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NO SUL DA AMÉRICA
Com ar de interior, cidade tem dias curtos no inverno
O sol não chega a sumir, pois estamos a 4.000 km do pólo Sul; no verão, o dia nasce às 4h e vai até 22h30
DO ENVIADO ESPECIAL A USHUAIA
Ushuaia aparenta ser-e é de
verdade- uma cidadezinha de
interior, sem prédios elevados
e com uma sucessão de casinhas desprovidas de terraço, já
que o clima não permite, e calafetadas contra os ventos.
A única grande rua comercial
é a San Martin, com a extensão
de 17 pequenos quarteirões. Dá
para percorrê-la tranqüilamente em 50 minutos.
As roupas de lã e couro são
em geral um pouco mais baratas que em Buenos Aires, em
razão da zona franca que o governo argentino instalou por lá,
sem ter, no entanto, conseguido atrair grandes empreendimentos industriais. O fracasso
foi comemorado por grupos
ambientalistas.
No verão, quando a temperatura estaciona em torno dos
10C, é possível passear pela cidade com uma blusa de lã e um
casaco que proteja do vento.
Mas entre julho e agosto, com
temperaturas mais baixas, são
recomendáveis roupas pesadas, luvas, cachecol e um gorro
para proteger a cabeça.
O gostoso durante o verão da
Patagônia é a absurda duração
dos dias. Amanhece antes das
4h e anoitece só depois das
22h30. Os passeios à luz natural são mais produtivos. No inverno, o céu fica claro por apenas seis horas.
Não estamos tão ao sul para
que o sol não se ponha no verão
e desapareça no inverno. Até o
umbigo do pólo Sul há uma distância de 4.000 km (o continente antártico começa mais
perto, a 1.000 km). Para esquiar, dois conjuntos de pistas,
acessíveis por teleféricos: Cerro Castor e Geleira Martial.
Os museus são modestos,
mas bem-intencionados. Na cidade há oito deles. Além dos
instalados no antigo presídio,
há o museu Iamaná (população
pré-colombiana da região) ou a
antiga Casa do Governo. Os ingressos custam de R$ 8 a R$ 19.
Nas imediações de Ushuaia
existem cinco outras atrações,
como o aquário e o parque nacional da Terra do Fogo, muito
bom para passeios ou ainda para um curto trajeto ferroviário,
a bordo do trem "do fim do
mundo" (R$ 82 por pessoa o
pacote com ingresso ao parque), que só parte se tiver no
mínimo dez passageiros.
O serviço municipal de turismo lista 26 restaurantes na cidade, incluindo os dos hotéis.
Os pratos regionais são o cordeiro assado, o polvo e um
enorme caranguejo levado ao
forno com condimentos. É
também uma região de boas
trutas e cogumelos. Mais próximas das tradições portenhas há
ainda a excelente carne bovina.
A hotelaria é compatível com
a importância turística da cidade e seus arredores. São 19 hotéis, do luxuoso Las Hayas (diária de R$ 453), que é um cinco-estrelas de padrão europeu, ao
mais modesto Apart Hotel
Tierra del Fuego (R$ 110). É
bom verificar as tarifas com as
agências de viagem, em razão
de promoções de baixa temporada ou oscilações constantes.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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