São Paulo, segunda, 18 de maio de 1998

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CITY TOUR
Fique atento à vista e ao táxi

do enviado especial

Capital com perfil recém-moldado por torres pós-modernas, Kuala Lumpur tem cerca de 400 anos, mas só cresceu aceleradamente com a descoberta do estanho, em meados do século passado.
Desde então, à sua arquitetura típica, antes marcada por prédios de madeira com telhados avançados, somaram-se as ruas de casinhas geminadas -que também existem em Cingapura-, os templos budistas e hinduístas, além dos suntuosos prédios mouriscos.
O passeio por Kuala Lumpur pode ser feito de táxi. Mesmo nas corridas longas, o taxímetro dificilmente marca mais do que o equivalente a uns US$ 5.
Mas, caso você não tenha muito tempo, cuidado: por causa do preço, os motoristas costumam rodar bem mais do que o necessário.
Além do Kuala Lumpur City Center (KLCC) e da torre Menara, que, com formas arrojadas, caracterizam o "skyline" da capital, há outros prédios que impressionam visitantes afeitos à arquitetura.
Um passeio agradável tem início na sede da Mallayan Railway Headquarters Building, projeto de 1900 concluído em 1917. Obra do arquiteto inglês A.B. Hubbock, esse prédio -que abriga a administração das ferrovias- foi construído num estilo eclético e mistura os arcos mouriscos das arquiteturas otomana e mongol a técnicas construtivas européias do início do século.
A três quadras dali, ficam o Museu Nacional e a Galeria de Arte, abertos a partir das 10h.
Outra caminhada curta, e logo se vê a Mesquita Nacional (Masjid Negara), templo arrojado, concluído em 1965 para abrigar até 8.000 fiéis.
Com minaretes de 73 metros e cercada por jardins, seu interior tem visitação restrita aos horários em que não há culto.
Um pouco mais adiante, chega-se ao Mercado Central, construído em estilo art déco, nos anos 30, nas proximidades do rio Kelang. Tem lojas de artesanato e restaurantes, além de apresentar shows folclóricos no período da tarde.
Para quem adora barganhar, Chinatown é o paraíso da pirataria e da pechincha: relógios "Rolex" e "Gucci" são vendidos por preços que variam de US$ 50 (a quartzo) a US$ 200 (automáticos).
Nessa feira livre são comercializados CDs, roupas "de grife" e uma infinidade de bugigangas. Fique longe de Chinatown se você tem horror a falsificações.
Mas o curioso é que há uma ética que passa pela pechincha e pela qualidade da pirataria. Ao regatear, ofereça menos da metade do preço e, ao fechar acordo, leve a mercadoria.
Os comerciantes podem ficar horas mostrando quão bem copiados são seus produtos, garantindo que o jacaré da camisa "Lacoste" não vai sair boiando na primeira lavada. Mas ficam fulos quando, depois do negócio fechado, o cliente não leva a mercadoria.

Em busca do original
Quem não faz questão de bugigangas acha objetos originais no Museu Nacional (Muzium Negara), aberto em 1963 no local onde, até a Segunda Guerra, existiu o museu Selangor.
Mas, se o prédio do museu decepciona, o acervo tem peças impressionantes, como os bonecos usados nos teatros de sombras, marionetes que fundem as culturas malaia e chinesa, vitrines com trajes típicos para ocasiões sociais.
Aberto das 9h às 18h -exceto nas sextas, quando fecha às 14h45-, o Museu Nacional (tel. local 282-6255) também exibe facas, armas de fogo e cerâmica de todo o Oriente.
Um outro setor, dedicado à história natural, mostra uma infinidade de conchas, esqueletos e animais empalhados.
Na parte sul de Kuala Lumpur, vá até os portões do Palácio Nacional, residência dos sultões desde 1926. Como a visitação do seu interior é restrita, observe a troca da guarda.
Como próxima parada, ponha o mais moderno dos suntuosos templos budistas no roteiro. Bem atrás do palácio, numa colina de onde se avista o perfil das torres de Kuala Lumpur, fica o templo Yuen Tung Tze, de 1985.
Adornado por inúmeros dragões, esse conjunto de pagodes foi erguido por empresários de origem chinesa para ser o mais impressionante templo budista da Malásia.
Há um outro templo que vale a visita, apesar de ficar 13 km ao norte. Trata-se do templo hinduísta centenário instalado no interior das cavernas Batu. Aberto das 7h às 21h, o templo está no final de uma escadaria de 272 degraus -um pesadelo para quem usa salto alto.
As cavernas, descobertas em 1878, também são habitadas por macacos, que imploram amendoim aos turistas e podem ser agressivos. (SC)



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