|
Próximo Texto | Índice
MINICHINA
Ilha foi cedida ao Japão em 1895; o estilo colonial desse dominador ainda pode ser observado em alguns prédios
Taiwan cultua passado chinês e capitalismo
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
Quando os nacionalistas liderados por Chiang Kai-shek se estabeleceram em Taiwan, em 1949,
Taipé era uma cidadezinha cercada por campos de arroz.
Como a ilha de Formosa pertenceu à China imperial entre 1683,
quando foi anexada pela dinastia
Ching, e 1895, quando foi cedida
ao Japão, os prédios de lá tinham
estilo colonial japonês, de tijolos
aparentes, exceto por alguns templos, como o de Lungshan, que liga Taipé ao seu passado chinês.
Até a década de 60, Taipé mudou pouco, pois a verdadeira
transformação ocorreria nos anos
70, quando Taiwan entrou na era
da industrialização acelerada, se
tornando um "tigre asiático".
Com 12 distritos, hoje Taipé tem
fachadas modernas e pós-modernas e grandes lojas de departamento, mas também comercia
num emaranhado de ruelas e de
mercados que funcionam madrugada adentro, no centro.
A capital da República da China, nome oficial de Taiwan, acorda muito cedo, circula frenética
em motonetas, em ruidosos caminhõezinhos e em automóveis de
luxo. Um metrô moderno, ainda
limitado, mas em regime de rápida expansão, corta os subterrâneos de Taipé, onde também surgem lojas e restaurantes de comida rápida, como o Sushi, que vende caixinhas com comida japonesa delicada e multicolorida, exibidas em balcões frigorificados.
Diariamente circulam na cidade
perto de 4 milhões de pessoas
-embora a população que realmente lá vive totalize 2,6 milhões
de habitantes.
Referências
Um viaduto corta a cidade ao
longo do rio Tamsui, e o imenso
Grand Hotel (www.grand-hotel.org), cujo endereço é 1. Lane 1,
Chung Shan N. Road, é uma referência dos limites do centro.
Com 530 quartos, amplos terraços com vista e edificado em estilo
imperial chinês, com colunas vermelhas e um telhado tido como o
maior do mundo no gênero, esse
hotel, cuja arquitetura foi inspirada nas construções da dinastia
Ming, ainda pertence à Madame
Chiang Kai-shek, que tem mais de
cem anos e vive em Nova York
(leia texto à pág. F4).
Distando menos de um quilômetro do parque de Peian Road,
no centro, cercado por um bosque que, no passado, abrigou um
zoológico, o Grand Hotel tem três
restaurantes e, todas as tardes, no
seu "coffee shop" instalado no
lobby, há um chá com apresentação de música tradicional chinesa.
Muito próximo do Grand Hotel,
o Museu de Belas Artes (www.tfam.gov.tw) fica no 181, Zhong
Shan N. Road. Com 24 galerias,
exibe esculturas contemporâneas
na área externa, onde é comum
encontrar casais de noivos posando para fotógrafos.
Girar pela cidade de táxi não é
especialmente caro -a bandeirada custa NT 70 (US$ 2) e o taxímetro sobe de NT 5 em NT 5. Convém sempre ter um cartão do hotel e o endereço anotado com o local onde se quer ir, perguntando
ao motorista quanto aproximadamente a corrida vai custar.
Além do Grand Hotel, há hotéis
ocidentalizados como o Sheraton
Taipei (12, Chunghsiao Rd, próximo da estação de trem), o Imperial InterContinental (600, Linsen
N. Road, na região dos pubs) e o
Grand Hyatt (2, Sungshou Road,
perto da prefeitura).
Há um bufê particularmente
bom no Sheraton Taipei (www.sheraton.com/taipei), onde especialidades chinesas, como macarrão fininho, caranguejos e ostras,
são preparadas na hora, em
quiosques modernos espalhados
pelo vão livre no centro do hotel.
O escritório de informações turísticas fica próximo do Sun Yat-sen Memorial Hall, no 345,
Chunghsiao E Road, e funciona
das 8h às 19h. Já o próprio memorial fica em Jenai Road.
Outro local importante é o
Chiang Kai-shek Memorial Hall,
em Hsinyi Road, maior conjunto
arquitetônico de Taipé, circundado por espaços abertos e abrigando teatro e sala de concertos.
Entre os templos, Lungshan é
especialmente identificado com a
história da cidade. Localizado em
211, Kuangchou Street, perto da
Kueilin Road, aberto das 5h da
manhã até as 22h, esse templo, cujo nome quer dizer "montanha do
dragão", já ficou diante de um rio.
Templos
Em Taiwan a população mesclou com sincretismo o taoísmo,
uma crença mais "utilitária", e o
budismo, quase que uma filosofia
baseada na compaixão, e Lung-
shan, originalmente edificado em
1738, reflete isso, sendo o mais popular entre os taiwaneses.
O altar principal é dedicado à
deusa da Misericórdia, ou Kuaniyn, que era originalmente masculina na Índia e virou uma divindade feminina para os chineses.
Há uma cascata artificial onde
os budistas soltam pequenas tartarugas e peixes ornamentais logo
na entrada, à direita.
Dentro, há muitas velas e vasos
de incenso, além de uma profusão
de altares onde são reverenciadas
divindades como Matsuo, a deusa
do mar, e também o deus do
Amor, espécie de imagem-cupido
onde casadoiros fazem suas preces pedindo o matrimônio.
Lungshan fica próximo da rua
de comércio e de turismo Snake
Alley. Foi reedificado em 1815, em
1867 e, durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-45), serviu de abrigo à população, quando as tropas
japonesas foram bombardeadas
por aviões norte-americanos.
Silvio Cioffi, enviado especial a Taiwan,
viajou a convite do Escritório Econômico
e Cultural de Taipé (SP)
Próximo Texto: País está livre da Sars há 44 dias Índice
|