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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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SEM FRONTEIRAS

Exotismo, menos burocracia e sensação de segurança põem outros países como opção de estudo no exterior

África do Sul e Malta flertam com brasileiros

DA REPORTAGEM LOCAL

É difícil ocupar o pódio que pertence ao Canadá, aos EUA e à Oceania, que ainda têm a preferência dos brasileiros ao decidirem por um curso de inglês. Destinos como Malta, África do Sul e Irlanda, apesar de serem menos conhecidos e almejados, tornaram-se opções interessantes. Além de estarem longe do olho do furacão - da Sars (sigla em inglês para a síndrome respiratória aguda grave), que afetou o fluxo para Toronto (Canadá), e da dificuldade ou da burocracia em obter visto para os EUA ou para a Austrália-, esses países batem os campeões nas modalidades preço, exotismo e chance de trabalho.
A opção por um ou outro canto do mundo depende do bolso, do perfil e do tempo disponível que os estudantes têm para aprender ou aperfeiçoar a língua.
A África do Sul, por exemplo, tem o preço a seu favor. Por quatro semanas, com passagem aérea e acomodação em casa de família, com meia-pensão, na Cidade do Cabo, paga-se US$ 1.480 (veja algumas opções de cursos ao lado).
Localizada no mar Mediterrâneo, perto da Itália, Malta é uma boa pedida para cursos de pequena duração. Por ser uma ilha, alivia a tensão de pais preocupados com o terrorismo.
Outro destino alternativo, a Irlanda se adequa a "pessoas seguras", diz Tereza Fulsaro, gerente da CI, e oferece maior facilidade de trabalho. Aliás, é a procura por trabalho remunerado no exterior que mais cresce dentro das operadoras, segundo Patrícia Zocchio, da Experimento.
Apesar da entrada de novos competidores, os campeões não perderão a majestade.
"O Canadá é o top, tem tarifas baixas e cursos de qualidade", diz Eduardo Camargo, presidente da Belta (associação que reúne 50 empresas de intercâmbio). Toronto, que enfrenta o problema da Sars, tem sido trocada por Vancouver, na Costa Oeste.
O movimento para a Austrália, que tomou a liderança das mãos dos EUA depois dos atentados de 2001 no quesito interesse de brasileiros -37,6%, segundo pesquisa da Belta de 2002-, deve aumentar. Quem opta pela Oceania busca cursos mais longos, com estada de no mínimo seis meses, para compensar o preço do bilhete aéreo (cerca de US$ 1.300).
Nos EUA, Boston é o local preferido de jovens executivos, com idades de 25 a 35 anos. A EF, por exemplo, abriu neste ano um curso de MBA, cuja duração é de um ano. Já na Costa Oeste, as coqueluches são cidades californianas, San Diego, Santa Barbara e San Francisco, caras aos brasileiros devido ao clima, festas e turismo.

Outras línguas e cursos
As operadoras ampliaram a oferta de cursos, além dos de "high school". As possibilidades vão de estágios remunerados e cursos de canto, à especialização. "Já vi até de cabeleireiro de petshop", diz Alfredo Spínola, diretor da Wind.
Depois do inglês, o curso de espanhol é o segundo mais procurado. "O espanhol está estourando. Estamos organizando grupos de escolas de ensino médio para a Espanha", diz Zocchio. "Os estudantes nem pensam em ir para a América do Sul", revela Christina Bicalho, diretora da STB, pois nos cursos na Argentina e no Uruguai há muitos brasileiros.



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