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Pedestres sofrem na mão dos motoristas
especial para a Folha
O transporte coletivo ainda é falho. Há poucos ônibus, e o sistema ferroviário não sobreviveu à
guerra civil.
A locomoção mais comum dá-se por táxis coletivos e, sobretudo,
automóveis particulares.
É justamente aí que mora a insegurança, segundo a opinião dos
guias turísticos locais: o perigo
real no Líbano é o trânsito.
Como pontifica o guia "Lonely
Planet": precisa-se de nervos de
aço para atravessar a rua Hamra.
Motivo: ninguém respeita os semáforos.
A "novidade" foi reintroduzida
recentemente, após a volta da eletricidade.
Aventura urbana
Filas de automóveis, em que todos os motoristas (sem usar o cinto de segurança) acham que precisam buzinar ao menos uma vez
por minuto, fluem sem brechas.
E mais: se quiser atravessar, não
espere pela vez, pois dessa forma
você não sai do lugar.
O jeito é fazer como a população
local, que atravessa ziguezagueando entre os carros em movimento.
Caso algum carro venha numa
velocidade alta, como em qualquer lugar do mundo, não tente
barrá-lo. Entretanto, se vier em
velocidade normal, prossiga que o
motorista o deixará passar.
Não precisa de nervos de aço:
apenas total confiança na perícia
dos motoristas que vir atravessar
ordenada e lentamente, ao mesmo tempo, as duas direções de
uma encruzilhada -às buzinadas, mas sem guardas e sem xingamentos.
Saídas
Há soluções inusitadas: num
engarrafamento na estrada para
Beirute, um senhor de terno escuro abandona seu BMW e segue
caminhando.
Algum tempo depois, dois rapazes aparecem e empurram o carro
até o acostamento.
Veículos sobre duas rodas têm
seus privilégios: um jovem montado numa Vespa segue alegremente pela contramão, falando
no seu celular.
(FM)
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