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LINHA CRUZADA
Encravada nos Andes, a capital, declarada patrimônio da humanidade, oferece arte, cultura e compras
Quito vigia o mundo do alto de 2.850 m
da enviada especial ao Equador
Quito, a antiga cidade do Sol dos
índios quitus, próxima à linha do
Equador, resplandece no ouro de
suas igrejas barrocas e na simetria
das ruas, que formam uma faixa
urbana encravada na cordilheira
dos Andes, a 2.850 m de altitude.
Seu centro colonial, declarado
patrimônio cultural da humanidade em 1978, pulsa em um intricado
emaranhado de pedestres, táxis,
ônibus, bancos, lojas e, claro, prédios históricos. Muitos quitenhos
ainda moram ali, em sobrados
com retorcidos gradis nas janelas.
Algumas dessas casas antigas hoje abrigam museus. A Casa de Sucre (rua Venezuela, 573) é uma delas. O local exala o forte odor histórico presente nos móveis do início
do século 19 e no pátio típico da arquitetura da América espanhola,
com flores e uma fonte no centro.
A casa pertenceu ao herói do
Equador, Antonio Sucre, que proclamou a independência do país,
emprestando, por tabela, seu nome à moeda nacional.
A Casa de Benalcázar, na rua Olmedo, 968, não possui tanta pompa, mas ganha no quesito histórico. Foi construída em 1534 e restaurada em 1967. De novo, lá está o
bucólico pátio central rodeado por
colunas que sustentam o prédio.
Às vezes há recitais de piano ali; ligue para checar (tel. local 218-102).
Bem no meio da cidade, um dos
maiores museus de Quito, a Casa
de la Cultura Ecuatoriana, entretém o visitante com uma coleção
de pinturas, esculturas, roupas e
até instrumentos musicais.
De pianos do século 18 a flautas
indígenas, o acervo dedilha a história da música em mais de 50 peças. Para quem aprecia também as
artes plásticas, obras de Eduardo
Kingman e Guayasamín, além de
vários outros pintores equatorianos, garantem um bom programa.
O museu fica na esquina da avenida Patria e 12 de Outubro; abre das
10h às 18h, de terça a sexta, e das
10h às 14h nos finais de semana.
A 15 minutos de carro dali, uma
certa construção contempla a cidade. Trata-se da Fundação Guayasamín (rua Bosmediano, 543), casa
do pintor equatoriano e museu onde estão expostas a maioria de suas
obras.
Logo à entrada, um par de esculturas no jardim orna seu caminho
rumo ao maior patrimônio artístico do Equador. Na casa, estão telas
fundamentais da carreira do pintor, como a série "A Idade da Ira" e
"Lágrimas de Sangue".
No anexo, você pode apreciar o
acervo de arte sacra coletado pelo
artista ao longo de sua vida, desatacando-se Cristos na cruz e quadros, dos séculos 17, 18 e 19, que
adornavam igrejas.
Guayasamín também comprou
mais de 50 peças de arte pré-colombiana, como máscaras e pequenas esculturas, que dispôs em
três salas.
Uma pequena loja no museu
vende gravuras do pintor, com
preço que em fevereiro chegavam
a US$ 600, além de livros com
obras dele. É possível adquirir ainda reproduções em papel de algumas de suas telas.
Dólar em alta
Se você prefere gastar seus dólares com itens mais mundanos, a
parte nova de Quito, uma continuação da cidade antiga, é a melhor pedida.
Ao longo da avenida Amazonas,
a principal desse lado da capital,
lojas de artesanato convivem com
bancos, shoppings, hotéis luxuosos e bares animados.
Você pode comprar muito gastando pouco. Blusas com motivos
indígenas custam no máximo US$
20. Chapéus de lã são vendidos até
na rua pelos indígenas e saem por
US$ 3, em média. Colares, também
tradicionais, variam entre US$ 2 e
US$ 3.
Quando se lançar às compras, só
tome uma precaução: vá com a
carteira recheada de sucres. Nenhuma barraquinha de rua aceita
cartão de crédito e algumas lojas
também só recebem em "cash".
(CARLA ARANHA)
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