São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2002

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MINAS GERAIS

A 1.350 m de altitude, cidade da Mantiqueira é local para desfrutar tranquilidade e esportes de aventura
Gonçalves é acesso para trilhas na serra

CHIAKI KAREN TADA
EM GONÇALVES (MG)

Da agricultura ao ecoturismo, a mineira Gonçalves cultiva, na serra da Mantiqueira, uma história em que os declives que serviam para plantar produtos como cenouras hoje conciliam desafio e lazer para viajantes que visitam suas colinas, matas e inúmeras cachoeiras, formadas graças à privilegiada geografia da cidade, localizada a 1.350 m de altitude.
A exemplo de muitos municípios fincados nessa serra -como Campos do Jordão (SP) e Monte Verde (MG)-, Gonçalves tem atrativos naturais localizados bem próximos de São Paulo, a 190 km da capital, o que a torna opção de viagem de fim de semana.
Embora o turismo ainda seja uma atividade tímida, Gonçalves tem pousadas tanto para grupos de aventureiros quanto para casais apaixonados, cercadas por trilhas que exploram cachoeiras de águas escuras, que por sua vez convidam à contemplação ou à prática de canyoning.
Os rios Capivari e Campestre são vias aquáticas indicadas para o bóia-cross (descida em bóia individual). No inverno, Gonçalves atrai pelo seu clima subtropical, que propicia aquele friozinho de serra -a cidade já registrou temperaturas de 10 C negativos.
Nada de muito agito na cidade. Com cerca de 3.500 habitantes, é bastante pacata -prova disso é que existe apenas uma doceria no centro, que se dedica à venda de laticínios, compotas e aguardente, e que um dos "points" locais, o pizza bar Lagoa, com direito a música ao vivo, é simples e sem ostentação.
Gonçalves tem duas opções de guias locais para passeios: a agência Ecoventura (tel. 0/xx/35/3654-1205), que organiza passeios de bóia-cross e canyoning, e a Trilhas da Mantiqueira, que oferece caminhadas pela região.
A agência é a mais bem estruturada. A descida de bóia-cross custa R$ 30 (básico) e R$ 50 (avançado), e o canyoning, R$ 50 por pessoa. No inverno é possível fazer rapel. Para essas aventuras, o ideal é ir com carro próprio.
Já na Trilhas da Mantiqueira (tel. 0/xx/35/3654-1360) pode-se combinar passeios e negociar preços de acordo com a preferência do visitante e das condições climáticas. O guia, Alfredo Ovídio de Paula, conhece bem a região e cobra preços a partir de R$ 20 o casal, se o passeio for feito com o carro do visitante.

Cachoeiras
Um dos passeios mais tradicionais em Gonçalves é a visita à pedra do Forno, de 1.971 metros de altitude. O tempo para completar a subida íngreme é de cerca de uma hora, dependendo do ritmo e do fôlego do visitante. Do alto da pedra, a visão de 360 é a de "ondas" de morros roliços, com diferentes tonalidades de verde, numa paisagem típica da serra.
A pedra do Forno está dentro de uma área particular, onde fica o restaurante do Zé do Ovídio. A comida, servida em sistema self-service, tem seu valor na simplicidade, e os pratos quentes -frango, galinha caipira, carne, batatas e legumes, entre outros- são mantidos aquecidos no fogão a lenha. A refeição custa R$ 6 por pessoa, fora bebidas.
São inúmeras as quedas-d'água, como a do Cruzeiro e a do Retiro. A do Cruzeiro tem esse nome porque dela avista-se uma cruz fincada no alto de uma colina. Contemplar as suas águas é um convite a momentos bucólicos e de reflexão.
Já a cachoeira do Retiro oferece uma sequência de quedas-d'água que, mais perto da estrada, é visitada por moradores locais e hóspedes de pousadas próximas.
Ainda nas proximidades do centro da cidade fica a cachoeira do Simão. O nome vem de um tal Simão que, todos os dias, ao nascer do sol, mergulhava nas águas geladas, com roupa e tudo. Depois, voltava para casa, trocava de roupa, tomava o café da manhã e ia trabalhar. Dizem que ele viveu até os cem anos.



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