MARISTELA DO VALLE
ENVIADA ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)

Com uma programação diária de atividades coordenadas por monitores e realizadas em grupos separados por faixa etária, o hotel Villa Rossa, em São Roque (a 42 km de SP), tenta se firmar como alternativa de lazer principalmente para famílias, sem se esquecer dos casais sem filhos e dos adultos solteiros.
Além das tradicionais caminhadas, ginástica e aulas de dança (para adultos), cantigas de roda e pescaria (crianças) e gincanas e jogos coletivos (adolescentes), entre outras atividades, o hotel oferece neste mês eventos especiais, como festa junina todos os sábados, apresentação de ginástica acrobática aos domingos e festival de fondue às sextas à noite.
O objetivo é atrair mais clientes no mês que, ironicamente, é de baixa temporada para o local. Isso porque, ao longo do ano, 80% do público do hotel é composto de participantes de convenções. "Precisamos equilibrar esses dois tipos de público", afirma Regina Helene de Oliveira O'Reilly, diretora de operações do hotel.
Isso não significa deixar de lado o turismo de negócios, já que o hotel está ampliando a área de convenções, num projeto que inclui duas novas salas, uma delas toda de vidro, com vista para as montanhas. "A capacidade do nosso centro de convenções está esgotada", afirma Regina.
Também está entre os novos projetos do hotel a criação de um novo restaurante, todo de vidro e no segundo andar da casa principal (onde fica a área social, como a sala de estar e o piano-bar).
Atualmente o hotel tem três restaurantes: o Giardino, onde os hóspedes tomam café da manhã, almoçam e jantam (todas essas refeições estão incluídas nas diárias); o Siracusa, localizado na nova área dos "lofts" e onde há happy hours e festivais, como o de fondue (que custa R$ 30 por casal); e o restaurante La Piazza.
Este último passa a servir, a partir de agosto, cardápio à la carte de alta gastronomia, com pratos como o lombo à Clarice Lispector (fatia de lombo recheado com couve e cenoura ralada, acompanhada por arroz, virado e batata doce chips -custará R$ 10) e o agnelotti Pádova (recheado com mandioquinha ao molho cremoso de salmão -por R$ 8). "Queremos valorizar a culinária brasileira, acrescentando a seus pratos típicos o requinte europeu", diz a chef do hotel, Ariete Ribeiro.
A nova opção de cardápio nesse restaurante poderá desafogar o restaurante Giardino, onde o esquema família do hotel fica mais evidente. No horário das refeições, crianças correm por entre as mesas, sorriem de maneira terna aos comensais da mesa ao lado (ou respondem de maneira mal-educada aos pais), e restos de batata frita e pão se acumulam perto dos cadeirões -mas o chão é imediatamente limpo pelos garçons após a saída dos infantes.

Lofts
Porém os casais sem filhos e os solteiros não precisam se deparar com essas cenas, se preferirem sossego. Quem quer ficar longe da correria dos pequenos pode se hospedar em um dos 18 lofts, localizados numa área afastada do núcleo principal do hotel, e ali permanecer durante todo o dia.
O loft do Villa Rossa é uma espécie de chalé com características particulares: piscina privativa, dois banheiros, pé-direito alto e ausência de paredes. O quarto do casal e a sala de TV -que pode virar quarto das crianças- podem ser separados do corpo central da edificação com biombos.
"Alguns hóspedes passam toda a estada dentro dos lofts, onde fazem todas as refeições", comenta Regina. Segundo ela, o garçom monta a mesa do loft para os hóspedes e leva a refeição mediante uma taxa de R$ 5.
Porém, na opinião de Regina, "os "lofts" ainda não têm vida própria". Isso porque a grande maioria dos hóspedes dessa ala acabam indo para o centro nervoso do hotel (a pé ou em vans requisitadas na recepção) para encontrar os monitores, jogar pingue-pongue, fazer sauna ou realizar um dos passeios organizados pelo hotel para locais das redondezas, como a pista de esqui artificial de São Roque e a indústria de tecelagem de algodão Brasital.