor do romance histórico, sir James Barrie
(1860-1937), criador de Peter
Pan, Robert Louis Stevenson
(1850-1894; leia abaixo), autor
de "O Médico e o Monstro"
(1886), e sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), pai de Sherlock
Holmes.
Já Edwin Morgan, nascido
em 1920 e considerado o maior
poeta escocês vivo, é uma figura
significativa da poesia concreta, e traduziu poemas de Edgard Braga, Haroldo de Campos e Pedro Xisto para o inglês.
Uma amostra de seu trabalho
pode ser lida em "Na Estação
Central", (Editora UnB, 2006),
edição bilíngue com tradução
de Virna Teixeira.
Texto Anterior: Terras altas: Pacotes Próximo Texto: Calendário: Veja os principais eventos deste ano Índice
|