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SP-454
No aniversário da cidade, redescubra a zona leste
Região para lá do Tamanduateí guarda tesouros históricos, achados gastronômicos e personagens preciosos
HELOISA LUPINACCI
PRISCILA PASTRE-ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL
Amanhã, São Paulo completa
454 anos, e, tradicionalmente,
comemora no Pátio do Colégio,
no mercadão, na Paulista. Nada
mais justo.
Mas sugerimos uma expansão das fronteiras da rotina.
Delimitada -e separada da cidade- pelos rios Tietê e Tamanduateí, a zona leste é protagonista na história dessa senhora quatrocentona.
Foi pouso de bandeirantes,
recebeu imigrantes, abrigou
operários, alimentou fábricas,
abriu os braços aos migrantes e
cedeu suas ruas ao comércio. Se
São Paulo costuma ser associada a uma locomotiva, a zona
leste é certamente a caldeira.
E esse caldeirão de bairros,
que começa no Brás e termina
no Itaim Paulista, guarda programas curiosos -do churros
da madrugada na Mooca à linha
do bonde que termina na Penha- e personagens valiosos,
como Ernesto Paulelli, o Arnesto, que convidou os amigos
para um samba no Brás da canção de Adoniran Barbosa, e dona Diva Bresser, cujo sobrenome batiza o bairro.
Como em qualquer região de
São Paulo, o extremo, onde os
moradores sentem a ausência
de equipamentos de lazer e cultura, não é um bom passeio. Por
isso esse roteiro termina na Penha, que é, com Santo Amaro, o
primeiro bairro de São Paulo.
O que é que a ZL tem
São aqueles achados. A padaria DiCunto, na Mooca, serve,
desde 1935, doces saídos do caderninho de receitas da "nonna"
italiana, como a sflogiatella,
com creme de ricota doce e frutas cristalizadas.
Não vamos contar que as guloseimas são vendidas também
em uma filial no Itaim Bibi,
porque a idéia é que o paulistano acorde amanhã e vá até a
Mooca para o desjejum. De lá,
queremos que siga para o Memorial do Imigrante e consulte,
nos terminais de computador,
os sobrenomes dos antepassados que tenham passado pela
hospedaria que recebia os recém-chegados.
Para seguir na toada histórica, uma ida ao Tatuapé, onde
resiste, bem cuidada, uma casa
dos fins do século 17. E não custa nada esticar até a Penha, para conhecer a igreja Nossa Senhora da Penha de França, padroeira extra-oficial da cidade
aniversariante.
Indicamos, nas próximas páginas, alguns pontos dessa região. Mas programa de paulistano mesmo é ir descobrir outros achados.
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