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Cotopaxi, de 5.897 m, e Chimborazo, de 6.310 m, disputam a atenção na serra, pela qual turistas viajam no teto do vagão
Trem ziguezagueia por avenida de vulcões
Carolina Hanashiro
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Cume gelado do vulcão Cotopaxi, segundo pico mais alto do Equador, com 5.897 metros de altura |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO EQUADOR
Quando o explorador alemão
Alexander Von Humboldt visitou
o Equador, em 1802, ficou encantado com a topografia do país e
passou a estudá-la. A região que
mais lhe chamou a atenção foi um
vale cercado por duas cordilheiras
paralelas e de grande altitude, onde estão nove dos dez picos mais
altos do país. Formado em sua
maior parte por vulcões ativos, o
local foi batizado pelo pesquisador de Avenida dos Vulcões.
O vulcão Cotopaxi, com 5.897
metros de altura, é uma das principais atrações. Com silhueta semelhante à do monte Fuji, o cartão-postal japonês, o Cotopaxi é o
segundo ponto mais alto do país.
De carro, é possível chegar à
marca dos 4.500 metros. Daí pra
frente, o viajante precisa subir andando. Os efeitos da altitude se fazem notar já nos primeiros passos
dos 300 metros que separam o estacionamento da construção que
serve de abrigo aos andinistas.
Mais ao sul, está o vulcão Chimborazo, o grande concorrente do
Cotopaxi na disputa pela atenção
dos visitantes. Com seus 6.310
metros de altura, o Chimborazo
foi considerado a montanha mais
alta do mundo até 1852, quando o
Everest (8.850 metros) levou o título. De qualquer forma, os guias
gostam sempre de lembrar que o
vulcão ainda detém outra marca
impressionante: seu cume é o
ponto do planeta mais afastado
do centro da Terra e, com isso, o
mais próximo do Sol.
Chegar ao cume do Chimborazo não é para qualquer um. A subida exige certa experiência e
muita cautela. Tanto que próximo
ao refúgio, onde se pode chegar
de carro, estão lápides dedicadas
aos que morreram tentando. Há,
porém, quem suba o vulcão duas
vezes por semana. É o caso dos últimos "geleiros do Chimborazo",
homens que vivem de arrancar
pedaços de gelo com mais de 80
quilos de um dos glaciares do vulcão, a 5.000 m de altura, com uma
barra de ferro. O gelo, usado para
conservar alimentos ou no preparo de refrescos e sorvetes, é vendido nos mercados locais.
Bem perto dos vulcões, outra
atração curiosa é o trem do Nariz
do Diabo. O mais famoso trem do
Equador parte da cidade de Riobamba rumo a Sibambe, no único
trecho que restou do Ferrocarril
Transandino. A linha, construída
em 1899, circulava entre Quito e
Guayaquil e impressiona pela natureza de seu percurso, feito em
ziguezague para vencer as íngremes montanhas. Além do sistema
diferente, o Nariz do Diabo oferece uma emoção a mais: os passageiros podem viajar no teto do vagão, curtindo a paisagem.
Próximo de Riobamba está Baños, cidade famosa por seus banhos termais e localizada aos pés
do vulcão Tungurahua, que em
quíchua quer dizer "pequeno inferno". Há alguns anos a população foi obrigada a abandonar a região quando a cidade entrou no
alerta laranja -em uma escala
branco-amarelo-laranja-vermelho-, o que indicava 90% de
chance de uma grande erupção
vulcânica. Felizmente, a emissão
de lavas foi menor do que a esperada, e os moradores puderam
voltar para suas casas.
A última parada na região serrana é Cuenca, tombada como patrimônio da humanidade pela
Unesco, assim como Quito. Seu
encanto colonial pode ser visto
nas ruas estreitas, belas praças e
caprichadas igrejas. Antes da chegada dos espanhóis, Cuenca foi
concebida pelos incas para rivalizar com Cuzco, capital imperial.
As ruínas incas mais bem conservadas do Equador ficam bem próximas dali, em Ingapirca.
Cuenca também é conhecida
por seu tradicional comércio de
chapéu panamá. O artigo é equatoriano e só ganhou esse nome
porque na construção do canal de
Panamá muitos operários o usavam.
(CAROLINA HANASHIRO)
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