Romance se passa no fim dos anos 1970, após a morte de Mao, período de turbulência

DE SÃO PAULO

As diferenças entre os chineses e os ocidentais alcançaram as notícias durante a Olimpíada de Pequim, em 2008, quando regras de convivência com turistas, como não cuspir na rua, foram apregoadas pelo governo.
Quem visita a China, no entanto, se depara com diferenças muito mais profundas que hábitos de higiene. Para tentar entender o país, é preciso olhar para seu passado singular. É o que faz a escritora sino-americana Yiyun Li em "Os Excluídos", seu primeiro livro lançado no Brasil.
O romance se passa em uma pequena cidade chinesa no final dos anos 1970: Mao Tsé-tung (1893 -1976) está morto, e o curto período da Primavera de Pequim dá lugar a uma era de turbulência.
"Os Excluídos" conta a história de Gun Shan, que deixa de lado sua devoção a Mao e à Revolução Cultural e se torna crítica do regime, tornando-se uma ameaça e, assim, condenada à morte.
Recriando uma vida daquele período, Yiyun Li nos ajuda a entender melhor -ou ao menos tentar- o país asiático e seus mistérios.