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SP-454
Sabor árabe toma conta de pequena rua do Brás
Pequeno e abafado, bar que abre às 7h de segunda a sábado serve apetitosas iguarias a preços módicos
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem passa distraído pelo
número 66 da rua Júlio Ribeiro, no Brás, pode pensar que ali
se instalou um mercadinho de
bairro comum.
Mas basta uma olhada rápida
pelas prateleiras para descobrir
que o endereço tem delícias
que não moram nem em grandes supermercados paulistas.
O Maxifour é uma casa de
produtos árabes -a maioria, do
Líbano. Para quem não tem intimidade com essa cozinha, a
dica é fazer compras no sábado,
quando habitués comparecem
em peso e enchem os carrinhos
pelos estreitos corredores. Eles
podem dar dicas valiosas de
compra e de preparo.
Entre os produtos, estão
chancliches (a ricota árabe; R$
6 por 400 g), molho de romã para tempero de saladas (R$ 19,50
o frasco de 540 ml), bastrmá
(um tipo de carne curada; R$ 15
por 370 g) e folha de uva fresca
ou em conserva (R$ 14 o quilo).
O grão-de-bico, ingrediente
levado a sério pelas receitas
árabes, é vendido por calibre e
origem. Os pacotes de grãos de
8 mm são turcos (R$ 4,75) e os
de 10 mm são mexicanos (R$
5,90). O rei de todos, de 12 mm,
é o argentino (R$ 6,50).
Há ainda narguilês, uma espécie de cachimbo de água utilizado para fumar (as peças
custam entre R$ 60 a R$ 120)
de diversos tamanhos e cores e
tira-gostos inusitados, como
saquinhos de sementes de abóbora (R$ 8,98 cada) e de melancia tostados (R$ 4,35 cada um).
Isso sem falar dos doces árabes prontos, como pacotinhos
de 350 g de gergelim crocante
(R$ 7,80), triângulo de nozes e
baalewa de pistache (ambos a
R$ 40 o quilo).
A linguiça síria (R$ 29 o quilo) é uma boa maneira de se iniciar nessa culinária. De fácil
preparo (ela já vem temperada), rende um belo aperitivo.
Principalmente se for acompanhada de pão sírio (R$ 3,15 o
pacote com 12) e de um de vinho libanês (preços variados).
Vizinho "das arábias"
Praticamente encostado ao
mercadinho árabe, no número
102 da mesma rua, mora um
bar chamado "Rei do Falafel".
De palácio, o lugar não tem
nada: muito estreito -a entrada deve ter menos de três metros de largura- em dias mais
movimentados, como sábados,
os clientes se espremem para
conseguir uma mesa ou um assento no balcão, e os ventiladores não vencem o calor.
Mas basta colocar um falafel
(pão folha sírio recheado com
grão de bico, tomate e especiarias) ou um chawarma (o mesmo pão folha, mas desta vez recheado com carne -retirada de
uma máquina de churrasquinho grego daquelas comumente vistas no centro da cidade)
na boca para avaliar que o sacrifício vale a pena.
Dá também para pedir essa
delícia com linguiça libanesa
ou com miolo à moda síria. Cada um custa cerca de R$ 6.
Quem decidir experimentar
o quibe, outra atração do lugar,
deve pedir para que ele seja esquentado no microondas, mesmo que tenha acabado de sair.
De tão grande, o tempo normal
de preparo não dá conta de cozinhar todo seu interior. Imenso, ele custa R$ 1,50.
As bebidas não chegam muito geladas, mas não invalidam
um almoço árabe saboroso e
barato na pequena rua do Brás.
(HL e PPR)
MAXIFOUR
rua Júlio Ribeiro, 66, Brás; funciona
de seg. a sex., das 7h às 18h, e aos
sáb., das 7h às 15h; tel.: 0/xx/11/
6099-0000
www.maxifour.com.br
REI DO FALAFEL
Rua Júlio Ribeiro, 102, Brás; funciona de seg. a sex., das 7h às 18h, e
aos sáb., das 7h às 15h30
Tel.: 0/xx/11/6292-0357
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