|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Padre apadrinha artes cênicas do país
DO ENVIADO ESPECIAL
O espanhol Joseph de Anchieta
nasceu nas ilhas Canárias em
1534. Aos 14 anos, a pedido do pai,
foi estudar em Coimbra, Portugal,
onde cursou filosofia, dialética e
se aperfeiçoou em latim. Três
anos depois, ingressou na Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola, e ajudava na celebração de missas.
Quando tinha 19 anos, Anchieta
foi enviado ao Brasil com outros
padres que se opunham à contra-reforma religiosa na Europa e defendiam a idéia de catequizar habitantes de novas terras. Ele desembarcou em Salvador (BA) no
ano de 1553.
Não demorou muito a se familiarizar com palavras do abanheenga, língua geral dos índios
tupis e guaranis. Aprendeu seus
idiomas, costumes, lendas e consagrou o termo "tupi" para designar a raiz comum entre os idiomas indígenas brasileiros.
O jesuíta conquistou a confiança dos silvícolas cuidando dos
doentes, escrevendo poesias e
dando conselhos para eles. Utilizava recursos teatrais para facilitar a evangelização, por isso é
considerado o patrono das artes
cênicas nacional.
De Salvador rumou para várias
partes do país e foi fundador de
diversas cidades, entre elas a Vila
Velha de São Vicente, hoje São
Paulo, Niterói, no Rio de Janeiro,
Guarapari, São Mateus e a pequena Rerigtiba, hoje chamada Anchieta, no Espírito Santo, cidade
que escolheu para passar os últimos anos de sua vida.
Apesar da aparência franzina,
os índios chamavam o padre de
"abará-bebe", que significa "padre voador" ou "caraibebe", que
quer dizer "homem de asas". Os
dois nomes indígenas estavam relacionados ao hábito de Anchieta
de fazer longas caminhadas.
Padre Anchieta morreu em 1567
na cidade que hoje tem seu nome.
O cortejo até Vitória foi acompanhado por mais de 3.000 índios.
Seu corpo foi sepultado no colégio São Thiago, hoje palácio Anchieta, sede do governo capixaba.
Anos depois, diversas cidades reivindicaram o direito de guardar o
corpo do padre, e, em uma das
viagens, a embarcação que levava
os restos mortais dele para a capitania de Salvador naufragou e
nunca foi encontrada.
Padre Anchieta foi beatificado
pelo papa João Paulo 2º em 22 de
junho de 1980, na Basílica de São
Pedro.
(FM)
Texto Anterior: Costa capixaba: Anchieta inspira caminhada de 105 km Próximo Texto: Jesuíta escolheu a cidade para viver seus últimos anos Índice
|