São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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Paraíso dos impressionistas no fim do séc. 19, Giverny continua a atrair artistas que apreciam pintar ao ar livre

Pintores ainda habitam paisagens de Monet

DA ENVIADA ESPECIAL À FRANÇA

Numa caminhada de cerca de 30 minutos, de ponta a ponta pela tranquila rua principal, que não coincidentemente se chama Claude Monet, nota-se que as reminiscências do pintor estão espalhadas pela pacata Giverny.
Localizada na Normandia, às margens do rio Epte, Giverny tornou-se o paraíso dos impressionistas no final do século 19. Em abril de 1883, já viúvo, Monet mudou-se para lá com os dois filhos de seu primeiro casamento e com Alice Hoschedé, que se tornaria sua segunda mulher em 1892.
O pintor, que se interessava pela mudança da luz durante o dia e no decorrer das estações, às cinco da manhã começava a vagar pelos caminhos da sua propriedade. Foi em Giverny que começou a produzir a conhecida "Séries", que o tornaria famoso anos mais tarde.
No interior, mas não longe de Paris, dos colecionadores e de agentes, Monet também recebia os amigos: Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Camille Pissaro (1830-1903), Henri Matisse (1869-1954).
A partir de 1890, conforme a fama de Monet aumentava, uma invasão de pintores quase o levou ao desespero. Vários norte-americanos e artistas de nacionalidades belga, tcheca, finlandesa e norueguesa decidiram "experimentar" Giverny.
Entre 1887 e 1914, os pintores se hospedavam no hotel Baudy, hoje transformado em restaurante, mas que ainda preserva o estúdio impressionista utilizado por esses amigos de Monet. Para os turistas que usufruírem do restaurante, o passeio é de graça. O ingresso para conhecer o local custa 2,30 por pessoa para quem não quiser comer ou beber ali.
A cinco minutos da Fundação Monet fica o museu de Arte Americana, com obras pintadas pelos artistas americanos que chegaram ali no final do século 19.
O interessante é que até hoje Giverny encanta e atrai artistas. Reduto de pintores impressionistas, às segundas-feiras, quando a fundação fecha para visitas, os portões se abrem para que artistas de Giverny e de outras localidades possam armar seus cavaletes e pintar ao ar livre.
"É preciso muita experiência para pintar fora", afirma o parisiense Patrick Hans, que mora a 4 km de Giverny e mantém uma das três galerias de arte da cidade.
Nesta rua estreita, a dez minutos da fundação, em direção a Vernon, fica a parte mais antiga da cidade. Ali está a igreja de Santa Radegonde, com motivos do século 11 e arcos e nervuras acrescentadas por volta do século 15. Atrás dela, Monet descansa num discreto túmulo. (MM)



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