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CALIFÓRNIA 2003
Para arrecadar US$ 15 mil e garantir o lugar de Lisa Minelli na Calçada da Fama, seus fãs venderam bolinhos
Hollywood superexpõe estrelas em tour
DA ENVIADA ESPECIAL À CALIFÓRNIA
Há dois anos, não se recomendava caminhar à noite por Hollywood. Mas a inauguração do Kodak Theater, em 2002, e o investimento na região de cerca de US$ 2
bilhões, que incluiu a construção
de uma linha de metrô, revigorou
-e muito- o distrito.
São comuns os tours pelo Hollywood Boulevard e pela Vine St. e
não faltam revelações sobre astros
e sets de filmagem no distrito que,
antes de começar a fazer história,
no início dos anos 10 e 20, era uma
pacata comunidade agrícola.
Comece pelo Kodak Theater. A
arquitetura do novo complexo
tem um portal de gosto duvidoso,
adornado por elefantes e figuras
egípcias. A decoração inspirou-se
no cenário do filme "Intolerância" (1916), de D.W.Griffith, que,
apesar de ter custado uma fortuna
na época (US$ 2 milhões), foi um
fracasso de bilheteria.
A história de Hollywood segue
viva na construção ao lado do Kodak. Inaugurado nos anos 20, o
Mann's Chinese Theater, mais conhecido por Teatro Chinês, era
um dos vários "nickelodeon"
-salas de cinema com preços reduzidos, de um níquel (US$ 0,05)
e programação variada, de olho
na clientela de baixa renda- que
se multiplicavam nos EUA.
Com 2.200 lugares, o local é a sala de cinema mais famosa do país.
Mais do que isso, é conhecida no
mundo todo pelo seu chão repleto
de placas de cimento com autógrafos, mãos, pés, punhos, pontas
de cigarro e até trancinhas de cerca de 200 ícones do cinema.
Hoje a bola da vez é o diretor
John Woo. Como saber? É dele a
assinatura no bloco central. Ao
seu lado está a turma da série
"Jornada nas Estrelas", Mel Gibson e Pato Donald. As placas são
removíveis, por isso não se espante se perceber que mãos ou pés de
sua estrela preferida não estão
mais no local da última visita.
Algumas curiosidades: os pés da
atriz Rita Hayworth eram muito
pequenos, e as trancinhas de
Whoopi Goldberg estão graciosamente impressas na calçada.
Vários famosos emendam no
seu nome as palavras "to Sid", em
homenagem a Sid Grauman, o
primeiro dono do cinema e criador, em 1927, da calçada, com as
marcas das estrelas no cimento.
O resto do passeio fica por conta
da Calçada da Fama, que começa
do lado de fora do cinema e foi
construída em 1960, como último
tributo às personalidades que ajudaram a dar fama a Hollywood.
Ao longo do Hollywood Blvd. e
da Vine St, há cerca de 2.500 nomes de artistas estampados em
estrelas, identificados em cinco
selos diferentes: cinema, rádio,
TV, teatro e produção. Até Rin
Tin Tin (1.623, Vine St.) e Lassie
(6.368, Hollywood Blvd.) estão lá.
Anualmente, 24 artistas dentre
cerca de 200 nomes são escolhidos e enviados para a Câmara de
Comércio de Hollywood para futuramente serem pisados. Mas
não é fácil entrar no rol da fama. O
agraciado ou seus fãs ainda pagam US$ 15 mil para ver a estrela
na calçada. Os fãs de Lisa Minelli
tiveram de vender bolinhos para
garantir o lugar dela na calçada.
Curiosidade: se você acha que
hoje o nome mais procurado é o
do astro Tom Cruise (6.912,
Hollywood Blvd.), errou feio. O
pop da vez é Ozzy Osbourne
(6.780, Hollywood Blvd.).
Seguindo o passeio, há outras
salas de cinema antigas. Destacam-se as que foram reformadas,
como El Capitan (onde são apresentados os musicais da Disney) e
o Teatro Egípcio. Outras atrações
ficam por conta de museus na
área, como o Hollywood History
Museum (www.hollywoodhistorymuseum.com), num prédio art déco. Ele conta a história
do cinema e, claro, do distrito.
Tour
Um tour pode demorar em média duas horas e ser feito sozinho
ou com guia. Se preferir fazer o
passeio só, pegue um mapa em
um estande dentro do Kodak
Theater, no qual constam os principais pontos turísticos da região.
No mesmo local há informações
para um passeio pelo distrito com
um fone de ouvido, que sai US$ 10
por pessoa.
Outra possibilidade é agendar
um tour com guia em português
previamente. A Red Line Tours
(www.redlinetours.com; tel. 00/
xx/1/323/402-1074) oferece o passeio, no qual todos os participantes ganham um fone de ouvido,
sem que precisem grudar no guia
para escutar o que ele diz.
(MARGARETE MAGALHÃES)
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