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MINAS GERAIS
A 1.350 m de altitude, cidade da Mantiqueira é local para desfrutar tranquilidade e esportes de aventura
Gonçalves é acesso para trilhas na serra
CHIAKI KAREN TADA
EM GONÇALVES (MG)
Da agricultura ao ecoturismo, a
mineira Gonçalves cultiva, na serra da Mantiqueira, uma história
em que os declives que serviam
para plantar produtos como cenouras hoje conciliam desafio e
lazer para viajantes que visitam
suas colinas, matas e inúmeras cachoeiras, formadas graças à privilegiada geografia da cidade, localizada a 1.350 m de altitude.
A exemplo de muitos municípios fincados nessa serra -como
Campos do Jordão (SP) e Monte
Verde (MG)-, Gonçalves tem
atrativos naturais localizados
bem próximos de São Paulo, a 190
km da capital, o que a torna opção
de viagem de fim de semana.
Embora o turismo ainda seja
uma atividade tímida, Gonçalves
tem pousadas tanto para grupos
de aventureiros quanto para casais apaixonados, cercadas por
trilhas que exploram cachoeiras
de águas escuras, que por sua vez
convidam à contemplação ou à
prática de canyoning.
Os rios Capivari e Campestre
são vias aquáticas indicadas para
o bóia-cross (descida em bóia individual). No inverno, Gonçalves
atrai pelo seu clima subtropical,
que propicia aquele friozinho de
serra -a cidade já registrou temperaturas de 10 C negativos.
Nada de muito agito na cidade.
Com cerca de 3.500 habitantes, é
bastante pacata -prova disso é
que existe apenas uma doceria no
centro, que se dedica à venda de
laticínios, compotas e aguardente,
e que um dos "points" locais, o
pizza bar Lagoa, com direito a
música ao vivo, é simples e sem
ostentação.
Gonçalves tem duas opções de
guias locais para passeios: a agência Ecoventura (tel. 0/xx/35/3654-1205), que organiza passeios de
bóia-cross e canyoning, e a Trilhas da Mantiqueira, que oferece
caminhadas pela região.
A agência é a mais bem estruturada. A descida de bóia-cross custa R$ 30 (básico) e R$ 50 (avançado), e o canyoning, R$ 50 por pessoa. No inverno é possível fazer
rapel. Para essas aventuras, o ideal
é ir com carro próprio.
Já na Trilhas da Mantiqueira
(tel. 0/xx/35/3654-1360) pode-se
combinar passeios e negociar preços de acordo com a preferência
do visitante e das condições climáticas. O guia, Alfredo Ovídio
de Paula, conhece bem a região e
cobra preços a partir de R$ 20 o
casal, se o passeio for feito com o
carro do visitante.
Cachoeiras
Um dos passeios mais tradicionais em Gonçalves é a visita à pedra do Forno, de 1.971 metros de
altitude. O tempo para completar
a subida íngreme é de cerca de
uma hora, dependendo do ritmo
e do fôlego do visitante. Do alto da
pedra, a visão de 360 é a de "ondas" de morros roliços, com diferentes tonalidades de verde, numa paisagem típica da serra.
A pedra do Forno está dentro de
uma área particular, onde fica o
restaurante do Zé do Ovídio. A
comida, servida em sistema self-service, tem seu valor na simplicidade, e os pratos quentes -frango, galinha caipira, carne, batatas
e legumes, entre outros- são
mantidos aquecidos no fogão a lenha. A refeição custa R$ 6 por pessoa, fora bebidas.
São inúmeras as quedas-d'água,
como a do Cruzeiro e a do Retiro.
A do Cruzeiro tem esse nome
porque dela avista-se uma cruz
fincada no alto de uma colina.
Contemplar as suas águas é um
convite a momentos bucólicos e
de reflexão.
Já a cachoeira do Retiro oferece
uma sequência de quedas-d'água
que, mais perto da estrada, é visitada por moradores locais e hóspedes de pousadas próximas.
Ainda nas proximidades do
centro da cidade fica a cachoeira
do Simão. O nome vem de um tal
Simão que, todos os dias, ao nascer do sol, mergulhava nas águas
geladas, com roupa e tudo. Depois, voltava para casa, trocava de
roupa, tomava o café da manhã e
ia trabalhar. Dizem que ele viveu
até os cem anos.
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