São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2008

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NO SUL DA AMÉRICA

Com ar de interior, cidade tem dias curtos no inverno

O sol não chega a sumir, pois estamos a 4.000 km do pólo Sul; no verão, o dia nasce às 4h e vai até 22h30

DO ENVIADO ESPECIAL A USHUAIA

Ushuaia aparenta ser-e é de verdade- uma cidadezinha de interior, sem prédios elevados e com uma sucessão de casinhas desprovidas de terraço, já que o clima não permite, e calafetadas contra os ventos.
A única grande rua comercial é a San Martin, com a extensão de 17 pequenos quarteirões. Dá para percorrê-la tranqüilamente em 50 minutos.
As roupas de lã e couro são em geral um pouco mais baratas que em Buenos Aires, em razão da zona franca que o governo argentino instalou por lá, sem ter, no entanto, conseguido atrair grandes empreendimentos industriais. O fracasso foi comemorado por grupos ambientalistas.
No verão, quando a temperatura estaciona em torno dos 10C, é possível passear pela cidade com uma blusa de lã e um casaco que proteja do vento. Mas entre julho e agosto, com temperaturas mais baixas, são recomendáveis roupas pesadas, luvas, cachecol e um gorro para proteger a cabeça.
O gostoso durante o verão da Patagônia é a absurda duração dos dias. Amanhece antes das 4h e anoitece só depois das 22h30. Os passeios à luz natural são mais produtivos. No inverno, o céu fica claro por apenas seis horas.
Não estamos tão ao sul para que o sol não se ponha no verão e desapareça no inverno. Até o umbigo do pólo Sul há uma distância de 4.000 km (o continente antártico começa mais perto, a 1.000 km). Para esquiar, dois conjuntos de pistas, acessíveis por teleféricos: Cerro Castor e Geleira Martial.
Os museus são modestos, mas bem-intencionados. Na cidade há oito deles. Além dos instalados no antigo presídio, há o museu Iamaná (população pré-colombiana da região) ou a antiga Casa do Governo. Os ingressos custam de R$ 8 a R$ 19. Nas imediações de Ushuaia existem cinco outras atrações, como o aquário e o parque nacional da Terra do Fogo, muito bom para passeios ou ainda para um curto trajeto ferroviário, a bordo do trem "do fim do mundo" (R$ 82 por pessoa o pacote com ingresso ao parque), que só parte se tiver no mínimo dez passageiros.
O serviço municipal de turismo lista 26 restaurantes na cidade, incluindo os dos hotéis. Os pratos regionais são o cordeiro assado, o polvo e um enorme caranguejo levado ao forno com condimentos. É também uma região de boas trutas e cogumelos. Mais próximas das tradições portenhas há ainda a excelente carne bovina.
A hotelaria é compatível com a importância turística da cidade e seus arredores. São 19 hotéis, do luxuoso Las Hayas (diária de R$ 453), que é um cinco-estrelas de padrão europeu, ao mais modesto Apart Hotel Tierra del Fuego (R$ 110). É bom verificar as tarifas com as agências de viagem, em razão de promoções de baixa temporada ou oscilações constantes.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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