São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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EX-GUIANA HOLANDESA

No norte da América do Sul, o Suriname existe sim

País que tem 80% do território coberto pela floresta abriga rica mistura de povos e herança holandesa

ANA NEIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO SURINAME

Há quem não acredite na existência do Suriname -no site de relacionamentos Orkut, uma dezena de comunidades de internautas brasileiros discute o tema.
Brincadeiras à parte, o país vizinho do Brasil, que faz fronteira com os Estados do Amapá e do Pará, existe oficialmente desde 1975 e tem bastante história para contar.
Com mata inexplorada e uma mistura racial única, o Suriname oferece boas opções de contato com a natureza, passeios históricos e rica gastronomia. Por lá, o jogo é liberado.
Ao chegar a Paramaribo, a capital do país, o turista é convidado a uma viagem em direção ao passado. Com clima de interior (são 250 mil habitantes), a cidade traz marcas da época colonial, quando ainda era Guiana Holandesa.
Casas de madeira -a maioria branca com detalhes verdes e vermelhos- enfeitam uma das principais ruas da cidade, Waterkant, à beira do rio Suriname. Há cem anos, o local era o porto por onde navios estrangeiros se abasteciam de açúcar, café e cacau. Atualmente, é possível encontrar bons restaurantes e hotéis na região.
A poucos passos dali está a catedral de Pedro e Paulo, a maior edificação em madeira da América Latina, totalmente construída em cedro vermelho.
A catedral foi originalmente um teatro judeu, que virou igreja católica quando foi permitida a prática do catolicismo no país, em 1800. Em 1883, a igreja foi ampliada para se transformar na catedral.
Há ainda a praça da Independência, com belas construções antigas, como o atual palácio Presidencial, o palácio das Finanças e o Fort Zeelandia, uma fortaleza do século 17 que foi transformada em museu.

Patrimônio
As construções coloniais garantiram a Paramaribo o título de patrimônio histórico da humanidade em 2002, concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Na capital, nota-se a mistura racial da população. São negros, indianos, javaneses, chineses e holandeses, que entraram no país como escravos, imigrantes ou colonizadores.
Essa miscigenação se faz presente na cultura local, principalmente na gastronomia, que oferece pratos das cozinhas hindu, chinesa e javanesa, além das tradicionais panquecas holandesas. O prato típico da cidade é o frango frito acompanhado de batata frita, sempre muito bem-feito e barato.

União de povos
Os diversos povos do Suriname convivem em harmonia, o que é motivo de grande orgulho para o país, que tem como slogan "Uma nação, um povo".
O clima de cordialidade pode ser comprovado na chamada "rua inter-religiosa" (Keizerstraat), na qual a maior mesquita do Caribe, a Ahmadiyya Anjuman Ishaat (aaiil.org/suriname), fica ao lado da sinagoga Neveh Shalom.

Apostas
À noite, para muitos o melhor programa é ir aos cassinos, antes ou depois do jantar ou da balada, para os maiores de 18 anos. Em todo o país há mais de 17 deles, abertos o dia todo e com bebidas grátis.
Na Kleine Straat estão bares como o Vat, que costumam estar cheios de turistas, e a boate Strarrz, onde a dance music se mistura com o merengue e a salsa. Nos dois principais hotéis da cidade, o Torarica e o Royal Torica, também há opções de bons programas, com seus restaurantes e cassinos.


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