São Paulo, segunda, 16 de novembro de 1998

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SAFÁRI NA ÁFRICA
Arquipélago cheira a cravo e canela e é rodeado por um mar cujos tons lembram os da capital baiana
Zanzibar é uma Salvador muçulmana

Barco a vela ao lado de vestígios de fortaleza em Zanzibar; ilhas têm rica vida submarina Balcões de madeira caracterizam os melhores edifícios da capital na Cidade de Pedra na África

O arquipélago de Zanzibar, na costa da Tanzânia, é uma Salvador muçulmana.
Substitua os terreiros de candomblé, as oferendas para os orixás, as igrejas coloniais e as saias rodadas das baianas por mesquitas, homens vestidos com túnicas brancas e mulheres com lenços coloridos sobre a cabeça.
Mas mantenha intacto o mar em tons de azul e verde, o clima tropical, a atmosfera descontraída e o mercado repleto de peixe fresco e frutas coloridas. E não abra mão da negritude e, principalmente, do cheiro de pimenta no ar.
A apenas 73 km de Dar Assalaam (capital da Tanzânia), distância que pode ser percorrida em rápidos barcos ou de avião, as ilhas são o lugar ideal para descansar depois de um safári pela África.
A população original, de raça negra, veio do continente. Por volta do século 8º, chegaram os primeiros árabes, originários do golfo Pérsico.
Baseados no pequeno arquipélago, os árabes controlavam o comércio de boa parte da costa leste da África.
Enriqueceram com o tráfico de escravos, capturados no continente, e o comércio de especiarias, trazidas da Indonésia.
Em 1832, o sultão Seyyid Said, de Omã, mudou-se para a região e estabeleceu o sultanato de Zanzibar, que durou 134 anos.
Em 1890, as ilhas se tornaram um protetorado britânico, com o sultão submisso à coroa inglesa.
A independência veio em 1963; no ano seguinte foi proclamada a República e, nesse mesmo ano, Zanzibar se uniu à região de Tanganica para formar a Tanzânia.
Assim como a Bahia, Zanzibar tem uma antiga e rica história. Sua população é formada por uma mistura de raças e culturas.
Apesar da forte influência islâmica, os costumes são pouco rígidos. Não chega a ser a folia da Bahia, mas a atmosfera é relaxada.
O centro da capital, também chamada Zanzibar, reúne a maior parte dos edifícios históricos e das casas antigas.
É esse o primeiro programa: zanzar sem compromisso pelas ruelas e becos da Cidade de Pedra, o Pelourinho de Zanzibar.
Outro passeio indispensável é o roteiro das especiarias, cultivadas em fazendas próximas à cidade.
Que tal caminhar pelas verdes plantações e provar cravo e canela, pimenta e noz-moscada, tudo colhido na hora?
Também existem diversas construções do tempo da escravidão, como prisões subterrâneas.
Em Zanzibar, não há leões nem girafas. Mas nas pequenas ilhas e recifes situados bem em frente à capital e em outros pontos, a vida submarina é bem variada.
E tem também praias paradisíacas, perfeitas para tirar do corpo o pó acumulado nas savanas. (OD)



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