São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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TURQUIA DUAL

Istambul é mosaico oriental-ocidental

Antiga Bizâncio e Constantinopla, metrópole vive em harmonia, sob influências muçulmana e européia

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL À TURQUIA

Tudo bem que hoje em dia a máxima de que uma cidade encerra dezenas de outras é aplicada a quase qualquer metrópole. Mas poucas vestem tão bem esse rótulo -um tanto puído- quanto Istambul. É como se as cores e os cheiros e as formas e os gostos e os sons que se embrenham com invejável harmonia pelas intrincadas alamedas de seu Grande Bazar ou os milhares e milhares de pastilhas que compõem os mosaicos bizantinos nas antigas igrejas cristãs servissem de espelho para a maior cidade da Turquia.
Capital de dois impérios -o bizantino e o otomano-, Istambul aparece na história com os nomes de Bizâncio e Constantinopla; já esteve sob o jugo dos hititas, do macedônio Alexandre e dos romanos.
É como se cada peça do mosaico, ou cada esquina, exalasse a história de uma época diferente -mas sempre glória.
Elementos, que à primeira vista parecem tão díspares, se encaixam à perfeição, fazendo deste um lugar único que, ao mesmo tempo, evoca tudo e não se parece com nada. Afinal, que outro destino podia ter uma metrópole que se divide entre Oriente e Ocidente?
No atravessar de uma ponte, o cheiro dos narguilés dos antiquíssimos salões de café transmutam-se no de um expresso vindo de cafeterias que remontam a Milão, e o grito dos muezins que convocam os muçulmanos para a reza confunde-se com o burburinho de uma rua comercial europeizada.
De ambos os lados, véus coloridíssimos sobre a cabeça das muçulmanas perambulam junto a minissaias e maquiagem exagerada, como se o abismo Ocidente-Oriente que em outros pontos alimenta guerras aqui servisse apenas para explicar que a convivência, ainda que com mais nuances do que qualquer turista consiga ver, pode ser harmônica.
Mais do que harmônica, cativante. Os istambulis são hospitaleiros e amigáveis -sorridentes, prontos para dar informações, conversar ou oferecer uma xícara de chá.
Brasileiros não precisam de visto. As melhores épocas para viajar são entre abril e maio (primavera) e setembro e outubro (outono), quando as temperaturas giram em torno dos 15C e as atrações estão menos cheias. Na primavera, Istambul fica recoberta de tulipas -na última, eram mais de 3 milhões plantadas em praças, parques e canteiros à beira das ruas.


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