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internacional
Museu Judaico é reaberto em Londres
ESPAÇO Atração passou dois anos fechada para expansão, que ocupou antiga fábrica de piano ao lado da casa original
DA ASSOCIATED PRESS
Eles são ícones britânicos:
estadistas da era vitoriana, um
soldado-poeta da Primeira
Guerra Mundial, peixe com fritas. Eles também são judaicos
-evidência dos mil anos de história dos judeus no Reino Unido, cuja trajetória é contada em
um museu reaberto nesta semana depois de uma expansão
de US$ 15 milhões.
"Peixe com fritas, que todos
pensam que são algo muito inglês, são de fato sefardita", disse
a chef e apresentadora de TV
Nigella Lawson, que ajudou a
reinaugurar o Museu Judaico
de Londres (www.jewishmu
seum.org.uk) na última terça.
O museu passou dois anos fechado. Muitos acreditam que o
prato nacional do Reino Unido
teve suas origens no peixe frito
introduzido no país por judeus
espanhóis e portugueses.
O museu, que ocupava uma
casa vitoriana no bairro de
Camden Town, foi expandido
para uma antiga fábrica de piano ao lado, triplicando seu espaço. Entre os displays interativos há a chance de sentir o
cheiro de canja cozinhando na
recriação de uma cozinha de
imigrantes.
Há ainda uma multidão de figuras históricas, tanto famosas
quanto obscuras, incluindo o
premiê do século 19 Benjamin
Disraeli, o poeta de guerra
Isaac Rosenberg, morto no
front, e Daniel Mendoza, um
campeão de boxe da Inglaterra
do século 18.
Suas histórias estão lado a lado com as de figuras mais humildes- trabalhadores, costureiras, sindicalistas. "Contamos a história da comunidade
judaica em Londres, mas também a história de Londres",
disse Sarah Jillings, diretora de
projetos de exibição do museu.
História
A comunidade judaica britânica remonta a 1066, quando os
primeiros judeus chegaram
com a invasão dos normandos.
O museu atesta uma comunidade medieval próspera.
Uma das principais atrações
é um mikvah (banho ritual) do
século 16, descoberto na região
que hoje é o coração do distrito
financeiro de Londres.
Toda a população judaica da
Inglaterra foi expulsa pelo rei
Eduardo 1º em 1290, depois de
anos de antissemitismo e violência. Os judeus só foram
readmitidos em 1656, sob Oliver Cromwell.
Nos últimos anos, líderes da
comunidade judaica reportaram um aumento nos incidentes antissemitas, atribuído em
parte ao conflito israelo-palestino e à diminuição das pessoas
com memórias do Holocausto.
O Museu Judaico considera
seu papel ajudar a construir
coesão social. A organização
prevê que a maioria dos 65 mil
visitantes esperados para este
ano não serão judeus, e irá incluir muitos grupos de crianças
de escolas.
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