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FIM DE SEMANA / PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA - 256 KM DE SP
Frio espanta banho, mas convida a chalés
Como o inverno não incita a conhecer as cachoeiras da parte baixa da reserva, hotéis atraem turista com gastronomia e lareira
JULIANA DORETTO
ENVIADA ESPECIAL A ITATIAIA (RJ)
Para o visitante que chega ao
Parque Nacional do Itatiaia durante a noite, a primeira atitude a
tomar é olhar para cima. O estrelado céu da área de proteção ambiental, incrustada na divisa entre
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas
Gerais, faz o turista lembrar que
está longe da poluição das capitais. Seja São Paulo, a apenas 256
km de lá, ou Rio, distante 175 km.
Em suas menores altitudes (cuja
entrada está no município fluminense de Itatiaia), o parque presenteia o forasteiro com cachoeiras e piscinas naturais e o acolhe
em cinco hotéis, construídos dentro da reserva. Na parte alta, o
principal chamariz é o pico das
Agulhas Negras (com 2.787 m),
ao qual se chega pela cidade mineira de Itamonte.
O "penhasco cheio de pombas"
ou Itatiaia, em linguagem indígena, era propriedade do Visconde
de Mauá (1813-1889) até ser vendido ao governo, que o transformou, em 1908, em núcleos de colonização. Como as terras da região não eram ideais para a agricultura, a área acabou se tornando uma estação biológica em 1929
e, em 1937, o primeiro parque nacional do país.
O frio desta época do ano não
impede que o turista chegue, por
trilhas de certa dificuldade, às
quedas-d'água da parte baixa.
Mas são (muito) poucos os que
enfrentam a água (bem) gelada.
Ainda assim, contemplar a harmonia desse cenário natural vale
o esforço de subir 260 metros ou
520 metros até as cachoeiras Véu
da Noiva e do Itaporani (respectivamente) -escalando terra molhada e pedras escorregadias.
Para atingir a piscina Poranga, o
caminho é mais fácil, já que é preciso descer 400 metros. Mas não
se esqueça de que é preciso voltar,
e a subida é, literalmente, de tirar
o fôlego de qualquer um.
No quentinho
Se o frio da serra não é bom parceiro para a água, as baixas temperaturas são aliadas dos hotéis
do parque. Para arrematar a vontade de ficar abrigado e ao lado da
lareira, os hoteleiros oferecem festanças gastronômicas até agosto.
Para quem viaja com a família, a
melhor opção é a pousada Aldeia
dos Pássaros, que oferece, além de
duas piscinas naturais, chalés
com sala, quarto de casal e uma
cozinha (pena que desativada,
mas ao menos com pia).
Apaixonados em busca de sossego podem escolher entre os
chalés dos hotéis do Ypê, Cabanas
de Itatiaia e Donati. No caso do
primeiro, esqueça o regime e se
entregue à boa comida do restaurante. No segundo, acorde mais
cedo, abra a janela e espere a visita
dos simpáticos macacos que aparecem por lá.
Aos aventureiros, vale sair das
fronteiras do parque e se hospedar no chalés Terra Nova (a 2 km
da guarita), que apimenta a hospedagem com tirolesa e arvorismo (R$ 25, por pessoa). Grupos
ou grandes famílias têm o hotel
Simon, com padrão executivo.
Um inconveniente: para se hospedar no parque é preciso pagar
ingresso, mesmo que a chegada
ocorra quando a área já estiver fechada (são R$ 3 por pessoa, mais
R$ 5 por carro). Aos que vão de
ônibus, os hotéis oferecem traslados a partir de Itatiaia, se o hóspede combinar antes.
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