São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Bogotá se redescobre e atrai visitantes

Estabelecimentos mistos, que mesclam ambiente artístico com outras atividades, marcam renovação da capital

Centro da cidade, que foi palco da violência dos conflitos dos anos 1990, agora conta com novos estabelecimentos

VICKY BAKER
DO "GUARDIAN"

"Isso não é um salão de cabeleireiros", diz um aviso num local chamado La Peluquería (salão de cabeleireiros, em espanhol). "Ok", penso, tentando ignorar o fato de que uma mulher está colocando presilhas na cabeça de uma cliente defronte um secador de cabelos retrô.
"Isso não é centro cultural, ou museu, ou galeria ou café", diz o aviso. Olho ao redor e vejo clientes bebendo café num balcão coberto por trabalhos de artistas.
Então, o que é? O que a moderna Bogotá está fazendo melhor: gerando o sucesso de locais artísticos ao combiná-los com outras atividades. La Peluquería (lapeluqueriabogota.com) certamente não é um salão de beleza convencional. Os empregados são todos artistas visuais em vez de cabeleireiros; às quartas, o corte é de graça, desde que você permita que eles façam o que quiserem.
Esse é o primeiro de muitos estabelecimentos híbridos que encontro ao explorar a capital colombiana. Um pouco ao norte do centro, uma área chamada Parkway, no bairro de La Soledad.
O local foi um dia ponto de reunião dos residentes mais artísticos da cidade e agora está no meio de uma restauração. No número 37, o bar La Trementina (trementinacultural.com) foi expandido para abrigar uma livraria-galeria-café. No número 41, está o teatro art déco Casa Ensamble (casaensamble.com), com exibições de arte e um bar retrô. Atrás dele, na carrera 25, o teatro Arlequín tornou metade de seu espaço em filial de uma lanchonete, La Hamburguesería (lahamburgueseria.com).
Os moradores que abandonaram o centro (em prol de vizinhanças mais seguras no conflito interno dos anos 1990) estão voltando.
Enquanto isso, o turismo vai além de La Candelaria, o velho quarteirão colonial, e até ao centro, onde estão La Peluquería (na carrera 3) e um novo restaurante vegetariano, Reverdeser (calle 17, 2-46).
Alamy Magdalena Barón já tinha um restaurante vegetariano de sucesso em La Candelaria quando abriu o Reverdeser em abril. "Essa parte da cidade foi o epicentro da violência, então tinha sido abandonada", diz. "O que estamos tentando fazer aqui é devolver a importância ao centro."
Lar de atores, artistas e estudantes, La Macarena é uma boa área para passear após o jantar. Os bares vão do velha guarda Vásquez y Cebollas (calle 26, 4-68) ao minimalismo industrial do En Obra (carrera 4A, 26A-37).
A campanha turística da Colômbia ("o único risco é querer ficar") parece estar dando certo. O número de visitantes estrangeiros no país subiu 16% nos primeiros cinco meses deste ano.
Antes de deixar a cidade, faço uma parada no que se tornou uma das vistas mais famosas de Bogotá. Parte steakhouse, parte casa noturna, Andrés Carne de Res (0/xx/57/1/863-7880, andrescarnederes.com) é uma instituição colombiana difícil de explicar com palavras.
Vale a pena dirigir 45 minutos até seu local original, a cidade de Chía, hoje subúrbio (há uma nova versão no centro). Aberto há quase 30 anos, ficou muito popular durante o toque de recolher nos anos 1990. Quando os bares fechavam à 1h, as festas iam para lá. O local ainda é disputado, então faça reservas.


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