São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

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SP-454

Sabor árabe toma conta de pequena rua do Brás

Pequeno e abafado, bar que abre às 7h de segunda a sábado serve apetitosas iguarias a preços módicos

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem passa distraído pelo número 66 da rua Júlio Ribeiro, no Brás, pode pensar que ali se instalou um mercadinho de bairro comum. Mas basta uma olhada rápida pelas prateleiras para descobrir que o endereço tem delícias que não moram nem em grandes supermercados paulistas.
O Maxifour é uma casa de produtos árabes -a maioria, do Líbano. Para quem não tem intimidade com essa cozinha, a dica é fazer compras no sábado, quando habitués comparecem em peso e enchem os carrinhos pelos estreitos corredores. Eles podem dar dicas valiosas de compra e de preparo.
Entre os produtos, estão chancliches (a ricota árabe; R$ 6 por 400 g), molho de romã para tempero de saladas (R$ 19,50 o frasco de 540 ml), bastrmá (um tipo de carne curada; R$ 15 por 370 g) e folha de uva fresca ou em conserva (R$ 14 o quilo).
O grão-de-bico, ingrediente levado a sério pelas receitas árabes, é vendido por calibre e origem. Os pacotes de grãos de 8 mm são turcos (R$ 4,75) e os de 10 mm são mexicanos (R$ 5,90). O rei de todos, de 12 mm, é o argentino (R$ 6,50).
Há ainda narguilês, uma espécie de cachimbo de água utilizado para fumar (as peças custam entre R$ 60 a R$ 120) de diversos tamanhos e cores e tira-gostos inusitados, como saquinhos de sementes de abóbora (R$ 8,98 cada) e de melancia tostados (R$ 4,35 cada um). Isso sem falar dos doces árabes prontos, como pacotinhos de 350 g de gergelim crocante (R$ 7,80), triângulo de nozes e baalewa de pistache (ambos a R$ 40 o quilo).
A linguiça síria (R$ 29 o quilo) é uma boa maneira de se iniciar nessa culinária. De fácil preparo (ela já vem temperada), rende um belo aperitivo. Principalmente se for acompanhada de pão sírio (R$ 3,15 o pacote com 12) e de um de vinho libanês (preços variados).

Vizinho "das arábias"
Praticamente encostado ao mercadinho árabe, no número 102 da mesma rua, mora um bar chamado "Rei do Falafel". De palácio, o lugar não tem nada: muito estreito -a entrada deve ter menos de três metros de largura- em dias mais movimentados, como sábados, os clientes se espremem para conseguir uma mesa ou um assento no balcão, e os ventiladores não vencem o calor.
Mas basta colocar um falafel (pão folha sírio recheado com grão de bico, tomate e especiarias) ou um chawarma (o mesmo pão folha, mas desta vez recheado com carne -retirada de uma máquina de churrasquinho grego daquelas comumente vistas no centro da cidade) na boca para avaliar que o sacrifício vale a pena. Dá também para pedir essa delícia com linguiça libanesa ou com miolo à moda síria. Cada um custa cerca de R$ 6.
Quem decidir experimentar o quibe, outra atração do lugar, deve pedir para que ele seja esquentado no microondas, mesmo que tenha acabado de sair. De tão grande, o tempo normal de preparo não dá conta de cozinhar todo seu interior. Imenso, ele custa R$ 1,50. As bebidas não chegam muito geladas, mas não invalidam um almoço árabe saboroso e barato na pequena rua do Brás. (HL e PPR)


MAXIFOUR
rua Júlio Ribeiro, 66, Brás; funciona de seg. a sex., das 7h às 18h, e aos sáb., das 7h às 15h; tel.: 0/xx/11/ 6099-0000
www.maxifour.com.br

REI DO FALAFEL
Rua Júlio Ribeiro, 102, Brás; funciona de seg. a sex., das 7h às 18h, e aos sáb., das 7h às 15h30 Tel.: 0/xx/11/6292-0357



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