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QUE PAÍS É ESSE?
Fortaleza medieval, situada no Alentejo mediterrânico, no sul do país, é patrimônio da humanidade
Girassóis e vinhedos emolduram Évora
Minarete no alto de muro no Castelo de Vide, também chamado de Sintra do Alentejo
Próxima da cidade de Marvão, uma antiga ponte na fronteira entre Portugal e Espanha
Caminho de entrada de construção medieval, com canteiro de rosas, no Crato (Alentejo)
da enviada especial a Portugal
Évora se situa no Alentejo mediterrânico, ou nas terras d'além Tejo, ao sul de Portugal, tendo a Espanha a leste e o oceano Atlântico
a oeste. Planícies de searas, olivais,
vinhedos e girassóis ambientam a
antiga fortaleza medieval, que,
desde 1986, é considerada patrimônio mundial pela Unesco.
Casas senhoriais, de nobres e navegadores, e edifícios públicos
atestam a grandeza da sede da
Corte portuguesa no século 16. A
chamada "planície histórica" é
farta de vestígios do passado mais
remoto, desde o neolítico cromeleque (conjunto de menires destinados a rituais mágico-religiosos)
dos Almendres até as construções
manuelinas, fontes e aquedutos,
as portadas e janelas esculpidas
em pedra.
São muitos os locais turísticos, a
começar pelo Templo de Diana
(séculos 2º e 3º d.C.), de que restam 14 colunas coríntias. Por 400
anos, a cidade ficou sob domínio
árabe e, com o nome de Iabura,
pertenceu ao emirado de Badajoz,
acolhendo, então, cientistas e escritores muçulmanos, como o
poeta Ibn Abdun e o geógrafo Idrisi. A posição geográfica da cidade,
militarmente estratégica, explica
os três anéis de muralhas.
A praça do Giraldo é o miolo da
cidade, no qual há ainda uma fonte quinhentista, em que se executavam autos de fé da Inquisição,
cujo avalista de algozes era a Catedral da Sé, fundada em 1186 sobre
uma mesquita. Sua feição romano-gótica, com a escultura dos
apóstolos na fachada, data, no entanto, de 1250. Esse tipo de sincretismo arquitetônico, aludindo a
épocas diversas, é muito comum
em Portugal.
Não é difícil uma fachada modesta de vila de casas, com pátio
interno, acusar influência moura
ao mesmo tempo que o interior
exibe afrescos com motivos pagãos, como sereias e mulheres-pássaros, ou desenhos mais
próximos do naturalismo alexandrino. Nenhum canto escapa à
história em Évora.
(PF)
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