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COLÔMBIA
Parque encerra a herança dos tayrona
Reserva faz parte da Sierra Nevada de Santa Marta, formação montanhosa litorânea mais alta do mundo
DA ENVIADA ESPECIAL À COLÔMBIA
A grande estrela de Santa
Marta é o Parque Nacional Natural Tayrona, que faz parte da
Sierra Nevada de Santa Marta,
a formação montanhosa litorânea mais alta do mundo. A apenas 42 quilômetros da costa, alcança a altura de 5.775 metros
no seu pico mais alto.
O nome do parque vem dos
índios tayrona, uma das civilizações pré-colombianas mais
avançadas, que habitaram essas montanhas por centenas de
anos antes da chegada dos espanhóis.
Essa civilização é reconhecida pela qualidade de seu trabalho em ourivesaria, e muitas
das suas peças de ouro, como
colares, piercings e brincos, estão em exposição no Museu do
Ouro da capital Bogotá e no pequeno Museu do Ouro de Santa
Marta.
O uso de cerâmicas para fins
ornamentais e cerimoniais
também foi bastante desenvolvido entre os tayrona. Diz-se,
ainda, que eram um povo
"avançado" para os padrões
comportamentais espanhóis de
então, admitindo o divórcio e o
homossexualismo.
O parque soma 15.000 hectares -dos quais 12.000 são terrestres e 3.000 são marinhos.
Os cerca de 85 quilômetros
de costa formam baías e enseadas lindas como as de Concha e
Neguange, com corais de recifes e praias praticamente desertas de um azul profundo e
areia branca. Mas, devido às
fortes correntes, nem todas são
apropriadas para banho.
Chega-se de Santa Marta ao
parque pela rodovia que leva a
Riohacha, num percurso de 34
quilômetros. Da entrada do
parque, o visitante pode caminhar ou tomar uma caminhonete até o início da trilha para
as praias.
A Unidade de Parques Nacionais do governo colombiano recomenda que se caminhe em
grupo, com guias especializados e somente pelas trilhas autorizadas.
O parque abriga mais de 100
espécies de mamíferos, como o
veado, 200 de aves, como o condor e a águia branca, e 50 de
répteis.
Praias
A primeira praia é Cañaveral,
onde ficam os "ecohabs", cabanas com capacidade para entre
quatro e seis pessoas que imitam as construções dos índios
tayrona. Em outubro, os "ecohabs" estavam sendo redormados, em preparação para a alta
temporada.
Há também zona para camping e um bom restaurante, o
Tayrona, onde alguns dos pratos típicos locais, como o arroz
de coco, podem ser experimentados.
Para quem pratica esportes
náuticos e o mergulho, a praia
ideal é Bahía Concha.
A praia de Arrecifes se comunica com a de Cañaveral por
um caminho de terra rodeado
de vegetação tropical, garantindo sombra e frescor na cerca de
uma hora de percurso.
Um coral de recifes faz com
que essa praia seja bastante
tranqüila e torna o mergulho
no local uma atividade atraente. Há aí pequenos restaurantes
de comida típica, área para
camping com capacidade para
até 76 barracas e, também,
"ecohabs".
Há um projeto para a construção, a partir de 2007, de um
teleférico ligando Cañaveral e a
terceira praia, San Juan del
Guía, onde se pode praticar o
nudismo.
Pueblito
A partir de Arrecifes, pode-se
seguir até o pé da serra por um
caminho de pedras que leva às
ruínas de Pueblito, o antigo povoado indígena pré-hispânico
de Chayrama, que é de etnia
tayrona.
O trajeto tem quase 15 quilômetros e por essa via o visitante
tem um bom panorama de
grande parte da costa do parque Tayrona. Recomenda-se
fazer o passeio acompanhado
por guias; alguns hotéis organizam caminhadas.
Estão aí verdadeiras relíquias arqueológicas, fragmentos da história da cultura tayrona, com ruínas de escadas, casas, pontes e canais que esboçam um antigo sistema de
aqueduto -construções bastante semelhantes às da mítica
Cidade Perdida (leia texto nesta página).
Em Pueblito, não é permitido
se hospedar nem acampar.
(CAROLINA VILA-NOVA)
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