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Paraíso dos impressionistas no fim do séc. 19, Giverny continua a atrair artistas que apreciam pintar ao ar livre
Pintores ainda habitam paisagens de Monet
DA ENVIADA ESPECIAL À FRANÇA
Numa caminhada de cerca de
30 minutos, de ponta a ponta pela
tranquila rua principal, que não
coincidentemente se chama Claude Monet, nota-se que as reminiscências do pintor estão espalhadas pela pacata Giverny.
Localizada na Normandia, às
margens do rio Epte, Giverny tornou-se o paraíso dos impressionistas no final do século 19. Em
abril de 1883, já viúvo, Monet mudou-se para lá com os dois filhos
de seu primeiro casamento e com
Alice Hoschedé, que se tornaria
sua segunda mulher em 1892.
O pintor, que se interessava pela
mudança da luz durante o dia e
no decorrer das estações, às cinco
da manhã começava a vagar pelos
caminhos da sua propriedade. Foi
em Giverny que começou a produzir a conhecida "Séries", que o
tornaria famoso anos mais tarde.
No interior, mas não longe de
Paris, dos colecionadores e de
agentes, Monet também recebia
os amigos: Pierre Auguste Renoir
(1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Camille Pissaro (1830-1903), Henri Matisse (1869-1954).
A partir de 1890, conforme a fama de Monet aumentava, uma invasão de pintores quase o levou
ao desespero. Vários norte-americanos e artistas de nacionalidades belga, tcheca, finlandesa e norueguesa decidiram "experimentar" Giverny.
Entre 1887 e 1914, os pintores se
hospedavam no hotel Baudy, hoje
transformado em restaurante,
mas que ainda preserva o estúdio
impressionista utilizado por esses
amigos de Monet. Para os turistas
que usufruírem do restaurante, o
passeio é de graça. O ingresso para conhecer o local custa 2,30
por pessoa para quem não quiser
comer ou beber ali.
A cinco minutos da Fundação
Monet fica o museu de Arte Americana, com obras pintadas pelos
artistas americanos que chegaram ali no final do século 19.
O interessante é que até hoje Giverny encanta e atrai artistas. Reduto de pintores impressionistas,
às segundas-feiras, quando a fundação fecha para visitas, os portões se abrem para que artistas de
Giverny e de outras localidades
possam armar seus cavaletes e
pintar ao ar livre.
"É preciso muita experiência
para pintar fora", afirma o parisiense Patrick Hans, que mora a 4
km de Giverny e mantém uma
das três galerias de arte da cidade.
Nesta rua estreita, a dez minutos da fundação, em direção a
Vernon, fica a parte mais antiga
da cidade. Ali está a igreja de Santa Radegonde, com motivos do
século 11 e arcos e nervuras acrescentadas por volta do século 15.
Atrás dela, Monet descansa num
discreto túmulo.
(MM)
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