São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

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ITÁLIA-BRASIL

Estilo barroco percebido na Piazza Navona e na di Spagna se estende a igrejas e palácios nas cercanias

Fontes fazem imaginação transbordar

NA ITÁLIA

Rodeada por uma área movimentada, a Piazza Navona surpreende. Dobrando à esquerda pelo corso (avenida) del Rinascimento, surge, como um clarão, a Fontana Dei Fiume, literalmente a "fonte dos rios", obra barroca de Bernini de 1651 que se apóia num obelisco e faz uma alegoria aos quatro cursos d'água então conhecidos: o Nilo, o Ganges, o Danúbio e o rio da Prata.
O rio Amazonas, ironicamente, não está citado pelo mestre barroco. Isso embora a embaixada brasileira, no Palazzo Pamphilli, ao lado da praça, ocupe um aristocrático prédio adornado com afrescos de Pietro Della Cortona encomendados por Giovanni Battista Pamphilli que, em 1644, tornou-se o papa Inocêncio 10º.
Sagrada, quando abrigou o Vaticano, judia, no entorno do rio Tibre, onde ficam a velha Sinagoga e restaurantes ítalo-judaicos, a eterna Roma subiu as escadarias do barroco como nenhuma outra cidade, e o exemplo disso é a Piazza di Spagna.
Mas, voltando à Piazza Navona, repleta de camelôs que, quando consultados em inglês ou espanhol fazem o preço de uma camiseta subir de 5 para 10, outras fontes inundam a imaginação.
As fontes de Netuno e de Moro, igualmente elaboradas com o mais alvo dos mármores, foram alteradas diversas vezes, sempre para exibir formas instigantes.
O passeio seguinte tende a gerar indecisão. Três quarteirões a leste, está o Pantheon, cuja abertura superior (o "óculo") parece desafiar as leis da física -é a única entrada de luz da construção, que abriga o túmulo de Rafael. Ao sul, a bela igreja Gesù e o melhor ponto do rio Tibre, com uma ilha no centro, disputam atenção.
Ao norte, na margem do Tibre, o castelo Sant'Angelo, cujo destaque é um túnel que começa no Vaticano e foi construído, em 1277, para servir como rota de fuga para os papas, marcou o tempo em que os bárbaros ameaçaram o catolicismo. Ainda assim, se não der para visitar todos os caminhos e praças de Roma, não deixe de jogar a sua moeda na Fontana di Trevi. Diz a tradição que quem joga uma moedinha nela tem garantida sua volta a Roma. Tomara. (BRUNO GARATTONI)


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