EM BELÉM

Uma imagem, do século 18, da Virgem amamentando o menino Jesus, em madeira policromada, é a mais nova aquisição do Museu de Arte Sacra do Pará. "É uma peça rara. Essas imagens foram queimadas no século 18. Hoje só há seis no Brasil", diz Zenaide de Paiva, supervisora do museu.
O museu está dentro da igreja de Santo Alexandre e do antigo Palácio Episcopal, onde o Papa João Paulo 2º ficou hospedado em sua passagem por Belém em 1980.
Datada de 1719, a construção tem estilo barroco, com volutas e frisos. "É o mais puro barroco amazônida. A obra teve participação dos índios", explica Guilherme Martins, guia de turismo.
A igreja de Santo Alexandre funciona hoje como espaço multicultural e recebe celebrações de casamento e missas especiais. O altar-mor, ricamente esculpido, tem uma imagem de Nossa Senhora do Rosário. Na nave central da igreja estão oito capelas laterais, em madeira e argamassa, e 14 quadros italianos da Via Sacra.
Uma parede mostra como foi construído o prédio. "Eram usados barro, pedra, pedaços de madeira, conchas, cal e óleo de origem animal", explica Zenaide.
No Museu de Arte Sacra, há imagens de madeira do século 18, como a Pietà, óleos sobre tela do século 19, vitrines com imagens diversas de santos e uma sala com prataria dos séculos 18 e 19.
Outra Nossa Senhora com o menino Jesus mostra a curva dos seios sob a roupa. O rosto dos dois têm feições indígenas.
A galeria Fidanza apresenta trabalhos de artistas contemporâneos, e a área externa tem um jardim com mesas. Toda quinta-feira, às 19h, há uma happy hour.
Na mesma praça fica a catedral da cidade, o primeiro trabalho do arquiteto italiano Antonio Landi em Belém. Ele pegou a construção em andamento e concluiu a parte de cima da fachada, com estilo neoclássico. A inauguração foi em 1771. Púlpitos de ferro folheados a ouro, que vieram pré-moldados da Europa, muito mármore (verde, rosa, de carrara), pinturas de Domenico de Angelis no teto e o órgão parisiense, de 1840, com 250 mil peças, são alguns aspectos da suntuosidade da igreja.