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TUDO "THAI"
Ida a Phi Phi rende tarde em praia cinematográfica
Com acomodações de US$ 10 a US$ 1.000, ilha visitada por casais e mochileiros resume belezas do país
Happy Alex/Shutterstock
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Embarcações a motor atracadas nas ilhas Phi Phi
DO ENVIADO ESPECIAL À TAILÂNDIA
Quem nunca sonhou em experimentar a vida entre a montanha e o mar numa ilha tropical paradisíaca?
O arquipélago de Phi Phi
(pronuncia-se "pípi"), na região do mar de Andaman, possibilita isso por um preço relativamente acessível para as condições do local.
Apenas em uma das ilhas, Phi
Phi Don, há acomodações para
os turistas, que precisam gastar
sola de sapato -de sandálias
havaianas, a rigor. Uma vez que
não há carros nem motos, o
único meio de transporte em
terra para quem não gosta de
andar é a bicicleta.
A ilha é uma mostra resumida das variedades que a Tailândia tem a oferecer em termos
de turismo e de geografia. Os
preços das acomodações vão de
US$ 10 a US$ 1.000. E as opções
agradam tanto aos mochileiros
em suas viagens de meses
quanto aos casais em sua semana hedonista em resorts.
Praia cinematográfica
O "centro" de Phi Phi é a vila
de Tom Sai. É lá que ficam as
praias mais movimentadas, o
píer onde chegam os barcos do
continente, os restaurantes, as
lojas, as escolas de mergulho e
os hotéis mais baratos. Lembra
a baiana Morro de São Paulo.
Nas outras praias, acessíveis
de barco e por trilhas pouco divulgadas localmente, ficam resorts mais caros e exclusivos.
Em geral, o turismo em Phi
Phi é mais caro que no resto da
Tailândia. Principalmente por
causa da energia elétrica. Não
há linhas de transmissão entre
o arquipélago e o continente.
Por isso, toda a energia é produzida por geradores.
Esse custo, aliado ao preço da
estiva (embutido em tudo o que
se compra lá), torna os preços
em Phi Phi entre 10% e 20%
mais altos que os demais custos
turísticos encontrados na Tailândia. Ainda assim, é barato
comparado ao que se vê.
Um dia de passeio de barco
de Tom Sai até outras três ilhas,
incluindo almoço, equipamento de snorkel e o fim de tarde na
enseada do filme "A Praia", estrelado por Leonardo Di Caprio, custa cerca de US$ 20.
A praia, "Maya Beach", fica
na ilha de Phi Phi Leh, a cerca
de 15 minutos de barco da vila
principal. Nessa ilha, não há
acomodações. A única edificação é um posto da guarda costeira. Mas é possível reservar
passeios de uma noite na praia
do filme, com jantar e acampamento incluídos.
Boa parte do que a ficção cinematográfica conta, de fato é
mesmo ficção. A proliferação
de tubarões nessa área, porém,
não é uma delas.
Nos ricos corais em torno de
Phi Phi há viveiros de tubarões.
Tanto que há mais de um local
chamado "Shark Point". O mais
exuberante deles fica na enseada de Long Beach. Na maré baixa, basta um snorkel e uma
máscara de mergulho para
avistar tubarões às dúzias.
Além das praias, a ilha principal chama a atenção por uma
montanha, chamada View
Point, de onde é possível avistar todo o lado mais urbanizado
de Phi Phi Don.
Do outro lado prevalecem os
resorts, acessíveis por hidroavião (para quem desembolsar
US$ 100 num vôo de 16 minutos a partir de Phuket), por barco e por uma trilha de duas horas a partir do centro.
A trilha é pouco divulgada e
ao seu lado há bastante lixo, revelando a dificuldade de manter limpa uma ilha cujos dejetos têm de ser mandados de
barco para o continente.
O passeio também choca do
ponto de vista da história recente, principalmente na área
em que são vistas as ruínas das
casas destruídas pelo tsunami.
Ao encontrar residências
com as paredes rasgadas como
se fossem folhas de papel ladeadas de coqueiros com marcas
de água no tronco em altura superior à dos telhados, é possível
imaginar a dimensão da onda.
E entender melhor por que
em Phi Phi e Phuket há várias
indicações de rota de fuga em
caso de novo fenômeno similar.
Mas, se o cenário é de filme
de romance, o melhor é retomar a caminhada e deixar para
trás o palco de cenas de terror.
(LUIS FERRARI)
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