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ITÁLIA-BRASIL
Estilo barroco percebido na Piazza Navona e na di Spagna se estende a igrejas e palácios nas cercanias
Fontes fazem imaginação transbordar
NA ITÁLIA
Rodeada por uma área movimentada, a Piazza Navona surpreende. Dobrando à esquerda
pelo corso (avenida) del Rinascimento, surge, como um clarão, a
Fontana Dei Fiume, literalmente a
"fonte dos rios", obra barroca de
Bernini de 1651 que se apóia num
obelisco e faz uma alegoria aos
quatro cursos d'água então conhecidos: o Nilo, o Ganges, o Danúbio e o rio da Prata.
O rio Amazonas, ironicamente,
não está citado pelo mestre barroco. Isso embora a embaixada brasileira, no Palazzo Pamphilli, ao
lado da praça, ocupe um aristocrático prédio adornado com
afrescos de Pietro Della Cortona
encomendados por Giovanni Battista Pamphilli que, em 1644, tornou-se o papa Inocêncio 10º.
Sagrada, quando abrigou o Vaticano, judia, no entorno do rio
Tibre, onde ficam a velha Sinagoga e restaurantes ítalo-judaicos, a
eterna Roma subiu as escadarias
do barroco como nenhuma outra
cidade, e o exemplo disso é a Piazza di Spagna.
Mas, voltando à Piazza Navona,
repleta de camelôs que, quando
consultados em inglês ou espanhol fazem o preço de uma camiseta subir de 5 para 10, outras
fontes inundam a imaginação.
As fontes de Netuno e de Moro,
igualmente elaboradas com o
mais alvo dos mármores, foram
alteradas diversas vezes, sempre
para exibir formas instigantes.
O passeio seguinte tende a gerar
indecisão. Três quarteirões a leste,
está o Pantheon, cuja abertura superior (o "óculo") parece desafiar
as leis da física -é a única entrada de luz da construção, que abriga o túmulo de Rafael. Ao sul, a
bela igreja Gesù e o melhor ponto
do rio Tibre, com uma ilha no
centro, disputam atenção.
Ao norte, na margem do Tibre,
o castelo Sant'Angelo, cujo destaque é um túnel que começa no
Vaticano e foi construído, em
1277, para servir como rota de fuga para os papas, marcou o tempo
em que os bárbaros ameaçaram o
catolicismo. Ainda assim, se não
der para visitar todos os caminhos e praças de Roma, não deixe
de jogar a sua moeda na Fontana
di Trevi. Diz a tradição que quem
joga uma moedinha nela tem garantida sua volta a Roma. Tomara.
(BRUNO GARATTONI)
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