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PARIS "CHIC"
Oásis da cultura latina, restaurante Favela Chic divulga o Brasil na França e lança CDs com sua "trilha sonora"
Bom astral lota bar brasileiro toda noite
CLAUDIA ASSEF
DE PARIS
Mais do que servir caipirinha e
feijoada a preços razoáveis, o Favela Chic, restaurante-bar brasileiro que funciona há cinco anos
no centro de Paris, é uma espécie
de divulgador do Brasil na França.
"Não queremos ser um lugar exótico para atrair estrangeiros, muito menos ser um local que sirva
para os brasileiros que estão longe
de casa matarem a saudade do
Carnaval", diz a idealizadora do
Favela Chic, a paranaense Rosane
Mazzer, 34.
Rosane, que chegou a Paris há
dez anos para "buscar uma identidade cultural" no país, conseguiu montar, junto com dois sócios -o francês Jerome Pijeon,
seu marido, e o brasileiro Jorge
Nasi- um oásis cool na cidade.
O salão, com capacidade para
300 pessoas, costuma lotar todas
as noites. Nos fins-de-semana, as
filas para entrar são inevitáveis.
Do lado de dentro, a decoração
que combina peças descoladas e
ornamentos kitsch destoa dos outros bares da cidade.
Pelo menos deve ser difícil encontrar imagens de santos e quadros retratando índias lascivas
enfeitando as paredes de algum
outro bar de Paris. "Acho que o
que realmente atrai as pessoas é o
astral bom, além da energia musical do lugar", avalia Rosane.
Para tomar conta dos pick-ups,
ela convocou três DJs (Gringo da
Parada, Mister Zero e Tchicky Al
Dente) "não-brasileiros".
"Eles conseguem misturar coisas brasileiras com sons modernos, sem preconceitos", diz Rosane. O resultado é uma seleção de
músicas que abre espaço igual para house, drum'n'bass, samba,
rock e ritmos latinos.
A resposta dos frequentadores
ultrapassa a pequena pista do Favela. A maioria das pessoas dança
mesmo em cima das cadeiras ou
até sobre as mesas do restaurante.
Eurodisney e feijoada
Em 1995, Rosane abriu um pequeno restaurante de comida brasileira, com capacidade para atender cerca de 40 pessoas.
A comida baiana da cozinheira
Dinha, que havia trabalhado na
França na casa de diplomatas brasileiros, começou a fazer sucesso.
Dinha até hoje pilota a cozinha do
Favela Chic.
Rosane, que se formou no Brasil
em propaganda e marketing, havia acabado de deixar um emprego na Eurodisney, onde trabalhara durante dois anos na área de
marketing. "Saí de lá porque tive
uma overdose de "american way".
Vim para a Europa exatamente
para fugir disso", diz.
Além da comida, o Favela Chic
começou a ficar famoso por abrigar shows underground de todas
as nacionalidades.
"Desde o início, abri espaço para músicos árabes, africanos, brasileiros. Gente de qualidade que
não tinha espaço para tocar em
Paris", diz Rosane.
A partir de março de 2001, a
"marca" Favela Chic deverá ficar
mais conhecida, sobretudo fora
de Paris. A gravadora BMG fechou contrato com a casa para
lançar CDs com a "trilha sonora"
do bar. Vai ser a chance de as pessoas entenderem por que o lema
do Favela Chic é "Desordem e
Progresso", sem nem mesmo ter
que viajar para Paris.
FAVELA CHIC - 18, Rue du Faubourg du
Temple, tel. 00/xx/33/1/4021-3814, Paris
(www.favelachic.com). Funciona de
segunda a sábado, a partir das 22h.
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