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TURQUIA DUAL
Istambul é mosaico oriental-ocidental
Antiga Bizâncio e Constantinopla, metrópole vive em harmonia, sob influências muçulmana e européia
LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL À TURQUIA
Tudo bem que hoje em dia a
máxima de que uma cidade encerra dezenas de outras é aplicada a quase qualquer metrópole. Mas poucas vestem tão
bem esse rótulo -um tanto
puído- quanto Istambul. É como se as cores e os cheiros e as
formas e os gostos e os sons que
se embrenham com invejável
harmonia pelas intrincadas
alamedas de seu Grande Bazar
ou os milhares e milhares de
pastilhas que compõem os mosaicos bizantinos nas antigas
igrejas cristãs servissem de espelho para a maior cidade da
Turquia.
Capital de dois impérios -o
bizantino e o otomano-, Istambul aparece na história com
os nomes de Bizâncio e Constantinopla; já esteve sob o jugo
dos hititas, do macedônio Alexandre e dos romanos.
É como se cada peça do mosaico, ou cada esquina, exalasse
a história de uma época diferente -mas sempre glória.
Elementos, que à primeira
vista parecem tão díspares, se
encaixam à perfeição, fazendo
deste um lugar único que, ao
mesmo tempo, evoca tudo e
não se parece com nada. Afinal,
que outro destino podia ter
uma metrópole que se divide
entre Oriente e Ocidente?
No atravessar de uma ponte,
o cheiro dos narguilés dos antiquíssimos salões de café transmutam-se no de um expresso
vindo de cafeterias que remontam a Milão, e o grito dos muezins que convocam os muçulmanos para a reza confunde-se
com o burburinho de uma rua
comercial europeizada.
De ambos os lados, véus coloridíssimos sobre a cabeça das
muçulmanas perambulam junto a minissaias e maquiagem
exagerada, como se o abismo
Ocidente-Oriente que em outros pontos alimenta guerras
aqui servisse apenas para explicar que a convivência, ainda
que com mais nuances do que
qualquer turista consiga ver,
pode ser harmônica.
Mais do que harmônica, cativante. Os istambulis são hospitaleiros e amigáveis -sorridentes, prontos para dar informações, conversar ou oferecer
uma xícara de chá.
Brasileiros não precisam de
visto. As melhores épocas para
viajar são entre abril e maio
(primavera) e setembro e outubro (outono), quando as temperaturas giram em torno dos
15C e as atrações estão menos
cheias. Na primavera, Istambul
fica recoberta de tulipas -na
última, eram mais de 3 milhões
plantadas em praças, parques e
canteiros à beira das ruas.
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