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nos alpes
Montanha garante lotação de Zermatt
TEIMOSA Primeira chegada ao topo dos 4.478 metros locais só aconteceu em 1865, depois de 18 tentativas malsucedidas
DA ENVIADA ESPECIAL À SUÍÇA
Zermatt, uma pequena e
charmosa vila de 6.000 habitantes no Cantão de Grisões
onde carros não entram, vive
lotada de turistas do mundo todo os 365 dias do ano. O motivo
atende pelo nome de Matterhorn.
A montanha de 4.478 metros,
coberta de neve o ano todo, domina a paisagem recheada de
picos e sonhos dos visitantes
que a procuram para contemplar sua beleza, fazer escaladas
e se arriscar nos esportes de inverno. Ao pé da montanha, Zermatt é o ponto de partida e chegada da aventura.
A conquista da Matterhorn
em 1865, depois de 18 tentativas fracassadas de italianos e
suíços, colocou Zermatt no mapa do mundo. A vila só era acessível a pé ou a cavalo.
"A primeira conquista da
Matterhorn em julho de 1865
foi uma tragédia shakesperiana
com todos os seus componentes: competição, mentiras,
triunfo, inveja, morte e acusações", diz Willy Hofstetter, presidente da Associação do Museu Alpino de Zermatt.
O inglês Edward Whymper
entrou para a história como o
primeiro alpinista a chegar ao
topo da montanha gelada. Em
sua equipe, formada por sete
aventureiros, havia até um lorde e um reverendo.
Na mesma época, uma equipe de italianos também tentava
conquistar a Matterhorn.
Whymper venceu a disputa,
completando a escalada em 34
horas. Triunfo comemorado,
era a hora da descida. E da tragédia. Uma corda que unia os
alpinistas se rompeu e quatro
despencaram para a morte.
Três corpos foram achados dois
dias depois pela equipe de resgate -da quarta vítima, só foram encontrados um sapato, as
luvas e o cinto.
Na investigação das mortes,
sobrou para os sobreviventes:
Whymper e o guia suíço Peter
Taugwalder foram acusados de
ter cortado a corda que os unia
ao restante do grupo para salvar suas próprias vidas.
A tragédia e o desfecho deixaram Zermatt famosa e transformaram a vila isolada em destino obrigatório. A corda que se
rompeu pode ser vista no museu alpino de Zermatt, em um
prédio ao lado da igreja. Além
de contar a história da primeira
escalada bem-sucedida da Matterhorn, o museu expõe achados arqueológicos que reproduzem como vivia a população
de Zermatt antes da fama.
Hoje vila é acessível por trens
modernos, como o Glacier Express, que despejam centenas
de turistas todos os dias na estação -a população cresce para
30 mil habitantes no inverno.
Dependendo do tempo, o turista mais aventureiro pode encarnar o espírito de Whymper e
escalar a Matterhorn. A segurança atualmente é bem maior,
claro, mas, por ano, os seis helicópteros de resgate da estação
ainda realizam cerca de 1.500
missões. A opção da maioria
dos visitantes é "desbravar" a
Matterhorn em teleféricos, que
circulam a uma altura de 3.000
metros, ou sobre esquis -há escolas de esqui, snowboarding,
paragliding e outras.
Zermatt conserva suas características rústicas, e a maioria
da população vive para o turismo: são guias de montanha,
empregados de hotéis e instrutores de esqui, alpinismo e outros esportes. O comércio de
suvenires também emprega
muita gente. Casas e hotéis, todos restaurados, mantêm suas
fachadas cobertas por flores,
muitas flores.
(ES)
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