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LITORAL SUL
Barcos levam turistas ao local, que é área de preservação ambiental
Golfinhos e bromélias colorem ilha do Cardoso
AUGUSTO PINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A CANANÉIA
A ilha do Cardoso, no extremo
sul do Estado de São Paulo, é um
paraíso ecológico, com cerca de
80% de área de preservação ambiental fechada ao público. Mas,
para a sorte dos turistas, alguns
trechos têm acesso livre.
Para chegar à ilha, o visitante
deve pegar uma embarcação no
porto de Cananéia, de onde saem
escunas e voadeiras (pequenas
lanchas de alumínio). Apesar de
mais cara (cerca de R$ 180 para
até cinco pessoas), a voadeira é
mais rápida. Enquanto a escuna
leva cerca de três horas para chegar à praia do Marujá, um dos
pontos mais concorridos da ilha,
a voadeira gasta uma hora.
Já a caminho da ilha, aparecem
as primeiras surpresas, como os
golfinhos que frequentam a baía
de Trapandé para procurar alimento. Turistas e moradores costumam ver mães com filhotes e
grupos desses mamíferos marinhos cercando cardumes. A incidência desses animais no local o
apelidou de baía dos Golfinhos.
Ainda no caminho, nas encostas dos manguezais, os sambaquis
despertam a curiosidade dos visitantes. Trata-se de pequenas elevações constituídas predominantemente de conchas (também conhecidas como casqueiros). Considerados sítios arqueológicos,
com até 5.000 anos, eles serviam
como habitação e cemitério para
agrupamentos humanos. Já foram encontrados nessas elevações artefatos de pedra e ossos.
O primeiro ponto interessante a
caminho de Marujá é a trilha que
leva à cachoeira Grande, com
grau de dificuldade médio e a única aberta à visitação. A caminhada dura cerca de meia hora. O
aventureiro deve levar tênis ou
sandálias tipo papete. E repelente.
No local, há 58 tipos de bromélia e 115 de orquídea. A presença
de animais selvagens, anunciada
em uma placa na entrada da trilha, não deve assustar o visitante.
Raramente o turista cruzará com
suçuaranas, jaguatiricas, jararacas ou cachorros-do-mato.
O refresco do banho de cachoeira vale a caminhada. Há guias no
local que controlam a frequência
para evitar multidões. Assim, às
vezes é preciso encarar uma fila (o
tempo de permanência na cachoeira é de até meia hora).
Outro ponto interessante para a
visita é a vila fantasma de Ararapira, a primeira do Paraná. Fundada no século 18, foi abandonada pelos moradores em 1920. Ainda estão lá as casas e a igreja, todas
inabitadas, daí o título de cidade
fantasma. É possível encontrar
aventureiros acampados no local.
Marujá
Marujá é uma vila de pescadores com uma pequena estrutura
para receber turistas. Há pousadas simples, restaurantes e casas
de forró para a diversão noturna.
Fora isso, só sossego. As praias do
lado oeste da ilha dão para o mar
aberto e são quase desertas. É aí
que é bom se hospedar.
Outra praia praticamente deserta fica no pontal do Leste, com
acesso por voadeira, último trecho do Estado de São Paulo. É a
ponta da ilha do Cardoso, onde
acontece o encontro das águas do
canal do Ararapira com as do
mar. A areia branquinha, cheia de
conchas, é um convite para um
banho de sol. Do outro lado do
canal, já é Paraná, mais precisamente a ilha do Superagui.
Mais próxima a Cananéia (40
minutos de escuna e 15 de voadeira), a praia do Pereirinha abriga o
Núcleo da Ilha do Cardoso, com
museu e aquário. Há esqueletos
de baleia, lobo-marinho, além de
animais empalhados, como jacarés, peixes, guaxinins e tartarugas.
Atravessando uma ponte por cima do manguezal, é possível ver
os vários tipos de caranguejo que
o habitam, como o pequenino
chama-maré, conhecido assim
por ter uma das patas mais desenvolvida que a outra.
Marina de Cananéia - Tel. 0/xx/13/
6851-1105. Voadeira: R$ 180, até cinco
pessoas; escuna: R$ 15 por pessoa para a
praia do Pereirinha e R$ 25 para Marujá.
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