São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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FIM DE SEMANA / PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA - 256 KM DE SP

Frio espanta banho, mas convida a chalés

Como o inverno não incita a conhecer as cachoeiras da parte baixa da reserva, hotéis atraem turista com gastronomia e lareira

JULIANA DORETTO
ENVIADA ESPECIAL A ITATIAIA (RJ)

Para o visitante que chega ao Parque Nacional do Itatiaia durante a noite, a primeira atitude a tomar é olhar para cima. O estrelado céu da área de proteção ambiental, incrustada na divisa entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, faz o turista lembrar que está longe da poluição das capitais. Seja São Paulo, a apenas 256 km de lá, ou Rio, distante 175 km.
Em suas menores altitudes (cuja entrada está no município fluminense de Itatiaia), o parque presenteia o forasteiro com cachoeiras e piscinas naturais e o acolhe em cinco hotéis, construídos dentro da reserva. Na parte alta, o principal chamariz é o pico das Agulhas Negras (com 2.787 m), ao qual se chega pela cidade mineira de Itamonte.
O "penhasco cheio de pombas" ou Itatiaia, em linguagem indígena, era propriedade do Visconde de Mauá (1813-1889) até ser vendido ao governo, que o transformou, em 1908, em núcleos de colonização. Como as terras da região não eram ideais para a agricultura, a área acabou se tornando uma estação biológica em 1929 e, em 1937, o primeiro parque nacional do país.
O frio desta época do ano não impede que o turista chegue, por trilhas de certa dificuldade, às quedas-d'água da parte baixa. Mas são (muito) poucos os que enfrentam a água (bem) gelada. Ainda assim, contemplar a harmonia desse cenário natural vale o esforço de subir 260 metros ou 520 metros até as cachoeiras Véu da Noiva e do Itaporani (respectivamente) -escalando terra molhada e pedras escorregadias.
Para atingir a piscina Poranga, o caminho é mais fácil, já que é preciso descer 400 metros. Mas não se esqueça de que é preciso voltar, e a subida é, literalmente, de tirar o fôlego de qualquer um.

No quentinho
Se o frio da serra não é bom parceiro para a água, as baixas temperaturas são aliadas dos hotéis do parque. Para arrematar a vontade de ficar abrigado e ao lado da lareira, os hoteleiros oferecem festanças gastronômicas até agosto.
Para quem viaja com a família, a melhor opção é a pousada Aldeia dos Pássaros, que oferece, além de duas piscinas naturais, chalés com sala, quarto de casal e uma cozinha (pena que desativada, mas ao menos com pia).
Apaixonados em busca de sossego podem escolher entre os chalés dos hotéis do Ypê, Cabanas de Itatiaia e Donati. No caso do primeiro, esqueça o regime e se entregue à boa comida do restaurante. No segundo, acorde mais cedo, abra a janela e espere a visita dos simpáticos macacos que aparecem por lá.
Aos aventureiros, vale sair das fronteiras do parque e se hospedar no chalés Terra Nova (a 2 km da guarita), que apimenta a hospedagem com tirolesa e arvorismo (R$ 25, por pessoa). Grupos ou grandes famílias têm o hotel Simon, com padrão executivo.
Um inconveniente: para se hospedar no parque é preciso pagar ingresso, mesmo que a chegada ocorra quando a área já estiver fechada (são R$ 3 por pessoa, mais R$ 5 por carro). Aos que vão de ônibus, os hotéis oferecem traslados a partir de Itatiaia, se o hóspede combinar antes.


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