São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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TUDO "THAI"

Ida a Phi Phi rende tarde em praia cinematográfica

Com acomodações de US$ 10 a US$ 1.000, ilha visitada por casais e mochileiros resume belezas do país

Happy Alex/Shutterstock
Embarcações a motor atracadas nas ilhas Phi Phi

DO ENVIADO ESPECIAL À TAILÂNDIA

Quem nunca sonhou em experimentar a vida entre a montanha e o mar numa ilha tropical paradisíaca?
O arquipélago de Phi Phi (pronuncia-se "pípi"), na região do mar de Andaman, possibilita isso por um preço relativamente acessível para as condições do local.
Apenas em uma das ilhas, Phi Phi Don, há acomodações para os turistas, que precisam gastar sola de sapato -de sandálias havaianas, a rigor. Uma vez que não há carros nem motos, o único meio de transporte em terra para quem não gosta de andar é a bicicleta.
A ilha é uma mostra resumida das variedades que a Tailândia tem a oferecer em termos de turismo e de geografia. Os preços das acomodações vão de US$ 10 a US$ 1.000. E as opções agradam tanto aos mochileiros em suas viagens de meses quanto aos casais em sua semana hedonista em resorts.

Praia cinematográfica
O "centro" de Phi Phi é a vila de Tom Sai. É lá que ficam as praias mais movimentadas, o píer onde chegam os barcos do continente, os restaurantes, as lojas, as escolas de mergulho e os hotéis mais baratos. Lembra a baiana Morro de São Paulo.
Nas outras praias, acessíveis de barco e por trilhas pouco divulgadas localmente, ficam resorts mais caros e exclusivos.
Em geral, o turismo em Phi Phi é mais caro que no resto da Tailândia. Principalmente por causa da energia elétrica. Não há linhas de transmissão entre o arquipélago e o continente. Por isso, toda a energia é produzida por geradores.
Esse custo, aliado ao preço da estiva (embutido em tudo o que se compra lá), torna os preços em Phi Phi entre 10% e 20% mais altos que os demais custos turísticos encontrados na Tailândia. Ainda assim, é barato comparado ao que se vê.
Um dia de passeio de barco de Tom Sai até outras três ilhas, incluindo almoço, equipamento de snorkel e o fim de tarde na enseada do filme "A Praia", estrelado por Leonardo Di Caprio, custa cerca de US$ 20.
A praia, "Maya Beach", fica na ilha de Phi Phi Leh, a cerca de 15 minutos de barco da vila principal. Nessa ilha, não há acomodações. A única edificação é um posto da guarda costeira. Mas é possível reservar passeios de uma noite na praia do filme, com jantar e acampamento incluídos.
Boa parte do que a ficção cinematográfica conta, de fato é mesmo ficção. A proliferação de tubarões nessa área, porém, não é uma delas.
Nos ricos corais em torno de Phi Phi há viveiros de tubarões. Tanto que há mais de um local chamado "Shark Point". O mais exuberante deles fica na enseada de Long Beach. Na maré baixa, basta um snorkel e uma máscara de mergulho para avistar tubarões às dúzias.
Além das praias, a ilha principal chama a atenção por uma montanha, chamada View Point, de onde é possível avistar todo o lado mais urbanizado de Phi Phi Don.
Do outro lado prevalecem os resorts, acessíveis por hidroavião (para quem desembolsar US$ 100 num vôo de 16 minutos a partir de Phuket), por barco e por uma trilha de duas horas a partir do centro.
A trilha é pouco divulgada e ao seu lado há bastante lixo, revelando a dificuldade de manter limpa uma ilha cujos dejetos têm de ser mandados de barco para o continente.
O passeio também choca do ponto de vista da história recente, principalmente na área em que são vistas as ruínas das casas destruídas pelo tsunami.
Ao encontrar residências com as paredes rasgadas como se fossem folhas de papel ladeadas de coqueiros com marcas de água no tronco em altura superior à dos telhados, é possível imaginar a dimensão da onda.
E entender melhor por que em Phi Phi e Phuket há várias indicações de rota de fuga em caso de novo fenômeno similar.
Mas, se o cenário é de filme de romance, o melhor é retomar a caminhada e deixar para trás o palco de cenas de terror. (LUIS FERRARI)


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