|
Próximo Texto | Índice
4x1
Célebre pela linha que parte a Terra em norte e sul, país se divide em regiões costeira, andina e amazônica e Galápagos
Quatro panoramas formam o Equador
CAROLINA HANASHIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO EQUADOR
Dividido por um clima político
que ora não é dos mais serenos,
com manifestantes nas ruas pedindo a renúncia do presidente
Lucio Gutiérrez após uma polêmica dissolução da Suprema Corte, o Equador é conhecido pela linha imaginária que dá nome ao
país e divide a Terra em dois hemisférios. A despeito de crises políticas e econômicas, no entanto, o
país atrai pela diversidade natural. Há quem o defina com a velha
expressão de que é nos pequenos
frascos que estão as grandes essências. Numa área 30 vezes menor que a do Brasil -284 mil quilômetros quadrados-, há paisagens tão distintas quanto uma
praia com ares de Caribe e um
vulcão nevado. O bom é conhecer
suas quatro regiões principais
(selva, serra, costa e Galápagos).
Porta de entrada, Quito, a capital, está na região andina, em um
vale rodeado por montanhas e
vulcões, alguns ativos. Elevada a
2.850 m, a cidade agrada pela
combinação de beleza natural e
rica arquitetura colonial, principalmente no centro histórico, declarado patrimônio da humanidade pela Unesco. Ainda no centro, o Museu da Cidade resgata a
história de Quito por meio de documentos e cenários com bonecos de cera e objetos de época. Fora da área colonial, outro museu
que merece uma visita é o Arqueológico. Nele, há cerâmicas de
diversos períodos, ornamentos de
ouro da época em que o país fazia
parte do império inca e até uma
múmia, além de informações sobre os diferentes grupos indígenas que formaram o povo equatoriano. Dados importantes, afinal,
os índios e seus descendentes diretos representam quase 90% da
população do país -os outros
10% são brancos e negros.
Mesmo com a perseguição por
parte dos colonizadores brancos,
que ocorreu em maior ou menor
escala em todos os países da América, os índios equatorianos resistiram, misturaram-se pouco e
mantiveram boa parte de suas
tradições. Nos últimos anos, inclusive, vem ganhando espaço
um movimento de orgulho indígena, que valoriza a língua adotada por muitos grupos: o quíchua
Os quitenhos orgulham-se de
seus parques, como o de Itchimbía, de onde se pode ter uma das
melhores vistas da cidade e dos
vulcões que a circundam. Em
meados de 2004, o parque ganhou
um centro cultural, cujo prédio é,
na verdade, um antigo mercado
com estrutura de ferro que o governo transferiu do centro histórico para o alto da montanha.
A cidade se destaca pela noite
agitada, com bons bares e restaurantes. Para os animados quitenhos, a noitada ideal termina em
uma salsoteca. Bailando, a noite
passa rápido, mas é bom guardar
energia e fôlego para passeios nos
arredores, como a ida aos vulcões
Pululahua e Pichincha.
Menos interessante, porém
mais divulgada, é a chamada Metade do Mundo. No local onde em
1736 a expedição científica de
Charles-Marie de la Condamine
sinalizou a linha que divide o
mundo -demonstrando também que a Terra não é completamente redonda- foi criado um
centro de estudos que mais tarde
passou a dividir espaço com atrações turísticas, como museus.
Antes de pegar a estrada para
áreas mais distantes, visite o mercado de Otavalo, um dos maiores
da América do Sul. Aqui a lei dos
preços tende a ser a mesma praticada em outros negócios do país:
equatorianos pagam menos que
outros sul-americanos que, por
sua vez, têm descontos maiores
que outros estrangeiros. Mesmo
quem não quer fazer compras deve ir até lá para ver os otavalenhos
com vestes tradicionais. Sair de lá
sem nada é quase impossível.
Próximo Texto: 4x1: Xamãs intrigam na Amazônia equatoriana Índice
|