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NO LIMITE/EUA
Arthur Levine, criador de site especializado em parques temáticos, descreve novas tecnologias associadas à atração
"Montanha-russa é como sinfonia perfeita"
DA ENVIADA ESPECIAL
O americano Arthur Levine, 47,
é louco por elas. Visita as montanhas-russas com freqüência e escreve sobre parques temáticos no
site www.themeparks.about.com. Levine compara uma montanha-russa perfeita com uma
"bela música orquestrada, que tenha muitos elementos". Leia entrevista concedida à Folha em que
ele fala das próximas gerações de
"rides".
(MM)
Folha - Quando o sr. se tornou um
fã de montanhas-russas?
Arthur Levine - Não era um
grande fã quando era pequeno.
Na verdade, embora eu fosse fascinado por elas, tinha muito medo e não andei em nenhuma
montanha-russa boa até os 16
anos. Mas sempre amei parques
de diversão e atrações temáticas
como Piratas do Caribe, da Disney. Só mais tarde tomei gosto pela montanha-russa. Fui à primeira
porque um amigo me provocou e
também bebi um pouquinho. Era
um parque em Massachussets
que não existe mais. Tive tanto
medo que não fui em mais nenhuma atração naquele dia.
Folha - Quais critérios o sr. usa
para avaliar uma montanha-russa?
Levine - Não uso um critério. Não
adianta ser bom numa única coisa. Vejo uma montanha-russa como uma sinfonia bem escrita.
Gosto quando elas têm todos os
elementos. Por isso minha favorita hoje em dia é a Superman Ride
of Steel, no parque Six Flags da
Nova Inglaterra, a oeste de Massachusetts. É uma montanha-russa
"hypercoaster", absolutamente
maravilhosa. Ela tem todos os tipos de peça e elemento, e a forma
como são colocados juntos é como uma bela música orquestrada.
Superman chega a 120 km/h, tem
forças gravitacionais positiva e
negativa, não tem inversões
-não sobe e desce-, mas tem
curvas e um túnel, e a queda é
mais profunda do que a subida.
Você cai num túnel com névoa e
fica totalmente desorientado.
Folha - O sr. poderia explicar o
que é uma "hypercoaster"?
Levine - Ela é definida como
uma montanha-russa com altura
e velocidade. Tem também uma
das caraterísticas normalmente
consideradas as melhores de uma
montanha-russa, as forças gravitacionais positiva e negativa. A
positiva é a que prende no assento, e a negativa é aquela que faz
"sair" do lugar. Uma "hypercoaster", por subir tão alto e tão rápido, tem forças positiva e negativa
muito intensas, o que a torna tão
maravilhosa. Num momento você está grudado no assento com
uma força incrível e no outro você
está fora dele, como se fosse voar.
Tem uma outra "hypercoaster", a
Apollo's Chariot,
em Busch Gardens Williamsburg, na Virgínia.
Apesar de ela ser
muito alta e rápida, deve ser a
montanha-russa
mais suave que eu
já conheci.
Folha - Quais são
os tipos de montanha-russa?
Levine - Os projetistas de montanhas-russas podem criar vários tipos. Além das
"hypercoasters", há dois tipos de
montanha-russa nas quais os pés
ficam soltos no ar. Um deles é
chamado de montanha-russa invertida. Nela, você vê os trilhos
acima de você, como um "ski-lift". Os pés balançam e, quando
há inversões, você vai para cima e
para baixo. É divertido ver todos
os pés para cima e para baixo ao
mesmo tempo. Outro tipo é a
montanha-russa "floorless". Como o nome diz, não há chão. É como uma montanha-russa tradicional, mas sem o trem. É como
um assento voador. O exemplo é a
Kraken, no SeaWorld: não tem
nada acima de você, nada do lado.
Folha - E como será a nova geração de montanhas-russas?
