São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002

Próximo Texto | Índice

ROMARIA LUSA

Fiéis escolhem itinerário para ver o corpo do santo baseados nas suas conveniências políticas ou religiosas

Portugal resgata rota católica a Santiago

Ormuzd Alves/ Folha Imagem
Torre de Belém, edificada por d. Manuel 1° de 1515 a 1521 sobre o rio Tejo, em Lisboa, é símbolo da expansão ultramarina lusitana


ORMUZD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A PORTUGAL

Muitos foram os caminhos percorridos por peregrinos de toda a Europa para chegar a Santiago de Compostela, na Espanha, onde jaz o corpo de Santiago, levado por seus discípulos Teodoro e Atanásio no século 1º (leia sobre o transporte do corpo nesta pág.).
Assim como a França e a Espanha, Portugal também sempre foi ponto de partida dos fiéis, que podiam optar por diversos itinerários, mas, à medida que se aproximavam do destino final, escolhiam o caminho mais comum.
Muitos também eram os pequenos desvios que faziam para visitar algum templo de um santo de devoção, para encontrar abrigo em algum mosteiro ou reverenciar relíquias de algum santo.
Modernamente, alguns historiadores de Portugal, na esteira da fama do caminho francês, começaram a falar do caminho português, termo contestado por alguns pelo fato de, na Idade Média, as vias de ligação terem sido construídas de cidade para cidade, vila para vila, e não como as estradas romanas, que ligavam diretamente grandes centros como, por exemplo, Lisboa-Braga.
De qualquer maneira, os caminhos do séc. 11 não são os mesmos dos seguidos nos sécs. 14 a 18.
Há vários registros, embora com dados controversos, de que reis e rainhas de Portugal também fizeram o caminho até Santiago, como d. Afonso 2º -o primeiro deles-, em 1219 ou 1220, e d. Sancho 2º, em 1244. Em 1325, santa Isabel fez a peregrinação, que repetiu, incógnita, em 1335, um ano antes de sua morte.
Giovanni Baptista Confalonieri, secretário do núncio papal, fez um caminho a partir de Lisboa ainda hoje trilhado pelos fiéis.
Peregrinos ricos e pobres, nobres e plebeus escolheram seus itinerários a partir de conveniências políticas ou religiosas e a partir de suas crenças.
Estudando-se as diferentes rotas seguidas por peregrinos históricos, percebe-se que existem dois caminhos principais em Portugal: a via à beira-mar e o caminho desenhado no interior do país. Este último, percorrido pela Folha, sai de Lisboa e passa por Alcobaça, Fátima, Batalha, Leiria, Porto e Braga.

Ormuzd Alves viajou a convite da TAP.


Próximo Texto: Conheça via-sacra do corpo do santo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.