São Paulo, segunda, 16 de novembro de 1998

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SAFÁRI NA ÁFRICA
Corredeiras que fluem até as cataratas de Vitória proporcionam raftings radicais em pequenos botes
Rio Zambezi dá um banho de aventura

na África

As cataratas de Vitória, na fronteira entre Zimbábue e Zâmbia, não são apenas um dos espetáculos mais bonitos -e refrescantes- da África, mas também um centro de esportes radicais que atrai aventureiros de todas as idades e de diversos países.
O maior desafio é certamente descer as corredeiras do rio Zambezi em botes de borracha, o melhor rafting de um dia do mundo.
Um dos maiores rios da África, o Zambezi, largo e caudaloso, flui tranquilamente até chegar à célebre cachoeira. Mas, depois de despencar mais de 90 metros, seu curso é dramaticamente afunilado.
O volume de água, que chega a atingir centenas de milhões de litros por minuto durante a temporada das chuvas, é empurrado para dentro de um profundo e estreito cânion, formando uma sucessão de incríveis corredeiras.
São, ao todo, 24 trechos em que as águas apressadas do Zambezi, impulsionadas por grandes pedras submersas, se levantam em ondas que se cruzam e se chocam, formando redemoinhos.
Entre as corredeiras, há apenas uns minutos de tranquilidade para resgatar os náufragos lançados abruptamente para fora do bote, recuperar o fôlego e enfrentar novamente a fúria das águas.
Embora o perigo de um acidente sério seja pequeno, pois o volume de água atua como um colchão que impede o choque do barco e de seus tripulantes contra as pedras, é uma experiência que exige disposição e razoável forma física.
Por melhor que seja o nadador, não há muito o que fazer quando se é jogado para longe do bote. O jeito é respirar fundo e suportar a sucessão de caldos até ser resgatado por uma das equipes.
Há dois tipos de rafting. Num deles, os tripulantes não remam. Limitam-se a segurar firme numa corda e a obedecer aos comandos de um remador profissional.
No outro, todos remam -e muito- sob os gritos incessantes do líder da equipe, um "rafter" experiente. Com as mãos ocupadas, não há como se segurar na hora do desespero. Só resta remar ainda mais forte, na esperança de se manter dentro do bote.
Seja como for, ao final de uma manhã inteira de esforço e adrenalina, todos se sentem exaustos. E, após um almoço improvisado numa das praias ensolaradas do Zambezi, ainda é preciso subir a escarpa de cerca de 300 metros de altura até a borda do cânion.
Enfim, não é programa para qualquer um. A curto prazo, a consequência é uma considerável dor muscular nas pernas e nos braços. A longo prazo, fica a emoção de ter enfrentado as águas de um dos rios mais furiosos do planeta. (OD)



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