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Ex-presidiários guiam visitantes por Nápoles
Atividades incluem medidas para evitar assaltos e acompanhar visitantes por bairros mais perigosos
DA ASSOCIATED PRESS
Luigi "Giggino" Nocerino um
dia atacou turistas nas vielas
estreitas de Nápoles, roubando
bolsas e objetos de valor para financiar seu vício em drogas.
Agora, ele toma conta de suas
antigas vítimas, acompanhando-os em vizinhanças perigosas e dando dicas de como evitar roubos e onde comer a melhor pizza.
Nocerino é um dos 70 ex-presidiários contratados pelas
autoridades para guiar turistas
pela cidade -rica em arte, mas
com altos índices de crime- e
usar seu conhecimento para
manter os visitantes seguros.
De acordo com as autoridades, o experimento de seis meses, que começou em maio, está
diminuindo crimes menores e
prevenindo que os ex-presidiários voltem aos velhos hábitos
ou entrem para a Camorra, um
dos principais grupos mafiosos
italianos.
"Eu costumava caçar turistas. Agora as coisas mudaram",
diz Nocerino, que passou mais
de dez anos na cadeia por crimes relacionados a drogas.
Agora, ele e seus colegas perambulam por áreas cheias de
turistas, como o centro histórico ou o porto de Nápoles, usando coletes amarelos que os
identificam.
Alguns falam um pouco de
inglês e de espanhol, mas a
maioria usa os expressivos gestos italianos para se comunicar.
Eles andam em grupo, acompanhados por um supervisor.
O trabalho pode incluir indicar o caminho para um monumento, ajudar turistas a negociar o preço do táxi e andar com
eles até uma pizzaria ou confeitaria específica.
Giovanni Aspride, um ex-falsário de 53 anos, diz que ele e
seus colegas normalmente esperam que os turistas os abordem, embora eles possam tomar a iniciativa no caso de alguém parecendo desesperado
ou para pedir que visitantes removam um relógio de ouro ou
guardem melhor a carteira para
evitar roubos.
O projeto causou controvérsia quando começou. Os candidatos passaram por entrevistas
e foram escolhidos de acordo
com suas experiências anteriores e conhecimento de outras
línguas. Condenados por crimes graves, como assassinato e
estupro, ficaram de fora.
O projeto teve seus maus momentos -um dos ex-presidiários foi preso no trabalho. Mas
isso ocorreu porque a Justiça
italiana o condenou por um crime que foi cometido há mais de
dez anos.
Segundo Alessandro Maria
Vecchioni, diretor do órgão
educacional que opera o projeto, nenhum dos ex-presidiários
cometeu nenhum crime desde
que o projeto começou, e a desconfiança inicial foi dissipada.
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