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CAPITAIS EUROPÉIAS
Artistas plásticos holandeses, representados em museus de Amsterdã, revolucionaram a pintura
Van Gogh e Rembrandt revolveram a arte
CARLA ARANHA
da Reportagem Local
Ambos morreram sozinhos, sem
clientela, sem dinheiro e sem o
mais breve aceno de aprovação da
crítica. Mesmo assim, ou até por
isso, os holandeses Vincent van
Gogh (1853-1890) e Rembrandt
(1606-1669) revolucionaram a arte
dos pincéis e ocupam hoje o trono
das artes plásticas.
Van Gogh, que teria produzido
900 telas, segundo seus estudiosos, rompeu com o tom açucarado
do impressionismo para expressar
a luta de foice das emoções.
Em uma das muitas cartas ao irmão Theo, que sempre o apoiou,
descreveu poeticamente qual era
seu objetivo: "Eu quero a luz que
vem de dentro, quero que as cores
representem as emoções".
Conseguiu, mas vendeu apenas
um quadro, "A Vinha Vermelha". Confirmando a teoria dos
"poucos e bons", os admiradores
de sua obra resumiam-se a alguns
de seus colegas de ofício, como
Paul Gauguin, com quem dividiu
um ateliê por dois meses.
A experiência quase matou Gauguin. Van Gogh, em um de seus
acessos de loucura, avançou sobre
o amigo com uma navalha. Arrependido, cortou a própria orelha e
pintou o famoso "Auto-Retrato
com a Orelha Cortada".
Na época, morava em Arles, na
França, onde pintou ao ar livre,
transformando os trigais em espelho para a vida em ebulição.
Van Gogh só iria encerrar sua
explosão de criatividade, que se
dava em escala industrial, aos 37
anos, quando suicidou-se nos
campos de trigo, mantendo-se até
o fim fiel ao motor de sua arte.
Rembrandt
Rembrandt Harmens van Rijn
(1606-1669) foi outro rompedor de
regras. E, graças a isso, produziu
algumas das maiores obras-primas do século 17. Rico aos 30
anos, morreu na miséria.
Rembrandt se manteve fiel, ou
quase isso, ao formalismo exigido
pela clientela, burguesa, até 1642,
quando pintou "Ronda Noturna". Considerada sua obra-prima, a tela, encomendada pela
guarda municipal de Amsterdã,
foi repudiada por representar uma
ópera-bufa, com os guardas apontando lanças para todos os lados.
Depois disso, o artista perdeu a
clientela e passou a transpor para a
tela temas inusitados na época.
Museus
"Auto-Retrato como São Paulo" (1661) e "Ronda Noturna"
são telas de Rembrandt expostas
no Rijksmuseum, o principal de
Amsterdã -reúne a maior coleção de arte holandesa do mundo.
Já quem visita o Van Gogh Museum, localizado no Bairro dos
Museus (como o Rijksmuseum),
tem a oportunidade de se deliciar
com nada menos do que 200 quadros e 500 desenhos do artista,
além de obras que o inspiraram.
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