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SAFÁRI NA ÁFRICA
Edificado em cima de árvore, Treetops abrigou a então princesa Elizabeth quando ela se tornou rainha
Hotel tem bunker que exibe jantar de leoas
Hotel Treetops, de cujas janelas e varandas é possível observar os animais selvagens bebendo água à noite
na África
O Quênia é o país mais procurado por viajantes interessados em
conhecer a vida selvagem africana.
O país tem mesmo animais de sobra. Tem também grande variedade de culturas, com aproximadamente 40 milhões de habitantes divididos em cerca de 70 tribos.
O ideal é conhecer o país de carro, numa viagem circular que costuma demorar cerca de sete dias, a
partir da capital, Nairóbi.
Primeiro dia de viagem. Apenas
alguns quilômetros rodados e os
cafezais, principal produto agrícola do Quênia, já dominam a paisagem montanhosa, de um verde
exuberante.
O objetivo é o hotel Treetops, a
cerca de quatro horas, no parque
nacional de Aberdares, situado a
3.500 metros de altura e coberto
por uma densa e úmida floresta.
Construído nos galhos de uma
árvore, o Treetops tornou-se mundialmente famoso porque a então
princesa Elizabeth estava hospedada lá em 6 de fevereiro de 1952,
quando soube da morte de seu pai,
o rei George 6º, e se tornou rainha
da Inglaterra.
Embora a casa original na árvore
tenha sido destruída por um incêndio em 1955, o hotel foi reconstruído, novamente em madeira,
agora sobre pilares e com mais
quartos.
Suspenso sobre uma lamacenta
poça d'água, o hotel oferece uma
experiência única e bem divertida.
Das varandas ou salas envidraçadas, sentado numa poltrona de
couro com uma xícara de chá ou
um copo de uísque na mão, o hóspede assiste ao desfile de animais
que vêm até o lago, durante a noite,
para beber água e lamber os sais
minerais misturados ao barro.
Também há um bunker, parcialmente enterrado no chão, de onde
se pode ver, através de pequenas
janelas, os bichos a uma distância
de pouco mais de um metro.
Na noite em que estive lá, a festa
começou com a chegada de uma
manada de mais de cem búfalos.
Em seguida, seis leoas surgiram e
caçaram um javali.
Após o (nosso) jantar, vieram
três rinocerontes, entre eles um filhote. Quase extintos, estão entre
os animais mais raros da África.
No segundo dia, bem cedo, a viagem continua pela região central
do Quênia, densamente cultivada
e povoada por grupos étnicos vestidos com roupas exóticas e coloridas. Antes do almoço, chega-se ao
lago Naivasha, um descanso na
viagem à reserva de Masai Mara.
A grande atração é o passeio a pé
pela Crescent Island, ilha próxima
ao hotel Lake Naivasha Country
Club, onde centenas de herbívoros
-gnus, zebras, girafas e gazelas-
e diversas espécies de pássaros vivem protegidos dos predadores.
No terceiro dia, a estrada, empoeirada e cheia de buracos, atravessa uma região árida e inóspita.
Surgem os primeiros masais.
Altos e magros, com mantos
quadriculados em tons de vermelho jogados sobre os ombros e enfeites distribuídos por todo o corpo, os membros dessa etnia, uma
das mais famosas do continente
negro, pastoreiam seus rebanhos
de cabras pela planície dourada,
onde também vivem os grandes
gatos selvagens.
(OTÁVIO DIAS)
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