Levine - Há muitos tipos sendo
construídos e falados. Algumas
das que estão sendo elaboradas hoje são montanhas-russas híbridas. São corridas
no escuro que
contam histórias,
como a Revenge
of the Mummy,
que, para mim, é
uma "ride" brilhante. A montanha-russa não é
convencional. Ali
é usada propulsão magnética.
Acelera para cima, mas não há
corrente levando os carros para o
alto. Ela é capaz de acelerar, desacelerar, parar e, por isso, eles podem contar uma história. Acho
que vamos ver cada vez mais esse
tipo de atração, com elementos de
uma história. Outro exemplo é
nos parques Paramount, em
Ohio, no Canadá [leia nesta página] e no ano que vem na Virgínia,
em que há uma aventura baseada
no filme "Uma Saída de Mestre"
[com Charlize Theron e Edward
Norton]. Os carrinhos da montanha-russa parecem Mini Coopers, e os viajantes são supostamente os dublês. Há helicópteros
acima de você que estão atirando.
Você tem que fugir. De novo, por
causa da propulsão magnética, os
carros podem ser
controlados de
uma forma não
conhecida antes.
Outro tipo é a robô. Um exemplo é
na Legoland, na
Califórnia. Os viajantes sentam em
assentos de montanha-russa que
estão ligados ao
braço de um robô;
o braço vai para
cima e gira as pessoas no ar, simulando uma montanha-russa, sem
que a pessoa esteja num trilho. Essa é uma tecnologia nova. Também estão falando de uma chamada de Cantilevered. Essa montanha-russa não foi construída.
Vou tentar explicar: há dois trilhos, um em cima do outro, o de
baixo fica escondido da vista dos
"riders", dando a impressão de
que os trilhos estão além dos limites. Há também uma montanha-russa de quatro dimensões. Os
carros ficam cada um de um lado
dos trilhos e giram independentemente. Vai-se montanha abaixo e,
como os carros estão girando, você fica desorientado.
Folha - O sr. já passou mal?
Levine - Sim. Numa "hypercoaster" chamada Goliath no Six Flags
Magic Mountain. A força gravitacional positiva era
tão forte que eu
quase desmaiei.
Fiquei com a vista
escura. Nunca
mais voltarei.
Folha - Qual é a
montanha-russa
mais cara?
Levine - Os parques normalmente não divulgam,
mas a mais cara
do mundo será a
Expedition Everest, no Animal
Kingdom, na Disney, que custará
cerca de US$ 100 milhões (leia na
pág. F6). Aliás, essa é um exemplo
no qual eles poderão contar uma
história, irá para frente e para trás.
Estão fazendo coisas espantosas
hoje em dia.
Folha - A Disney está entrando na
seara das montanhas-russas?
Levine - Ao longo dos anos, a
Disney está ficando mais ousada.
Foi concebida para ser o lugar onde pais e crianças pudessem aproveitar o parque juntos. Pessoas de
qualquer idade podem visitá-la.
Atrações como Tower of Terror e
Rock'n Roller Coaster são mais
desafiadoras do que Walt Disney
previa, mas todas elas são consideradas montanhas-russas para a
família e não são realmente de arrepiar, como Superman ou Incrível Hulk. Acho que nunca veremos uma montanha-russa realmente de arrepiar na Disney, pelo
menos se eles se apegarem aos
princípios que guiaram Walt Disney há 50 anos.
Folha - Que parques de montanha-russa o sr. recomenda?
Levine - Há montanhas-russas
individuais em alguns parques
maravilhosas, mas, para identificar parques com muitas montanhas-russas arrepiantes, diria Six
Flags Magic Mountain, na Califórnia, Cedar Point, em Ohio, e
Six Flags Great Adventure, em
Nova Jersey, que tem a montanha-russa mais rápida, mais alta e
de maior queda do mundo, Kingda-Ka, aberta neste ano.
Folha - Quais as três melhores de
Orlando e Tampa?
Levine - A número um é Incrível
Hulk, que adoro. Ainda não conheço a Shreika, mas a segunda
seria Kumba, em Busch Gardens,
e a terceira, Rock n'Roller Coaster, na Disney.
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