São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004 |
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NO TABULEIRO Fora da balada da cidade, o distrito porto-segurense tem estilo Arraial d'Ajuda se mostra como um real porto seguro
FERNANDO BADÔ ENVIADO ESPECIAL A PORTO SEGURO (BA) Porto Seguro, no sul da Bahia, tornou-se já há algum tempo sinônimo de destino turístico de massa. A imagem é a de uma cidade tomada por milhares de turistas adolescentes em sua maioria, divertindo-se em um esquema "balada": consumo elevado de bebidas alcoólicas, muita paquera e axé music em volume alto ecoando de qualquer objeto parecido com uma caixa de som. Se você tem vontade de conhecer a Costa do Descobrimento, onde as primeiras caravelas portuguesas chegaram ao Brasil há pouco mais de 504 anos, mas o cenário descrito acima não lhe agrada, Arraial d'Ajuda é um porto seguro dentro da própria. O distrito, a 4 km do centro da cidade, apresenta um outro estilo, em que predomina a tranqüilidade. Com a Secretaria de Turismo do Estado, comerciantes e hoteleiros locais trabalharam para criar esse panorama diferenciado para Arraial. Isso implica, claro, preços um pouco mais elevados. O centro de Arraial d'Ajuda é de uma simplicidade chique. As ruas de paralelepípedo são estreitas -carros e pedestres têm que dividir o espaço-, e a iluminação não é forte, muitas vezes à vela. As lojas e restaurantes com paredes coloridas dão ao visitante uma sensação de aconchego. E por mais que faça calor, uma brisa constante se assemelha a um ar condicionado natural. Não deixe de passar pelos points: o Beco das Cores, a Broduei (assim mesmo, com a grafia aportuguesada) e a Galeria. A vida gastronômica é variada. Há comida portuguesa, italiana, japonesa, mineira e, claro, baiana. Come-se um churrasco argentino e, se você decidir comer uma pizza, vai se convencer de que é possível degustar uma de qualidade, mesmo longe de São Paulo. Para quem tem fôlego, às terças-feiras a balada é no Platô. A noite começa com performances de capoeira, maculelê e dança afro. Depois do espetáculo, a festa corre solta, sob o comando de DJs. O local dos sábados é a Ilha dos Aquários, onde há, de fato, grandes aquários como decoração. Forró e axé animam a noite. Fonte Uma das lendas da história do distrito diz que, na época da colonização, dois padres estavam na região de Arraial. Construíram uma casa, mas não havia água boa para beber. Uma vez, parte de um morro desabou e de lá brotou uma fonte de água potável. O milagre foi atribuído à Nossa Senhora d'Ajuda, e, a partir da construção da igreja à ela dedicada, outras edificações passaram a surgir no local. Alguns nativos gostam de se banhar na fonte, que fica dentro de uma capela. Religiosos iam ao local em romaria. A lenda diz que quem se banha ali retorna a Arraial. Mesmo descrente, não custa tentar. Fernando Badô viajou a convite do Arraial d'Ajuda Eco Resort Texto Anterior: No tabuleiro: Feira labiríntica vende um bode adulto por R$ 280 Próximo Texto: Costa reúne cardápio de praias distintas Índice |
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