São Paulo, quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

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NO MUNDO DOS BALÕES

Sem picos de adrenalina, voo propaga tranquilidade

Piloto comanda altura, que não costuma passar dos cem metros, considerada boa para contemplação

DA ENVIADA ESPECIAL A BOITUVA (SP)

Sabe quando uma criança está segurando um balão de gás hélio e, ao soltá-lo, o balão voa até ser perdido de vista? É essa a sensação ao voar de balão.
Assim que o cesto é desconectado do solo, o aeróstato sobe em questão de segundos. Quando o piloto para de ligar o maçarico que emite gás propano -que faz com que o artefato vá para cima-, você já está, quase que sem perceber, a 700 metros do chão. E então o balão começa a voar horizontalmente. O piloto vai comandando a altura, que na maior parte do voo não passa dos cem metros -limite considerado bom para observar a paisagem.
Nada de susto ou de grandes picos de adrenalina -tanto é que não há nenhuma contraindicação para pessoas cardíacas. "Voar de balão é uma atividade contemplativa", afirma o piloto Renato Gonçalves, que comandou o voo feito pela reportagem, em Boituva.
Já lá em cima, tirando o calor emitido pelo fogo do maçarico, tudo é maravilhoso. A vista do alto é de tirar o fôlego. Quando o balão passa em cima de um centro urbano, a paisagem não é lá das mais bonitas, mas, quando sobrevoa plantações, lagos e matagais... "Aqui [no ar], dá uma paz, uma tranquilidade", diz a advogada Cristina Cazotto. É essa sensação de calmaria que faz com que os problemas do dia a dia sejam deixados no solo.
Mas a fixação por fotos acaba fazendo com que muitos passageiros não aproveitem tanto a paisagem, perdendo detalhes como os cachorros enlouquecidos latindo para o alto, ou os pontinhos amarelos no meio de uma plantação de laranja.

Faça sol ou... faça sol
Os balões só saem se as condições climáticas estiverem favoráveis -ventos brandos e céu limpo. Quando o passeio é cancelado, a agência liga para o cliente para desmarcar.
"O balão voa sem propulsão própria", diz Ricardo Martins, dono da Céu Voo de Balão. "Então, quando não dá, não tem jeito. Melhor achar ruim o cancelamento no solo do que se arrepender lá em cima."

Restrições no ar
Uma das poucas restrições no balonismo de contemplação é em relação a grávidas. Edson Romagnoli, presidente da Confederação Brasileira de Balonismo, diz que é opção do piloto permitir ou não a entrada de gestantes na aeronave. As empresas de balonismo consultadas pela Folha proíbem gestantes em seus voos.
"Na hora do pouso, o balão pode virar e, nessa hora, uma pessoa vai para cima da outra", diz Martins. "Imagina só se caem em uma grávida? É perigoso." (LUISA ALCANTARA E SILVA)


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