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Giverny abriga museu e casa de Monet
Vila, que fica a 50 minutos de carro de Paris, foi reduto predileto do pintor, que lá plantou dois belos jardins
Moradia do pintor é preservada como era quando ele vivia ali; museu vale a visita e agora abriga mostra
DO ENVIADO À NORMANDIA
Vila de 500 habitantes perto de Paris, Giverny foi onde
Claude Monet construiu uma
casa e plantou dois jardins,
patrimônio que integra a fundação que leva seu nome
(www.fondation-monet.com). Também é sede do
museu dos Impressionismos
(www.mdig.fr), cujo acervo
vale a viagem.
Estando em Paris, ainda
que sem intenção de conhecer toda a Normandia, ir a Giverny (www.giverny.fr) é
ideia de aprazível passeio
cultural bem francês.
De carro, sem muito trânsito, são necessários 50 minutos de Paris a Giverny, percorrendo 87 km pela estrada
A-13 até a saída 14.
Para chegar lá como o pintor deve ter feito, o caminho é
pegar o trem em Paris, na Gare Saint-Lazare, cujo bilhete
custa 21, e saltar na estação
de Vernon, a 3 km de Giverny. Aí, por mais 1,20, um
ônibus leva até as imediações da casa e do museu.
A estação de Saint-Lazare
foi pintada por Monet, em
1877, num quadro que retrata
a azáfama da locomotiva partindo, entre fumaças e luzes.
Depois que Monet ganhou fama e conquistou espaço para
sua pintura, Giverny foi mais
e mais se transformando no
seu reduto preferido.
A partir de 1883, consagrado e amigo do estadista Georges Clemenceau, ele se mudou, já viúvo, para lá. Levou
dois filhos e Alice Hoschedé,
com quem se casou.
Diante dessa casa que tem
as paredes rosadas e as janelas pintadas de verde, ele
plantou os jardins que são
abertos à vistação de abril a
novembro, das 9h30 às 18h
(entradas custam 6).
Ao contrário do museu ao
lado, a casa da Fundação
Claude Monet de Giverny não
tem no acervo as pinturas
originais do artista. Exceto
por isso, tudo lá tal e qual: a
decoração, seus objetos pessoais etc. Ele viveu nessa casa 43 anos de sua vida, de
1883 a 1926, quando morreu.
Logo à frente da fachada,
fica o jardim Clos Normand,
com canteiros bem definidos
onde florescem tulipas, azaléias, gerânios e bocas-de-leão. Ao lado, o jardim Japonês tem uma ponte de madeira sobre um lago onde abundam plantas flutuantes -sobretudo as ninfeias, que ele
pintou à exaustão.
A obsessão desse impressionista pelos temas nipônicos não para aí. Dentro da casa onde Monet recebeu colegas como Renoir, Sisley, Pissarro e Matisse, está a sua coleção de 231 gravuras japonesas de artistas como Utamaro, Hokusai e Hiroshigue.
O tamanho da cozinha, recoberta de azulejos azuis, e a
quantidade de panelinhas de
cobre impressionam.
ARTE MORA AO LADO
Já o museu dos Impressionismos (www.museedesimpressionismesgiverny.com), ao lado da fundação,
abre de abril a outubro, das
10 às 18h (6,50), e exibe agora a mostra "Normandia Impressionista" (www.normadieimpressioniste.fr).
Entre as obras, muitas retratam vistas às margens do
Sena, retraçando a história
do impressionismo e do pós-impressionismo de Eugéne
Boudin a Henri Matisse.
Artistas como Gustave Caillebotte, Auguste Renoir, Camille Pissarro e Alfred Sisley
estão agora expostos ali.
Georges Seurat, inventor do
pontilhismo, filiado ao
neoimpressionismo, também tem quadro nesse museu até o dia 31 de outubro.
Herança da época em que
todos queriam ser Monet, Giverny tem, nos arredores da
propriedade do artista, pequenos ateliês e um antigo e
singelo hotel, o Ancien Hotel
Baudy, na rua Claude Monet,
81, onde dá para tomar um
drinque ao ar livre e visitar o
jardim de rosas.
(SILVIO CIOFFI)
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